Capítulo 05

As conversas correm soltas entre meus pais e meu futuro sogro. Até que meu celular começou a tocar na bolsa. Pedi licença e saí para atender no jardim. Era Diogo.

— Diogo, algum problema? — perguntei, a voz suave mas curiosa.

— Eu mandei mensagem para você ontem, você respondeu e depois não disse mais nada. Então liguei para te convidar para sairmos hoje, jantar ou pegar um cinema, como velhos amigos.

— Diogo, você é fofinho, por isso gosto da sua amizade. Mas hoje também não dá. Estou em um jantar de família.

— Tudo bem, desculpa incomodar.

— Diogo, não entenda mal... — comecei a dizer, mas ele já havia desligado na minha cara.

Suspirei, sentindo um misto de culpa e frustração. Diogo sempre me convidava para sair, mas ultimamente eu estava sempre ocupada. Coloquei o celular de volta na bolsa e me virei para retornar ao jantar, apenas para me deparar com Dante parado diante de mim, as mãos nos bolsos da calça social, o semblante sério e fechado.

— Estava aqui bisbilhotando minhas conversas? — perguntei, tentando manter o tom leve, embora meu coração estivesse acelerado.

— Tem algo a esconder? — ele retrucou, com os olhos fixos nos meus.

— Não, mas não gosto que me pegue de surpresa.

Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós, sua presença imponente fazendo meu coração bater ainda mais rápido.

— Eu só queria ter certeza de que está tudo bem — disse ele, a voz firme mas com um toque de preocupação.

— Está tudo bem, só um amigo querendo conversar — respondi, tentando parecer casual.

Dante assentiu lentamente, seus olhos ainda presos nos meus, como se estivesse tentando ler meus pensamentos em busca de alguma mentira.

— Me dê sua mão — pediu ele, a voz baixa e determinada.

Estendi minha mão, observando-o com curiosidade e um toque de apreensão. Ele abriu uma caixinha de veludo, revelando uma aliança deslumbrante, e deslizou a jóia brilhante e enorme em meu dedo.

— Mas não tínhamos que esperar nossos pais se pronunciarem primeiro? — indaguei, surpresa.

Sem dizer uma palavra, ele me puxou para mais perto, seu corpo alto e imponente fazendo-me inclinar a cabeça para cima para encontrar seu olhar. Seus olhos negros perfuraram os meus, e o perfume inebriante que ele usava envolveu-me, fazendo meu coração acelerar. Senti suas mãos subirem pelas minhas costas até se perderem em meus cabelos, onde ele apertou com uma certa força, forçando minha cabeça para trás apenas para sussurrar entre meus lábios.

— Faço as coisas como eu quiser — disse, roçando seus lábios nos meus. — A partir de agora, você é minha, Eloá Lombardi. Respire com cuidado, pise no chão cautelosamente. Eu não tolero traição. Se ao menos pensar em algum nome masculino, eu te destruirei, sem me importar se seu pai é o Don mais respeitado deste lugar. Só peço que seja fiel a mim, e tudo ficará bem.

O encarei com um olhar desafiador, minha mente fervilhando com uma mistura de emoções. Não vou mentir, mas gostei daquela forma possessiva dele.

Levei minhas mãos ao seu rosto, sentindo a suavidade de sua pele, até alcançar seus cabelos sedosos. Beijei-o com voracidade, uma chama intensa acendendo-se entre nós. Senti suas mãos grandes apertarem minha cintura, puxando-me para mais perto, seu membro rígido pressionando contra mim através da calça. Parei de beijá-lo, desci minhas mãos pelo seu peito até alcançar a gravata, apertando-a com firmeza para que ele me olhasse nos olhos.

— Só me peça fidelidade quando for fiel a mim. Me honre, e eu também vou honrá-lo. Caso contrário, me mate agora, porque se me deixar viva, eu é que o matarei na primeira oportunidade que eu tiver. Serei sua por inteira, se também for meu. Reciprocidade é tudo.

Ele ficou em silêncio por um momento, seus olhos escurecendo com uma mistura de desejo. Então, sem aviso, ele me puxou para um beijo profundo e possessivo.

Enquanto nos beijávamos, Dante agarrou-me com firmeza, prendendo-me contra sua cintura enquanto suas mãos apertavam minha bunda. Ele me pressionou contra a parede, a intensidade de seus movimentos fazendo meu corpo arder de desejo. Parou de me beijar e passou a língua pela extensão do meu pescoço, causando arrepios por toda minha pele. Novamente, ele balbuciou palavras entre meus lábios.

— Você me terá por completo, Eloá. Sou todo seu, apenas seu.

Ele mordeu meu lábio inferior, apertando meus cabelos com uma mistura de força e possessividade que me deixou sem fôlego. A paixão entre nós era eletrizante, uma chama intensa que ameaçava consumir tudo ao nosso redor. Naquele momento, senti que, independentemente dos desafios e perigos que nos aguardavam, estávamos irrevogavelmente ligados, nossos destinos entrelaçados por um vínculo de desejo e loucura, uma chama acesa, que não vai se apagar.

Era aquele desejo que eu queria sentir, aquela loucura que eu queria viver e não poderia até achar o esposo ideal para mim.

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