CAPÍTULO 5

...CHRISTIAN...

 Eu não gosto de viajar, viagens longas que me fazem ficar muito tempo longe da fazenda, não me deixavam nada feliz, e muito menos quando é uma viagem de negócios fora de Mato Grosso.

 Arrumei minha mala na quinta-feira à noite e cheguei em São Paulo hoje pela manhã, aproveitei para fazer uma caminhada e academia antes de ir para a reunião, para não perder o costume.

 Coloquei um calção e uma regata, calcei meu tênis e fui correr nas ruas da grande capital, essa hora do dia, tem poucas pessoas nas ruas, agradeço por ter espaço para correr. Enquanto passo de calçada em calçada, vejo uma bela mulher correr rapidamente, mas ela estava com pressa. Isso é a parte ruim de viver na cidade, todos parecem sempre estar com pressa para chegar aos lugares e se você não acompanha o ritmo deles, acaba ficando para trás.

 A reunião foi gratificante, fechei com três novas empresas, foram ótimos contratos para a minha plantação de soja e café.

Após a reunião acabar, eu fiquei o dia inteiro na piscina do hotel. Só descanso quando não estou em casa, a fazenda me faz querer trabalhar, então sempre aproveito quando não estou lá.

 — Eu acho que vou dar umas voltas na rua, tomar uma cerveja gelada... — Falei com Adenor ao telefone. — Já que você está cuidando de tudo por aí, posso ficar mais relaxado.

As ruas estavam lotadas, visto que eram quatro horas da tarde e muitas pessoas saíram de seus trabalhos nesse horário. Procurei no GPS o bar mais próximo que havia do hotel onde eu estava, queria ir andando, pegar um táxi nessa cidade é pedir para ficar horas parado no mesmo semáforo.

Caminhei com instruções do meu celular, a claridade do sol se pondo deixava a cidade de prédios altos parecer até bonita e calma. Conforme eu andava, as pessoas me encaravam, algumas mulheres cochichavam entre si. Era sempre assim onde eu passava, as pessoas ainda acham diferente o estilo agro, mas eu me sinto muito importante quando estão me olhando dessa forma, fui criado assim e isso é a coisa mais normal para mim.

 — Merda!

Esbravejei pra mim mesmo ao sentir uma dor de barriga enorme, acontece, que sou muito fraco quando se trata de lactose, mas ganhei uma batida de leite e banana do gerente do hotel e não consegui dizer não a ele, e agora precisa aumentar o passo e chegar ao bar.

 Quando estava chegando próximo ao tal bar, vi uma pequena movimentação na frente do mesmo. De longe, consegui ver um homem forte segurando uma mulher pelos cabelos, uma raiva imensa subiu em mim quando vi que era a bela moça de hoje de manhã. Seu belo cabelo preto e longo estava entranhado por todo o braço do velho, a expressão de dor que ela fazia fez meu coração partir, ao reparar no uniforme, vi que a mesma estava apenas trabalhando, e aquele que parecia ser o chefe, estava de braços cruzados, observando como se fosse uma peça teatral.

Tentei ignorar a minha vontade de ir ao banheiro e me intrometi no meio da confusão.

 — Solte ela agora ou você vira um homem morto! — Falei sentindo a fraqueza chegando junto com a dor de barriga.

O velho e a linda mulher me olharam na mesma hora, não demorou muito e o homem a soltou e saiu correndo na mesma hora.

 Queria ficar e conversar com ela, saber o que houve e talvez, quem sabe pegar seu número, mas algo me chamava, precisava urgentemente chegar ao banheiro logo senão, uma catástrofe aconteceria e eu viraria uma chacota na frente de todos e principalmente da moça. 

 Abri um sorriso para ela e entrei no bar, sem conhecer muito o local, fui em direção ao que indicava ser o banheiro. Me aliviei.

Depois de alguns minutos, saí do banheiro e todos me olhavam com... Medo? Nem usei minhas artimanhas para intimar aquele homem, eu só falei pra ele soltar e foi o que ele fez. Odeio e sinto repúdio de qualquer cara que usa de sua força para machucar alguém indefeso ou simplesmente agride uma mulher por pura vontade, se eu pegasse ele sem estar com dor de barriga e principalmente, se ele contrariasse minha ordem, a história terminaria completamente diferente. 

Me sentei em uma das banquetas do balcão do bar e logo fui servido com uma cerveja gelada. 

 — Ei, você não é daqui, né? — O dono do lugar me perguntou enquanto secava alguns copos. — Ninguém enfrentava aquele cara a muito tempo, ele sempre nos causava problemas...

Eu só queria beber minha cerveja em paz...

 — O que você estava fazendo parado daquele jeito? — Eu perguntei após um gole da cerveja descer pela minha garganta. 

 — Como assim? — Ele disse bravo com o tom que eu usei. 

 — Você é um fracote mesmo!

 Virei de uma vez a bebida e senti um líquido descendo por todo o meu chapéu.

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Comments

Elza Ferreira Gomes

Elza Ferreira Gomes

velho chato 😕

2024-12-07

0

Rosilene Santos

Rosilene Santos

Vai se lascar quem fez isso
Dá uma sussurra cowboy bem dada

2024-11-21

0

Ver todos

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