Capítulo 18

Somos assim, mafiosos assassinos como eu, não nos importamos com nossas vítimas, em tirar a vida de miseráveis traidores. Não me arrependo de nada que fiz nesta vida, para estar onde estou e ter o poder e influência que eu tenho.

Desliguei o chuveiro atrás de Eloá, a água ainda escorrendo pelos nossos corpos. Peguei-a em meus braços, sentindo seu calor contra mim, e a deitei sobre a cama. A sensação de sua pele molhada contra a minha apenas aumentava a intensidade do momento. Minhas mãos começaram a explorar seu corpo, deslizando por suas curvas, até alcançar sua böcet4, já úmida e convidativa.

— Você é minha. — afirmei, apertando seu pescoço levemente, sentindo o poder pulsar em minhas veias.

— Eu sou sua, toda sua. — gemeu entre meus lábios, puxando meu cabelo.

Ter aquela mulher embaixo de mim, mordendo os lábios enquanto eu tocava seu corpo com a boca, fazia meu corpo inteiro arrepiar de desejo. Suas pernas torneadas me prendiam mais a ela, e sei que ela queria me sentir da mesma forma que eu a desejava. No entanto, não podíamos avançar o sinal antes do casamento. Foi uma promessa que fiz ao pai dela, e como um homem criado em honra, eu teria que cumprir minha palavra e minhas promessas.

Cada toque, cada beijo, era um teste à minha força de vontade. Eloá era uma tentação viva, e controlar meus impulsos ao estar tão próximo dela era uma tarefa árdua. Sentia seu corpo se arquear sob o meu, seus suspiros e gemidos alimentando o fogo que ardia dentro de mim. Meu coração batia acelerado, cada batida lembrando-me da promessa que fiz.

E no final de tudo isso, eu não sabia, afinal, se eu sentia algo profundo por ela ou se era somente desejo. Eu a tratava bem, porque fui ensinado pelo meu pai que devo respeitar a minha esposa e ser fiel a ela até que a morte nos separe. Que devo cuidar dela quando tivermos nossos filhos, e passar a eles o que aprendi. Houve várias mulheres em minha vida, as quais queriam me mudar, queriam que eu as amasse, que eu fosse um homem bonzinho e romântico. Mas eu nunca permiti que nenhuma delas me mudasse, porque não vou fazer isso por ninguém. Eu não gosto de ser controlado, não gosto de mudanças.

Ainda passeando pelo corpo da minha noiva, meus pensamentos se misturavam entre o dever e o desejo. Ela era diferente das outras, mas será que isso era suficiente para quebrar as barreiras que construí ao longo dos anos? Meu pai sempre me disse que um homem de verdade mantém sua palavra e honra seus compromissos. Isso eu sabia fazer. Mas amor? Amor era um território desconhecido para mim, um território que eu sempre evitará.

Eu pensava nas palavras do meu pai sobre casamento e responsabilidade. Ele sempre dizia que um homem deve proteger sua esposa e sua família, e isso eu podia fazer. Proteger, cuidar, manter a segurança de todos. Essas eram minhas habilidades, meu modo de viver. Mas e quanto ao que Eloá queria? Ela merecia mais do que apenas segurança e proteção. Ela merecia amor, carinho, alguém que pudesse se abrir e ser vulnerável. E isso era algo que eu não sabia se podia oferecer.

As outras mulheres que passaram pela minha vida queriam me moldar à imagem de um homem que eu nunca quis ser. Um homem controlável, previsível, romântico de uma forma que parecia antinatural para mim. Elas queriam que eu me dobrasse às suas vontades, que fosse alguém que eu não era. E eu nunca permiti isso. Meu espírito indomável e meu desejo de liberdade sempre falaram mais alto.

Mas Eloá... Ela era diferente. Ela não parecia querer me mudar. Ela aceitava quem eu era, com todas as minhas falhas e imperfeições. E isso, de alguma forma, me desarma. Será que ela era a pessoa que poderia finalmente me fazer questionar minhas certezas? Ou será que ela também, eventualmente, se cansaria de minha resistência a mudar?

Parei de beijá-la e me sentei ao seu lado. Ela franziu o cenho e me encarou com uma expressão de confusão.

— Casaremos amanhã — disse, ajeitando-me sobre a cama, tentando parecer firme e decidido.

— Não era daqui a dois meses, Dante? — perguntou ela, surpresa.

— Mudei de ideia. Casaremos amanhã, e não me faça mais perguntas — respondi, evitando seu olhar.

Eloá ficou em silêncio por um momento, claramente tentando processar a mudança repentina. Seu olhar penetrante me fez sentir uma leve pontada de culpa, mas eu sabia que essa decisão era necessária.

— Dante, isso é muito repentino. Você pode, pelo menos, me dizer por quê? — perguntou ela, tentando manter a calma.

Suspirei profundamente, sabendo que ela merecia uma explicação, mesmo que eu não estivesse totalmente pronto para dar.

— Não é apenas sobre nós, Eloá. A situação ao nosso redor está se tornando cada vez mais perigosa. Quanto mais rápido nos casarmos, mais cedo poderei garantir sua segurança e estabilizar as coisas — expliquei, tentando soar convincente.

Ela me observou, seu olhar suave, mas firme.

— Eu entendo sua preocupação. Mas também quero que nosso casamento seja especial, algo que ambos possamos lembrar com carinho — disse ela, tocando minha mão suavemente.

A sinceridade em seus olhos quase me desarmou. Quase.

— Eu prometo que faremos isso especial, mesmo que seja amanhã. Eu já providenciei tudo. Sua mãe deve está cuidando dos detalhes — assegurei, apertando sua mão.

Ela suspirou, resignada.

— Se é isso que você acha melhor, então vamos fazer. Só espero que possamos aproveitar o momento, mesmo com toda essa pressa — disse ela, finalmente concordando.

— Vamos, eu prometo — disse, puxando-a para um abraço.

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