A Inveja Mata

A semana nas Maldivas foi repleta de alegria e descanso para Maria Alice e seus amigos, mas, em Barcelona, Paula e Fernanda viviam consumidas pelo ódio e pela frustração. Desde que souberam da viagem, mãe e filha não paravam de pensar na injustiça que, em sua visão distorcida, estavam sofrendo. A ideia de Maria Alice desfrutando de uma semana paradisíaca sem elas era insuportável.

— Ela não tem o direito de nos deixar de fora! — Fernanda reclamava, jogando-se furiosa no sofá. — Como ela se atreve a viajar sem a gente?

Paula, com a expressão de raiva, andava de um lado para o outro na sala.

— Eu não aceito isso, Fernanda! Aquela ingrata... depois de tudo que fizemos por ela!

Elas tentaram de tudo para convencer Maria Alice a levá-las para as Maldivas. Fernanda mandou dezenas de mensagens, tentando apelar para o lado emocional, enquanto Paula partiu para a chantagem emocional e promessas vazias.

“Pense bem, Maria Alice, família sempre deve estar junta...” dizia Paula em uma das mensagens. “Você não vai querer deixar sua irmã e sua mãe de fora de algo tão especial, vai?”

Mas Maria Alice não cedeu. Estava farta das manipulações de Paula e Fernanda, e pela primeira vez na vida, decidiu fazer algo só para si mesma.

Frustrada com a falta de sucesso, Paula voltou-se para Richard, seu marido, em uma última tentativa desesperada.

— Richard, por favor, você tem que me dar o dinheiro para irmos! — implorou, segurando o braço dele como se sua vida dependesse disso.

Richard suspirou, cansado da mesma ladainha. Ele já estava atolado em dívidas e não tinha como bancar uma viagem tão cara.

— Paula, eu já disse que não dá. Você acha que estou nadando em dinheiro? Mal consigo manter as contas em dia!

— Você não entende! — Paula exclamou, os olhos cheios de ira. — Se não formos para essa viagem, Maria Alice vai se afastar de vez de nós!

— Problema seu! — Richard rebateu, perdendo a paciência. — Eu não vou me endividar mais ainda por causa das suas birras e das maluquices da Fernanda.

Paula ficou vermelha de raiva. “Esse inútil não serve para nada!”, pensou. Mesmo assim, continuou insistindo até perceber que ele não mudaria de ideia. A frustração só aumentava a cada dia, alimentando sua inveja e ódio por Maria Alice.

Enquanto isso, Derek também descobriu sobre a viagem para as Maldivas e ficou furioso.

— Ela foi sem mim? Como assim?! — exclamou para si mesmo ao saber da notícia.

Derek, ressentido de Maria Alice por ter terminado, viu na viagem uma oportunidade de tentar reatar. Decidido a alcançar nas Maldivas, correu atrás de dinheiro, mas logo percebeu que sua situação era ainda pior do que imaginava. Sua conta bancária estava no vermelho, e não havia como bancar uma passagem internacional.

Com sua vida financeira em ruínas e sem o casamento com Maria Alice que poderia salvar sua família da falência, Derek viu-se completamente abandonado. Seus pais, antes dispostos a fazer qualquer coisa para garantir o casamento com a herdeira, agora o desprezavam.

— Você nos envergonhou, Derek — disse seu pai friamente ao cortar qualquer apoio financeiro. — Perdeu a chance de salvar essa família, e agora não espere mais nada de nós.

Derek, humilhado e sem recursos, sentiu a solidão se abater sobre ele como uma tempestade. Tudo que ele havia planejado desmoronava diante de seus olhos. “Eu vou acabar com a vida dela... ela vai se arrepender de ter me desprezado.” A obsessão por Maria Alice crescia a cada dia.

Enquanto isso, Paula, sentindo-se impotente e cheia de rancor, passou a semana rogando pragas contra a viagem de Maria Alice. Cada vez que imaginava a filha se divertindo, o ódio em seu coração se intensificava.

— Tomara que chova todos os dias! — ela dizia, fervendo de inveja. — Que o avião atrase! Que eles briguem entre si e tudo acabe mal!

Fernanda, mais vingativa ainda, concordava com cada palavra da mãe.

— E que ela se afogue naquele mar! — soltou, com uma risada amarga.

As duas se consumaram de raiva a cada novo dia. As postagens de Maria Alice nas redes sociais, mostrando o céu azul, o mar cristalino e os sorrisos felizes, só aumentavam a fúria delas. Cada foto era como uma faca no orgulho ferido de Paula e Fernanda.

Paula sentia-se derrotada e cada vez mais amargurada. Quando a semana terminou, ela estava sentada no sofá, com o olhar perdido e a alma carregada de frustração.

— Isso não vai ficar assim, Maria Alice — murmurou, apertando os punhos. — Você vai pagar caro por ter me deixado de fora dessa viagem.

Fernanda olhou para a mãe e sorriu, satisfeita com a promessa de vingança.

— Vamos fazer da vida dela um inferno.

Paula se levantou e olhou para a filha com um brilho maléfico nos olhos.

— E não vamos parar até conseguirmos o que queremos.

A obsessão por Maria Alice e a vingança se tornaram uma missão. Paula e Fernanda estavam determinadas a destruir a paz da filha e reconquistar o controle sobre sua vida, custasse o que custasse.

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