"Você me terá por completo."
Essa frase martelava na minha cabeça o tempo todo enquanto estávamos sentados ao redor da mesa do jantar. Eu não podia acreditar que eu, Dante Rossetti, havia dito isso a uma mulher. Chegava a ser ridículo para mim, dava vontade até de rir de mim mesmo. Mas a garota apertou minha gravata, quase me asfixiando, enquanto claramente me ameaçava, e eu ainda disse isso? Se ela pensa que pode me desafiar e vencer, está redondamente enganada.
Enquanto fingia prestar atenção nas conversas ao meu redor, meus pensamentos voltavam constantemente para aquele momento no jardim. A força e a audácia de Eloá me surpreenderam. Nenhuma mulher havia me confrontado daquela maneira antes. E o mais intrigante era que, em vez de me irritar, isso despertou algo profundo em mim, um desejo de domar e ser desafiado por ela ao mesmo tempo.
Olhei de relance para ela, que estava sentada ao meu lado, aparentemente tranquila, mas eu sabia que por trás daquela fachada calma havia uma mulher tão feroz quanto qualquer homem que já enfrentei. Ela estava tão tranquila, como se nada houvesse acontecido, com aquela cara de inocente, que se eu não soubesse quem ela é, eu deixaria me enganar, porque de inocente, ela não tem nada.
Decidi que seria um jogo interessante. Eloá Lombardi havia acendido uma chama que eu não sabia que existia, e eu estava determinado a ver até onde essa faísca nos levaria. Mas ela também precisava saber que estava brincando com fogo, e que eu não era um homem facilmente controlado.
— Então, Dante, quando será o casamento? — indagou Giovanni, direcionando seu olhar para mim.
— Dentro de um mês — respondi com firmeza, observando o impacto de minhas palavras.
Eloá se engasgou com a água, surpresa evidente em seu rosto. Ela tossiu levemente, tentando recuperar a compostura, enquanto todos à mesa olhavam para ela. Seu pai, Giovanni, manteve um olhar avaliativo, mas satisfeito, claramente aprovado com a resposta.
— Um mês parece um tempo adequado — disse Giovanni, voltando-se para Eloá. — Temos muito a preparar, mas acredito que será um evento memorável. Não é querida?
— É sim, papai. — concordou Eloá.
Eloá finalmente recuperou o fôlego, mas seus olhos me lançaram um olhar desafiador. Ela não estava preparada para essa decisão repentina, mas sabia que não tinha muito a dizer sobre o assunto.
— Um mês, então — ela disse, a voz controlada, mas firme. — Teremos que nos preparar bastante. — desviou o olhar.
— Ótimo, sei que tenho um genro decidido — disse a senhora Lívia, um sorriso de aprovação nos lábios.
— Dante puxou o pai. Tenho orgulho desse meu garoto — elogiou meu pai, com um tom de satisfação evidente.
Olhei para cada um naquela mesa, em minha cabeça traçando alguns planos. Em algumas máfias, o noivo só pode levar a noiva para morar junto quando casar, mantendo um espaço considerável dela até o dia do casamento, sem tocá-la até lá. E essa mesma regra, também é aplicado no nosso mundo. Mas comigo não vai funcionar dessa vez. Como já disse, gosto de estar sempre por cima, de vencer, de mostrar meu poder e ousadia. Além de tudo, não gosto da ideia de deixar minha noiva longe do meu campo de visão.
Tomei um gole do vinho, sentindo o líquido descer quente pela garganta.
— Hoje mesmo quero levá-la para minha casa. Tenho uma casa com vista para a praia, e não vou esperar o casamento — anunciei, a voz firme e intransigente.
Todos na mesa me olharam com olhos espantados, inclusive Eloá.
— Está quebrando uma regra da máfia, isso é inadmissível — disse Giovanni, me fuzilando com o olhar.
— É para você saber, sogro, o tipo de genro que terá. E eu sempre soube, que regras foram feitas, para serem quebradas quando preciso. Sou um homem de negócios, não gosto de ser contrariado, o que tenho para dizer, digo na cara. Se acha que não pode aceitar que a minha noiva vá morar logo comigo, seja lá o que tiver em acordo com meu pai e nossa máfia, está cancelado agora mesmo — eu me levantei, ignorando o olhar desaprovador do meu pai, que silenciosamente pediu para que eu me sentasse, mas eu não o fiz.
O silêncio na mesa era palpável, todos presos na tensão do momento. Giovanni me olhava fixamente, avaliando minhas palavras e a minha determinação. Eloá, por sua vez, estava quieta, os olhos arregalados refletindo a surpresa e talvez um pouco de temor. Finalmente, Giovanni respirou fundo, como se estivesse processando tudo antes de responder.
— Muito bem, Dante. Vejo que é um homem de ação, assim como eu. Se essa é a sua decisão, então que seja — disse Giovanni, seu tom ainda rígido, mas agora com uma ponta de respeito.
— Obrigado, sogro. Não vou decepcioná-lo — respondi, sentando-me novamente, a tensão, aliviando-se um pouco. Pisquei para meu pai, que balançou a cabeça em negativo.
Meu pai suspirou aliviado, e a conversa ao redor da mesa gradualmente retomou seu curso, embora o clima ainda estivesse carregado. Enquanto os outros conversavam, olhei para Eloá, percebendo o desafio que tínhamos pela frente. Nossa união não seria apenas um acordo de poder, mas um jogo de forças e vontades, e eu estava preparado para jogar o que ela começou.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Elizabeth Fernandes
Então que comece o jogo vamos ver quem ganha na Dante é Eloá claro kkkkl
2025-03-21
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Andressa Silva
vai ser interessante esse dois juntos 😜🙂😜😜😜
2025-03-15
0
maria conceiçao
Será que ele tá achando que ela vai aceitar isso de forma assim natural calma pacífica me aguarde normalmente uma mulher forte guerreira vai dar o troco e o troco vai carregar
2024-12-13
1