Já completou três meses, e agora?

# A academia.

“Anderson”

— Vamos comigo, Gina, é uma academia de família, tem um ambiente muito tranquilo.

— Tenho certeza de que é um lugar tranquilo, mas eu não sou muito de fazer exercício, talvez uma aula de dança.

— Aula de dança? Acho que vou me arrepender de te levar.

— Por quê? Sempre quis aprender dança de salão.

— Para isso, você vai ter que abraçar alguém que não sou eu, não... já desisti, vamos ficar em casa. Aqui está bem mais confortável.

— Agora quero ir, vamos.

— Não provoca meu lado ciumento, eu não tenho muito controle.

— Eu não vou fazer nada, sou muito inocente nessa área, vai falar que você não percebeu?

— Claro, por isso que tenho ciúmes, ainda não te viciei em mim, você pode se encantar por outro.

“Anderson”

Chegamos à academia, eu sei quem é o professor de dança, todo musculoso e até bonitão, não que eu ache outro cara bonitão, mas ouço as meninas da academia falando, e tive um problema com ele no passado, não quero que se repita. Vou com Gina fazer a matrícula e depois disso entramos na academia.

Nunca tinha reparado como eu sou popular, todas as meninas me cumprimentam, é um tal de oi Anderson daqui e estava com saudades dali e você sumiu, até aí estava tudo bem, até que uma delas me abraçou e me deu um beijo na boca.

Eu senti minha alma sair do corpo. Tirei a mulher e olhei para minha gata selvagem, que estava a ponto de voar nela. Gina virou e ia saindo, peguei o braço dela e entrei na primeira porta que achei, era o banheiro dos homens. Puxa, não estou dando uma dentro, por sorte estava vazio. Passei a chave na porta e me virei para falar com ela, que por um acaso está me encarando com um olhar assassino.

— Gina, posso explicar.

— O que você quer explicar, Anderson? Que você pegou todas as mulheres da academia de família? Por que você me trouxe aqui? Para que eu veja o tanto que você é querido pelas mulheres? Ou para eu ver o que estou perdendo?

— Só tem você, agora elas são todas meu passado, nem pensei, te trouxe aqui para passarmos algumas horas juntos, não imaginei que isso ia acontecer.

— Vou me acalmar, paguei por uma aula de dança e vou lá fazer.

— Você tem razão, acho melhor irmos embora.

— Por que Anderson? O que tem lá na aula de dança que eu ainda não vi? Qual delas é a casada?

— Nada, Gina, só acho melhor irmos embora.

— Agora vou lá fazer a aula de qualquer jeito.

— Você promete não se vingar de mim? 

— Claro, querido, não sou vingativa, já esqueci que vi outra mulher beijando você na boca.

Quando cheguei na aula de dança e vi o professor, entendi tudo, “pensa” em um homem bonito e ainda por cima sabe dançar, sinto um clima tenso entre os dois, o que será?

Anderson faz questão de mostrar para o outro que sou mulher dele.

— Minha querida esposa, vou sentir saudades, estes minutos longe de você serão como uma eternidade.

— Tá bom, amor, também sentirei sua falta. Depois que Anderson saiu, o professor curioso perguntou:

— Gina, você é esposa do Anderson de verdade? 

— Sim, sou, por quê? .

— Não sei como ele te deixou fazer aula comigo.

— Senti que vocês têm um problema, o que aconteceu?

— Há muito tempo brigamos devido a uma garota, que no final não queria nada nem comigo, nem com ele, mas ele ficou com a impressão de que roubei a namorada dele.

— Entendi, mas agora é diferente, nosso relacionamento é maduro, confiamos um no outro.

— Se você está dizendo, vamos lá, mas o Anderson que conheço deve estar querendo te jogar no ombro e te levar embora daqui o mais longe de mim possível. Mas vamos focar nossa aula, que ritmo você quer aprender a dançar?

— Tango e dou um sorriso. O professor abriu um sorriso e falou:

— Acho que você quer ver o circo pegar fogo, eu aceito o desafio. Da outra vez, não apanhei dele por pouco, mas se acontecer, lembre-se, a culpa foi sua.

“Gina”

Ele põe a música e os primeiros passos são separados, mas na hora que começa junto, vejo que cometi um erro, ele me pega pela cintura e vamos dançando. Sei que, se meu esposo vier ver a aula, teremos problemas, mas deixo acontecer.

“Anderson” 

Acho melhor ver a aula da Gina, não que eu não confie nela, é nele que eu não confio. Na hora em que vejo aquele folgado se esfregando na minha esposa, perdi o foco, entrei na sala e peguei ele pelo pescoço. Gritei com ele:

_ Você quer morrer? Como se atreve a se esfregar na minha esposa deste jeito? Gina fala comigo:

— Anderson, eu estou aqui e não está acontecendo nada de mais.

— Nada de mais, Gina? Mais um pouco e ele fazia sexo com você aqui no chão, você é muito inocente mesmo.

— Vamos embora, Anderson, antes que comecemos a brigar na frente de todo mundo.

  — Isso, vamos embora, foi péssima ideia te trazer aqui.

Anderson ficou emburrado comigo até em casa, na hora que entramos, comecei a tirar a roupa, ele ficou olhando. Fiquei só de lingerie e cheguei perto dele.

— O que você está vendo, Anderson?

— A mulher mais linda que já vi, e é muito minha.

— E você acha que deve ficar emburrado comigo porque eu estava tendo uma aula de tango inocente? Ou devo ficar brava com você porque aquela perua te beijou na boca que me pertence agora.

— Não entendi porque você tirou a roupa para falar comigo.

— Porque assim sei que você não vai tirar os olhos de mim e vai me escutar.

— Não consigo pensar com você assim. Em poucos passos estávamos um nos braços do outro e se beijando apaixonadamente.

— Você poderia tirar a restrição e fazer amor comigo agora.

— Eu não sei, estou indecisa ainda, tenho medo de você enjoar de mim e simplesmente ir embora.

— Nunca vai acontecer, Gina.

— Acho que estou me apaixonando por você, meu lindo marido.

— Tenho certeza de que estou apaixonado por você desde a primeira vez que te vi, minha gata selvagem.

— E quando acabarem os três meses?

— Caso com você de novo, e desta vez para sempre.

# aniversário de três meses.

Cheguei em casa do plantão e o apartamento está todo arrumado, com enfeites de coração por todo lado e no meio de tudo isso Anderson, vestido a rigor, parecendo um príncipe. Vem até mim, me abraça e diz:

— Sei que você deve estar cansada, mas preparei um jantar especial para comemorar nossos três meses de namoro. Perco a cor, já faz três meses. Nossa, o que vai ser de nós agora? Não somos mais uma obrigação, ele pode ir embora.

— Anderson, você quer comemorar exatamente o quê? A sua liberdade? 

— Vai tomar um banho e colocar a roupa que comprei para você, não estrague meu momento, Gina.

— Tá bom, Anderson, estou indo.

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