...CHRISTIAN...
Quando eu a vi chegando, meu coração quase saiu do peito. A fogueira estava próxima da cerca que dividia nossos terrenos, na parte que não havia grama.
Vi Olivia atravessar a cerca sem nenhuma dificuldade. O traje agro lhe caiu bem, a calça preta boca de sino, a bota de couro em conjunto com o cinto de fivela e camisa três quartos rosa claro, a deixou ainda mais gostosa. Sim, essa é a palavra. O chapéu preto em sua cabeça e seu cabelo comprido, a deixou com um olhar selvagem, isso me fez ficar ainda mais vidrado no quanto ela parecia ser um sonho.
Conforme ela se aproximava de mim, vi todos os homens parando o que estavam fazendo apenas para apreciar a obra de arte que caminhava sobre a grama verde. As mulheres começaram a fofocas entre elas.
"quem é ela?"
"onde foi que ela comprou aquela camisa?"
"ela se acha com aquela cabelo..."
"o cabelo vai até as coxas, ela tem cortar isso sim."
Eu precisava agir, estava me sentindo uma onça que precisava proteger seu filhote, Olivia não era nada minha além de vizinha e eu claramente não significava muito para ela, visto que ela nem se lembrou do acontecimento do bar. Antes que uns três caras fosse para cima de Olivia, eu a tirei para dançar.
— O que está fazendo, Lincoln? — Ela perguntou com o susto que levou.
Ninguém me chama assim, pelo sobrenome... Isso é novidade.
— Como seu salvador, eu tinha que ter a honra de dançar com você seu primeiro forró em Rondonópolis. — Eu disse enquanto a fazia rodopiar e a trazia de volta para mim, enquanto barões da pisadinha tocava ao fundo.
— Me salvou uma vez e já se acha assim? — Ela disse colando seu corpo ainda mais ao meu, mostrando que sabe bem o que fazer.
— Sabia! Não se lembra do bar? — Falei e ela levantou seu rosto me olhando na mesma hora. — Sim, era eu... Aquele dia, eu já havia te visto pela manhã, correndo entre as ruas, seu cabelo estava preso, e ainda assim, te achei incrivelmente linda.
— Eu estava atrasada. — Ela disse se separando e parando de dançar, colocou as mãos dentro dos bolsos da frente da Calça. — Eu... Não fiz nada demais com aquele senhor...
— Ei! — Segurei o queixo dela e a fiz me olhar. — Eu não achei isso de você, eu odiei o fato daquilo ter acontecido pois, assim que bati o olho em você, entendi que ele havia feito algo com você e isso a deve ter feito reagir e aquela foi a reação escrota que o babaca teve.
Ajeitei meu chapéu e ela me encarou com um sorriso de agradecimento no rosto, que logo se desfez quando ela olhou para uma de minhas mãos, a direita, a mão que eu usava uma aliança.
— Está olhando para isso? — levantei minha mão e ela concordou devagar. — Não estou noivo, já quase estive, uma vez... Mas, acabou! — Falei firme e olhei a multidão alegre e vários casais em volta dançando e sendo felizes. — Isso de amor não é para mim.
— Então, qual o motivo de usar aliança? — ela perguntou cruzando os braços e os esfregando para espantar o frio.
Segurei a mão dela e a levei para sentar em um dos bancos feitos de árvore bruta que colocaram em volta da fogueira. Assim que nos sentamos, eu comecei.
— Meu bisavô começou essa tradição. — Tirei a aliança e entreguei para ela. — Dentro tem o sobrenome Lincoln dentro, ele mandou fazer essa aliança e disse que somente o herdeiro atual da fortuna poderia usá-la e passaria adiante quando sentisse que era a hora ou, se a pessoa em questão viesse a falecer.
— Lincoln, seu pai não...
— Morreu? Não, meu pai é muito novo e cheio de saúde... Meu avô sim morreu, mas era novo demais e não me lembro muito dele. — Tirei meu chapéu e fiquei o virando entre as mãos. — Esse chapéu e essa aliança representam um trato: "aquele que os possuem, deve cuidar, prosperar com a fortuna deixada, e principalmente casar e ter o próximo herdeiro Lincoln.", meus pais não conseguiram ter mais filhos além de mim e então, assim que meu pai achou viável, passou tudo para o meu nome, ficando apenas com as empresas que ele adquiriu com seu próprio suor.
— E onde ele está agora? — Olivia perguntou baixo.
— Está com minha mãe, os dois decidiram conhecer o mundo, você ia amar conhecer eles.... Meu sonho é ter um relacionamento com pelo menos metade do amor e do respeito que os dois tem um pelo outro. — Coloquei meu chapéu na cabeça ao ver Joyce chegando no meu terreno. — Eu achei que tinha conseguido uma vez, mas quebrei feio a cara.
Apontei sutilmente para Joyce e Olivia levou seu olhar até a mulher de cabelos castanhos encaracolados por cima do ombro, o corpo esbelto de Joyce ressaltava sobre o vestido longo justo que ela usava, mas desde quando terminamos— e ela jogou na minha cara que odiava o lugar que eu morava e que trabalhava — toda vez que eu a vejo surge um ponto de interrogação na minha mente, olhando para ela, totalmente patricinha, só pelo salto que ela está afundando e fazendo buracos por toda a minha grama, dá para saber que ela nunca iria combinar com essa vida no interior.
O olhar de Joyce ferveu sobre mim, Olivia levantou a cabeça e encarou ela na mesma hora. O clima pesou quando as pessoas começaram a perceber Joyce parada feita estátua em um ambiente que ela claramente não era mais bem-vinda.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Brandao Nete
Perdeu patricinha,cai fora nosso garanhao já tem dona,torcendo para nosso casal a vista.
2025-01-12
0
Alexandra Calheiros
O que essa bruxa quer? Eu hein, mulher.louca.
2024-11-18
1
Josiane Silva
essa Joyce hem
2024-11-07
1