O controle da fúria

Alessandro observava Isabella atentamente enquanto ela o encarava com raiva. Ele sabia que havia muitas

perguntas rondando a mente dela. O carro avançava suavemente pela estrada, e Alessandro decidiu quebrar o silêncio.

— Vou tirar essa mordaça, está bem? E vou te desamarrar... Fiquei surpreso com a maneira como você bateu no

Sr. Martinelli. — Ele riu levemente, a lembrança trazendo um brilho divertido aos seus olhos. — Se eu te soltar, promete se comportar?

Isabella apenas arqueou uma sobrancelha e deu de ombros, sem pronunciar uma palavra. Alessandro, sem tirar

os olhos dos dela, começou a retirar a mordaça devagar, tomando cuidado para não a machucar. Seus dedos roçaram levemente o rosto dela, e ele fez um carinho delicado na sua pele. — Sinto muito pelo que fizeram com você.

Isabella manteve-se em silêncio, seus olhos fixos nos dele. Alessandro, então, pegou uma adaga e, com movimentos precisos, cortou as amarras nos pés de Isabella, seguido pelas das mãos, liberando-a com cuidado. No instante em que ela se viu livre, Isabella lançou-se contra Alessandro, desferindo tapas com toda a sua força e subindo em cima dele, a raiva transbordando em cada movimento.

— Pare. — Alessandro falou com calma, enquanto a imobilizava sem dificuldade. Ele a virou e a colocou sentada

em seu colo, segurando suas mãos com uma única das suas, a imobilizando. Isabella o olhou com ainda mais raiva, mas Alessandro apenas sorriu, se divertindo com a situação.

— Lutar contra mim não vai te levar a lugar nenhum, minha Bella. Eu não sou Martinelli. Entenda isso. —  Sua voz estava firme, mas havia um toque de ternura. — Se comporte, sim?

Alessandro, com a mão livre, fez um carinho delicado no rosto de Isabella. Ela não demonstrou reação e nem se

afastou. Com um gesto suave, ele a empurrou levemente para seu ombro e Isabella aceitou o movimento, encostando a cabeça. Cansada, ela fechou os olhos.

Minutos se passaram e, ao perceber que Isabella havia adormecido, Alessandro relaxou os braços soltando-a

permitindo que ela se aconchegasse ainda mais em seu colo e suspirasse. Ele sentia o cheiro dela e, com uma expressão pensativa, passou a mão pelo braço dela, fazendo um carinho suave enquanto esperava chegar em casa.

Alessandro estava imerso em um turbilhão de sentimentos que não conseguia compreender. Não conseguia entender plenamente sua própria decisão de arrematá-la no leilão, mas naquele momento, ele desejava apenas aproveitar a tranquilidade de tê-la no colo, sentindo-a vulnerável e tranquila.

Ao chegar em casa, o carro parou bruscamente, fazendo Isabella acordar repentinamente. Ela pulou do colo de Alessandro e se afastou para o banco oposto.

— Chegamos. —  anunciou Alessandro, com um tom que tentava ser calmo.

— Eu quero ir para a minha casa. —  exigiu Isabella, sua voz carregada de frustração.

— Você vai ficar um mês comigo, Bella, se esqueceu? — Alessandro respondeu, tentando manter a paciência.

— Não foi isso que combinei com Martinelli. Ele me traiu, e você sabia disso, não é? Sabia que o acordo não era esse.

Alessandro sentiu a paciência se esgotando. — Olha, Bella, eu não sabia. Agora vamos entrar, estou cansado, e

amanhã é outro dia.

— Não vou entrar. —  Isabella falou com raiva. — Vou para minha casa, agora. —  ela enfatizou pausadamente.

Alessandro bufou, saindo do carro e indo para a porta do lado de Isabella. Abrindo-a, ele a puxou para fora, ignorando suas tentativas de resistência. Com uma força inesperada, ele a levantou colocando-a nos ombros enquanto ela esperneava e gritava, batendo nas costas dele.

Os seguranças, em um esforço para manter a aparência de indiferença, continuaram com suas tarefas, ignorando a cena.

Alessandro, carregando Isabella sem esforço que ainda lutava furiosa, dirigiu-se para os quartos. Ele abriu a porta do seu quarto e a lançou na cama. Isabella, atônita e com raiva, se afastou até encostar na cabeceira da cama.

Rosnando de raiva, Alessandro voltou à porta, retirou a chave e trancou-a do lado de fora. Isabella  pegou um travesseiro, jogando-o contra a porta gritando de frustação.

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