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Casamento Arranjado

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será que ela é virgem?

Falou:

— Boa noite, minha enfermeira.

— Posso saber o que você acha que está fazendo?

— Estou dormindo com minha esposa. E achei a experiência de ter você nos meus braços ótima, quero repetir sempre.

— Ainda bem que não me lembro.

— Poise, você se encostou em mim e ronronou igual uma gatinha, e se encaixou tão bem no meu abraço que parecia que você foi feita para estar ali.

— Me solta, Anderson, deixa eu me levantar.

— A gata selvagem voltou.

— Então, se você não quiser se machucar, vai me soltar agora, senão vou te arranhar.

— Acho que vou me arriscar, Gina.

— Levei a mão no peito dele e comecei a puxar para baixo, onde meus dedos passam, vai ficando a marca dos arranhões. Anderson segura minha mão e beija, dedo por dedo, esperando minha reação, que não demora muito.

Comecei a respirar com dificuldade e tenho certeza de que estou vermelha. Do nada, ele vai para o lado e me solta, eu levantei e fui ao banheiro, vesti outra daquelas roupas indecentes que colocaram na minha mala.

“Anderson”

Continuo deitado, lembrando da tarde, vim ao quarto para ver se estava tudo bem com Gina, cheguei perto porque não consegui ouvir a respiração dela. Quando me aproximei, ela me grudou na mão e disse:

**Mamãe, dorme comigo, estou com medo do escuro.**

Não consegui resistir, deitei-me ao lado dela, que se aconchegou em meus braços. Nunca tinha sentido uma emoção igual, ela estava encaixada em mim como se pertencesse a este corpo, como se mesmo sem eu saber me faltasse um pedaço e agora está completo.

# Minha Camisa.

Ouço um barulho e abri os olhos. Gina está na porta, em pé, com um baby-doll vermelho e toda vermelha, tão linda que não tenho palavras para descrever tanta beleza. Quem fez esta mala para ela me conhece demais, anotar. Vou ver com meu pai quem me conhece tão bem. Resolvi fazer uma piada para quebrar o clima, senão vou puxar Gina para esta cama e não respondo por mim.

Falei:

— Você é um pitelzinho, quem fez sua mala estava te ajudando a viver um momento de amor comigo.

— Você quer dizer que me venderam para você com embalagem e tudo, né?

— Esquece isso, não te comprei, meu pai fez este acordo com o seu para que eu sossegasse e parasse de sair à noite e envergonhar a família.

— Anderson, você tem uma camiseta para me emprestar?

— Uma camiseta minha?

— Sim, você é grande, acho que vai tapar mais que isto. E aponto para a roupa que estou vestindo.

Ele levanta, vem na minha direção e para me observar de cima embaixo.

Fala:

— Não sei se quero te emprestar minha camisa.

— Por favor, seja um bom marido e me empreste sua camisa.

Fui à mala e peguei uma camisa branca e venho com uma ideia. Falei:

— Só se você me deixar vestir em você.

— Tudo bem, Anderson?

— Venho com a camisa e visto nela e vou fechando botão por botão. Gina fica estática, quase nem respira, ela é tão alta quanto eu, minha camisa não vai tampar tanto assim, mas me deu uma oportunidade de sentir o perfume dela e ver que afeto ela um pouco.

Quando acabei de abotoar, me afastei, olhei para ela e fiquei mais excitado do que quando ela estava de baby-doll, só de imaginar minha camisa encostando no corpo dela.

# Me conta aí.

— Anderson, por que seu pai resolveu te obrigar a casar?

— Já te falei, Gina, para eu parar de envergonhar minha família.

— Ficou vago, me explica que tipo de vergonha justifica casar um filho, obrigado?

Fiquei constrangido de contar para ela, mas é só me procurar nas redes sociais e vai descobrir, então fiz parecer que não foi nada sério.

— Nada muito sério, eu apareci nas redes sociais só de cueca, bêbado e com várias mulheres. Mas acho que foi porque destruí três carros de luxo.

Vi Gina segurando o riso e continuou me perguntando.

— Seu pai ficou sabendo do ônibus e do tiro?

— Do ônibus, sim, do tiro, não, isso vai ser um segredo nosso. E você, Gina, por que aceitou se casar assim?

— Até quinta-feira de manhã, eu havia dito que nunca me casaria com você. Mas fui visitar minha mãe e ela teve uma crise de pressão e o médico disse que talvez ela ia ter que operar, e que ela não podia passar nervoso. Aí aceitei casar, para não estressar minha mãe.

— Quando meu pai me falou, achei que você era uma caça fortunas, e que eu estava entrando em uma fria.

— Um dia eu já consegui mudar sua opinião, deve ser meu carisma.

— Pode se dizer que foi seu jeito de me enfrentar, se você quisesse meu dinheiro, teria pulado na minha cama, tentando me seduzir.

— Anderson, posso estar usando uma tática diferente. Anderson ficou me olhando fixamente, e eu vou ficando vermelha, até a raiz do meu cabelo.

— Gina, nem se você quisesse, conseguiria fingir este vermelhão que você fica cada vez que olho para você. Reclamei:

— Não fico tão vermelha assim. — Parece um pimentão e fica ainda mais bonita. Ele leva a mão e toca meu rosto, pega meu cabelo e põe atrás da orelha. Comecei a respirar rápido e a tossir.

Ele falou:

— Nem, esta crise de tosse, sua respiração muda cada vez que toco em você. Gina, posso te fazer uma pergunta?

— Pode Anderson, mas me dou o direito de responder ou não.

— Você já esteve com um homem.

— Já vi vários homens pelados.

— Não foi isso que perguntei, sei que na sua profissão você vê homens pelados.

— Vou me recusar a responder, isto é muito íntimo e não tenho intimidade com você para te dizer isso. Vamos mudar de assunto. Quem atirou em você?

— Eu não quero falar desse assunto.

— Preciso saber se você é um mafioso e eu corro risco de vida.

— Saí com uma mulher casada e o marido nos pegou juntos, atirou em mim.

— E como você pode ter certeza de que ele não vai tentar te matar de novo?

— Não tenho, mas acho que o boato de que estou casado vai chegar até ele e assim ele vai se sentir menos ameaçado.