CAPÍTULO 12

...OLIVIA...

Chegamos ao centro da cidade, eu ainda não estava à vontade com a presença do Christian, algo nele me incomodava e não era algo bom. A segunda-feira em Rondonópolis estava mais movimentada do que havia imaginado, paramos em uma loja com indicação do Christian, que fez questão de entrar com nós três.

A loja tinha todo o tipo de coisa; chapéus de todos os tipos, jeitos e cores, cintos, botas e bonitas uma mais estilosa que a outra, haviam blusas e camisas com proteção UV, camisas xadrez e lisas de mangas curtas e longas, corpetes e tops femininos, calças largas, apertadas e de boca de sino...

— Não sabia que existia essa variedade de roupas e acessórios! — Sara falou empolgada enquanto mexia em tudo.

— Precisamos mesmo disso? — Perguntei encarando minha mãe.

— Bom, você não precisa mudar seu estilo, mas acredito que seria a melhor opção, você vai para alguma reunião de vestido rodado? — Minha mãe me perguntou me fazendo rir.

Christian ficou na entrada da porta, batendo papo com um homem que acredito ser o dono da loja chique. Pela vitrine dava para ver a RAM vermelha de Christian brilhando lá fora, me fazendo lembrar de que precisava de um carro.

[...]

Já que não trouxemos muitas roupas, resolvi renovar o guarda roupa das três. Sara ainda continuou com seu estilo apaixonado, já que ela trabalhará no meu escritório, não achou necessário trocar totalmente seu jeito de vestir, minha mãe comprou algumas calças mas não saiu de seus longos vestidos. E eu? A vendedora me empurrou vários chapéus, cintos de fivelas grandes, botas de todos os jeitos e alturas, corset's e corpetes de couros e de tecidos, camisas três quartos, manga longa e Uv.

Após as compras, passamos na farmácia e no mercado, fizemos uma boa compra e por mais estranho que pareça, Christian não reclamou um minuto se quer, pelo contrário, ele ajudou e deu sua opinião em praticamente tudo.

— Agora podemos ir embora? — Sara falou após termos almoçado em uma churrascaria por indicação do Christian.

— Não, vamos a uma concessionária! — Eu afirmei e vi o Christian ficar com uma feição de tristeza no rosto.

Paramos em frente a concessionária e descemos do carro.

— A última vez que dirigiu ficamos enfiadas em uma poça de lama, gata! — Sara ria enquanto caminhava na nossa frente de mãos dadas com a mamãe.

— Porque não era o carro apropriado, irei comprar o correto e não precisaremos incomodar o Christian. — Assim que falei o sentir pegar minha mão, me fazendo parar para olhá-lo.

— Vocês não estão me incomodando, eu quero ajudá-las! — Ele disse em um tom quase inaudível.

Que merda é essa?

— Não quero tomar seu tempo assim e além do mais, preciso aprender a me virar. — Larguei a mão dele. — E sua noiva não vai gostar de você para cima e para baixo com três mulheres na sua caminhonete.

Isso estava me incomodando já, a boa vontade dele era estranha, sem contar no fato de que ele usava aliança de noivado, e eu super achei comum, Christian Lincoln é um homem extremamente bonito e seria um desperdício ele ficar solto no mercado das solteiras.

Consegui, peguei hillux branca, transferimos todas as nossas para a mala do carro novo, consegui um bom preço no Civic.

Christian foi dirigindo na frente, devido a escuridão noturna que já tomava conta de tudo, e eu logo atrás o seguindo e passando exatamente onde ele passava.

Assim que chegamos próximos às duas porteiras, ouvi um som alto com música tocando, tinham luzes e dava para ouvir vozes e risadas vindo da casa de Christian. Quando nós dois descemos dos carros para abrir as porteiras vizinhas, ele falou comigo.

— Sei que você ficou incomodada com a minha presença, Olivia... Mas, meus empregados estão fazendo um churrasco, caso vocês queiram participar e só atravessar a cerca. — Ele falou e ajeitou o chapéu sem graça.

— Você nem nos conhece direito, como pode simplesmente nos deixar invadir sua vida assim? — Peguntei cruzando os braços.

— Eu convido todo o interior para vir, sempre tem bastante gente e é muito comum as fazendas darem essas festas. — Ele deu ombros tentando fazer eu aceitar.

— Vamos ver se eu vou... Não prometo nada da minha parte, talvez de Sara sim.

Ele entrou em sua caminhonete e subiu caminhou a sua casa.

Quando falei para Sara que ele havia me chamado, ela afirmou estar cansada e minha mãe ficou do lado dela, eu não queria ir, mas também, sabendo que todas as pessoas desse interior estariam lá, sabia que precisava fazer isso, deve ser bom para os negócios. Vesti as novas roupas que comprei, me senti incrível com esse novo estilo que foi adaptado em mim. Farei bom uso dessa minha nova imagem e dessa minha nova versão, mulher da fazenda, dona de muitos milhões por ironia do acaso, ou não.

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