Ao entardecer, Maria Alice já estava completamente embriagada, perdendo a noção do tempo. Acabou adormecida no balcão do bar que funcionava 24 horas. Nunca havia bebido álcool antes, e agora permanecia ali, esquecida, vestida de noiva. Curiosamente, ninguém a incomodou ou tentou ajudá-la.
Horas depois, ela foi despertada pelo toque insistente do celular. Atendeu ainda atordoada e ouviu a voz de Derek, seu ex-noivo traidor:
— Maria Alice, onde você está? Precisamos conversar. Seu pai está preocupado e...
Ela ficou em silêncio por alguns instantes. Aquela preocupação repentina de seu pai, um homem que nunca demonstrava afeto, soava estranha. Mas a irritação cresceu em seu peito ao ouvir a voz de Derek, que agia como se nada tivesse acontecido.
Com uma frieza que ela mesma não sabia possuir, respondeu:
— Não há mais nada para conversar. Vá pedir ajuda à Fernanda.
E desligou sem ouvir mais nada.
Maria Alice levantou-se cambaleante e foi até o banheiro. Lavou o rosto, ajeitou o cabelo da melhor forma possível e tentou recuperar alguma dignidade. Ao sair, pediu a conta. Quando se dirigia ao caixa, esbarrou em um homem alto e elegante, que parecia não notar sua presença.
O impacto não foi apenas físico. Os olhos verdes daquele desconhecido captaram a atenção de Maria Alice. Ele era dono de um porte impecável, vestindo um terno perfeitamente alinhado, como se tivesse saído diretamente de uma revista. O ar sério e imponente que emanava dele era intimidante, mas fascinante.
Enquanto ele seguia em direção ao balcão, Maria Alice, curiosa, continuou a observá-lo. Ela o viu ser abordado por um rapaz, que se dirigia a ele com formalidade:
— Senhor, seu pai pediu que vá ao cartório às 11 horas para se casar com a senhorita Nádia. Depois haverá o almoço de comemoração com a família.
O homem não esboçou nenhuma emoção ao responder:
— Não vou me casar com ela. Mesmo por contrato, não terei sossego. Quero paz.
— Mas seu pai disse que, se não se casar, o senhor perderá a presidência do Grupo Walton Mars. O senhor sabe que é uma condição: precisa estar casado e ter um filho.
Com visível desdém, ele deu ordens ao assistente:
— Encontre alguém disposto a se casar comigo por um ano. Faremos um contrato sem envolvimento emocional. Em público seremos carinhosos, mas fora disso, não haverá nada entre nós. E mantenha tudo em segredo.
O assistente pareceu frustrado, mas assentiu. Enquanto isso, o homem lançou um olhar distraído no bar e notou Maria Alice sentada junto à janela, ainda com o vestido de noiva. Algo nela o intrigou.
Maria Alice, por sua vez, também teve uma ideia. Ela foi traída, humilhada, e agora precisava mostrar que poderia seguir em frente, até mesmo com alguém muito melhor que Derek. Sem pensar muito, levantou-se e caminhou até o homem. O assistente e ele a encararam com surpresa.
— Com licença... — começou Maria Alice, com a voz um pouco hesitante, mas firme. — Eu ouvi a conversa de vocês. Gostaria de me casar com você. Posso?
O homem arqueou uma sobrancelha, intrigado com a ousadia daquela jovem que parecia frágil, mas trazia um brilho de determinação nos olhos.
— Onde está o seu noivo? — ele perguntou, com uma voz baixa e carregada de magnetismo.
Maria Alice abaixou o olhar por um instante e respondeu:
— Fugiu com outra. E quando ouvi você falando sobre casamento por conveniência, pensei que poderia ser uma boa candidata. Sou graduada, falo várias línguas, sou independente. Posso cumprir meu papel de esposa, desde que você faça o mesmo.
O assistente olhou para ela com desdém:
— Senhor, isso é ridículo. Não podemos aceitar essa proposta sem saber mais sobre ela.
O homem, no entanto, a observou por alguns segundos, avaliando-a com atenção. Então, para surpresa de todos, disse:
— Sim. Vou me casar com você.
Maria Alice ficou atônita. Não apenas ela, mas o assistente também, que tentou protestar:
— Mas senhor, precisamos investigar...
— Não há necessidade — cortou o homem, sem tirar os olhos de Maria Alice. — Eu a conheço. Isso basta.
Voltando-se para ela, ele acrescentou:
— Uma vez casada comigo, não haverá volta. Está pronta para isso?
Maria Alice respirou fundo, sentindo o coração acelerar, mas, sem hesitar, respondeu:
— Sim. Não vou me arrepender.
Com um sorriso quase imperceptível, ele perguntou:
— Tem seus documentos?
Maria Alice abriu a bolsa e mostrou:
— Tenho tudo aqui. Podemos ir ao cartório agora.
O homem deu um leve aceno ao assistente, que, resignado, começou a fazer as ligações necessárias. Enquanto isso, ele estendeu a mão para Maria Alice, ajudando-a a se levantar.
— Meu nome é Armando Walton — disse ele, com uma intensidade que fez o coração dela disparar.
Maria Alice apertou sua mão, sentindo que acabara de selar um destino inesperado.
— Eu sou Maria Alice Crippa.
E assim, sem olhar para trás, os dois seguiram para o cartório, dando início a uma história que nenhum dos dois imaginava onde os levaria.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Iracema oliveira
isso aí escritora personagem forte nada de mulher vitimista e chorona.
2025-03-02
14
leyde
mto bem decidida, vai a luta ,n ficou se vitimando. Agora é só mostrar a esses aprendizes de bandidos,quem tá por cima,ah começa pl teu palhaço visse
2025-03-08
0
Vilma Alice
OLHAAAAAA!!!AMEI.VÃO DEIXAR TODOS EMBASBACADOS E SE APAIXONARÃO.TERÃO FILHOS E SERÃO MUITO FELIZES.
2025-03-18
0