Entrando no apartamento dela

— Fique tranquilo, o nosso acordo continua a valer, e peço por favor que não ligue para Gina porque ela está dormindo.

— Você não tirou ela daquele serviço idiota que ela diz ser profissão? Estou te achando meio frouxo, rapaz. A Gina tem o gênio forte, achei que você ia conseguir quebrar aquela crista dela, mas acho que me enganei. 

— Ok, já deu, não fale assim da minha esposa, ela é uma mulher de fibra, trabalhadora, inteligente, vou mandar um funcionário meu aí pegar a chave, e tenha um bom dia?

“George”

A nossa, ele se ofendeu comigo, acho que ele se apaixonou pela Gina, coitado dele, dá uma gargalhada.

“Anderson”

Estou em reunião, mas minha cabeça não está aqui, e essa chave que não chega. A sorte é que o meu amigo trabalha comigo há muito tempo e vai resolvendo as questões. A minha secretária bate na porta e entra com a chave, me levantei e fui embora sem nem falar tchau. Passei num restaurante, comprei um almoço completo e vou para o apartamento dela. O porteiro tentou me barrar.

— Em que apartamento o senhor vai?

— Ao apartamento 304. Terceiro andar.

Ele me olha desconfiado.

— Esse apartamento é da senhorita Gina, e eu não conheço o senhor, vou ter que interfonar para ver se ela te permite subir. Outro dia, já tomei uma bronca porque deixei um rapaz entregando flores subir sem autorização.

— o meu amigo, você acha que tenho cara de marginal?

— Hoje em dia a gente não consegue diferenciar, senhor.

— O senhor acha que eu teria a chave se não conhecesse a Gina?

— Desculpa, não posso deixar o senhor subir.

O meu sangue ferve, eu tenho vontade de sair do carro e acertar a cara desse cara, mas sei que é o serviço dele, aí lembro do documento de casamento digital, abri o celular e mostrei para ele.

— Sou marido dela e, se você não me deixar subir, vou fazer com que te mandem embora. Ele olha naquele documento e desdenha.

— Se fosse outra mulher, você poderia até me enganar, mas a semhorita Gina só pensa no trabalho, e não é casada.

— Nós nos casamos faz sete dias, não vou ficar batendo boca com você. Liguei para o idiota do pai dela:

— O que foi agora, rapaz?

— Fala para o porteiro do prédio da sua filha que sou o marido del— a nossaNossa, você conseguiu ser barrado na porta do prédio dela? Passei o telefone para o porteiro, ele falou uns momentos com o George e me devolveu o telefone.

— Me desculpe, senhor Anderson, não tinha como eu saber.

— Tudo bem, posso ir agora?

— Sim, boa tarde para o senhor.

“Anderson”

Subi com as comidas, entrei no apartamento em silêncio, levei tudo na cozinha e fui ver minha gatinha. Fiquei parado olhando aquela cena maravilhosa, ela está dormindo com a minha camisa. Eu não aguentei, tirei a minha roupa e deitei com ela, bem devagar, enfiei o braço por baixo do pescoço dela e trouxe para meus braços. Ela se aconchegou em mim e eu me derreto todo, a minha esposa é linda. Sei que ela vai dormir, mais uma hora e meia e eu estou sem sono, fiquei ali com ela no peito e sentindo o cheiro do cabelo dela. Me parece tão perfeito que não consigo ver a minha vida sem a Gina nos meus braços. Amo você, minha gata selvagem, nossa, estou mesmo apaixonado.

“Gina”

Acordei e não acredito que Anderson esteja aqui comigo, devo estar sonhando, toquei nele, não é sonho, ele está aqui na minha cama, e eu lembrei que estou com a camisa dele, fiquei vermelha. Ergui os meus olhos e ele está me olhando. Acho que vejo amor, não pode ser, nos conhecemos recentemente.

Me perguntou:

— Por que você está toda corada?

— Por nada, Anderson, como você entrou aqui? Preciso ter uma conversa séria de novo com o meu porteiro, ele deixa qualquer um entrar no prédio.

— Não, sou qualquer um, sou seu marido, sou o homem da sua vida.

— Por que você está aqui, você não trabalha mais? Sua firma vai falir?

— Não se preocupe comigo, mas se minha firma falir, venho morar com você, e você me sustenta.

— Que engraçado, estou morrendo de rir, já pensou você acostumado com tudo na mão, tendo que se virar e fazer a própria comida ou lavar a sua roupa?

— Vamos levantar para comer, antes que eu resolva comer outra coisa, Gina, e morei muito tempo sozinho, sei me cuidar.

— Não sei se tenho alguma coisa em casa, mas vamos para a cozinha ver o que dá para providenciar.

— Eu trouxe a comida, sou o provedor desta casa.

— a nossa, que macho alfa, muito bem provedor, vamos ver o que você trouxe para nos alimentar, eu estou faminta.

“Gina”

Depois deste dia, as coisas foram acontecendo, eu consegui trabalhar de dia, e então passamos todas as noites juntos, jantares, flores, até fomos tomar sorvete na sorveteria do lado do meu prédio.

Anderson praticamente se mudou para minha casa, me obriga a ir à academia com ele. Boa lembrança, o dia em que fui com ele pela primeira vez na academia, foi engraçado para não dizer pior.

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