...CHRISTIAN...
Acordei no domingo com uma dor de cabeça que parecia estar explodindo dentro do meu crânio. A luz fraca que entrava pelas frestas da cortina parecia me atravessar, e eu me arrependi profundamente de ter ido àquela festa na noite anterior, mesmo sem vontade. Não era o meu tipo de lugar, mas algo me empurrou para lá, talvez a necessidade de fugir dos meus próprios pensamentos. Agora, o preço a pagar era uma ressaca cruel.
Olhei ao redor e me dei conta de que estava na minha casa do centro da cidade. Nem lembrava como tinha chegado ali. O relógio ao lado da cama mostrava que já passava das três da tarde, e com um suspiro pesado, forcei meu corpo a se levantar. A cabeça latejava a cada movimento, mas ficar na cama não ajudaria. Precisava de um remédio.
Com dificuldade, me vesti e desci as escadas, cada passo ecoando na minha cabeça. Entrei na minha caminhonete, os dedos ainda dormentes do sono. Liguei o motor e saí em busca da primeira farmácia aberta. A cidade parecia estranhamente silenciosa, o que só amplificava o martelar constante em minha cabeça. Encontrei uma farmácia de esquina, entrei apressado e comprei o que precisava. Assim que voltei ao carro, tomei o remédio, na esperança de que a dor começasse a ceder logo.
De volta à minha casa, a exaustão me dominava, mas sabia que precisava me recompor. Tomei um banho quente, a água escorrendo pelo meu corpo como se pudesse levar junto o cansaço e a dor. Fechei os olhos, tentando limpar a mente dos eventos da noite anterior, mas as memórias vinham em flashes – risadas altas, luzes piscando, rostos que eu mal conhecia.
Depois do banho, me vesti com roupas limpas e confortáveis. Olhei pela janela e vi que o céu estava ficando escuro, pesado, prenunciando uma tempestade. O cheiro de terra molhada já estava no ar. Precisava ir logo para a fazenda antes que a chuva começasse. A estrada para lá seria complicada de dirigir com o chão escorregadio, e eu não queria me arriscar mais do que o necessário.
Subi na caminhonete novamente, o som distante de trovões ecoando ao longe, e parti com um sentimento de urgência. Sabia que, em breve, o céu desabaria sobre mim, mas havia algo mais que me incomodava – algo que eu não conseguia definir, uma inquietação crescente que não era só por causa da chuva.
[...]
Já estava a quase meia hora da fazenda, a chuva que caia, deixou a estrada completamente inacessível, para minha sorte conhecia cada canto daquela estrada, e minha quatro por quatro ajudava bastante a sair de qualquer buraco em que eu entrava.
Assim que fiz mais uma das várias curvas dessa estrada de chão, vi um carro atolado no canto direito da estrada, os faróis estavam piscando e mesmo com a chuva caindo incansavelmente, dava para ver muita fumaça saindo do Civic atolado no barro. Com a porta direita da traseira aberta, dava para ver uma menina em pé, tomando chuva e chegando mais perto vi que havia mais pessoas no carro. Para a caminhonete o mais próximo que consegui e desci do carro em direção a ela.
— Boa noite, posso ajudar em alguma coisa? — Perguntei para a menina parada do lado de fora.
Antes que ela respondesse, saiu uma mulher mais velha do lado do motorista, parecia estar tremendo de frio ou de medo.
— Moço, sabe onde fica a fazenda estrela? Precisamos chegar lá mas nosso carro atolou e minha filha torceu o pé no despero de entrar no carro.
Me aproximei do carro e vi uma mulher que aparentava estar desmaiada.
Se ela não parecesse tanto com a mulher que estava deitada no banco traseiro, eu não a ajudaria. Muito suspeito essa situação.
Peguei a moça desmaiada nos braços e a levei para dentro da minha caminhonete, no banco traseiro a prendi no cinto de segurança.
— Estamos um pouco longe da fazenda, entrei no carro.
As duas pararam um pouco e depois que me analisaram - muito -, trancaram o carro e resolveram entrar na caminhonete. Peguei as malas que estavam lá e transferia para a RAM.
Quase chegando a porteira da minha fazenda.
— Me desculpe, senhora... Mas, como posso acreditar em vocês duas? Como vocês explicam o fato dela, desmaiar após torcer o pé? — Perguntei para a mulher sentada no banco do carona.
— Olivia, o nome dela é Olivia Wadson. Eu sou a mãe dela, Eva e essa é a Sara. — Ela apontou para a parte de trás do carro. — Olivia, desde pequena tem medo de chuva... — Ela disse enquanto limpava algumas lágrimas.
— Foi de repente, depois de tentarmos falhadamente tirar o carro daquele buraco, íamos voltar para dentro e foi quando ela torceu o pé. — A Sara falou. Pelo retrovisor, vi Olivia dormindo tranquilamente em seu colo. — Olivia percebeu que estava chovendo e entrou em pânico, me doeu muito a ver assim...
Fiquei quieto até chegarmos na minha fazenda, elas ficaram aqui pois, não acharam as chaves para entrar na outra casa.
Queria entender, saber mais sobre essa menina. Como ela conseguiu a herança do senhor misterioso? Por qual motivo ela tem trauma de chuva?
Pagaria muito para descobrir quem é essa garota.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Paulinha da Silva
oxe a mãe dela não te falou o nome foi até ligar uma coisa na outra
2025-02-09
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Ana gabriely
muito boa uma das melhores histórias que já li
2024-12-13
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Mônica Santos
uma história maravilhosa
2024-11-30
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