Na parte da tarde, saí na minha moto, um monstro de aço e potência que vibra sob meu comando, me conectando ao asfalto com uma intensidade que poucos podem entender. O ronco do motor, grave e constante, reverbera dentro de mim, cada pulsação alimentando minha necessidade de liberdade. Gosto mais de sentir o vento cortando meu rosto, o cabelo solto esvoaçando selvagemente, do que estar preso dentro do meu carro, cercado por um monte de homens atrás de mim. Os seguranças do meu pai.
Acelerando pelas ruas da cidade, sinto o asfalto rugoso sob os pneus. A adrenalina corre em minhas veias, um lembrete constante de que estou vivo, de que, por mais perigosa que seja minha vida, ela ainda é minha para viver.
As pessoas se afastam ao ouvir o rugido da minha moto, alguns com medo, outros com admiração. Gosto dessa reação. Gosto de saber que meu caminho está sempre aberto, que minha presença nunca passa despercebida. Quando estava em Nova York, gostava de correr e apostar, sempre ganhei nas corridas. E isso me torna diferente de qualquer outro mafioso.
Em minha cintura, sinto o peso constante de uma arma, um companheiro silencioso e letal, sempre pronto caso algo dê errado. A arma é uma extensão de mim, uma ferramenta de poder e proteção. Em meu mundo, estar despreparado é uma sentença de morte. Então, sempre estou preparado.
Após percorrer um longo trecho, chego ao meu destino: uma loja de jóias. Estaciono minha moto bem na frente. Os pedestres olham curiosos, alguns com inveja, outros com desdém. Ignoro todos.
A porta da loja se abre com um suave tilintar de sinos, o ambiente é calmo, quase reverente, com vitrines reluzentes exibindo peças que parecem luxuosas. Aproximo-me do balcão, onde um vendedor de olhar afiado e sorriso treinado me atende com uma deferência sutil. Ele sabe quem sou, e o que isso significa.
— Estou procurando algo especial. — digo, a voz firme e baixa, carregada de uma autoridade que não precisa ser explicada. — Um anel de compromisso. Quero o melhor que você tem. Que contenha uma pedra preciosa, que fique evidente nos dedos, para que até um cego veja.
Ele acena com a cabeça, desaparecendo por um momento para retornar com uma bandeja forrada de veludo. Sobre ela, anéis de todos os tamanhos e estilos, cada um uma obra de arte em miniatura. Mas meus olhos são atraídos por um em particular: um anel robusto, com uma pedra de safira incrustada no centro. A safira brilha com uma intensidade hipnotizante, uma profundidade de cor. A maior que achei. Perfeita.
— Este digo. — apontando para o anel.
O vendedor sorri, um brilho de compreensão em seus olhos.
— Uma excelente escolha, senhor. É uma peça única, perfeita, a sua esposa vai amar.
Assinto, satisfeito com a escolha. Gosto de marcar território. Em meu mundo, tudo que é meu deve ser claramente identificado, protegido e, se necessário, defendido com todas as minhas forças. Sempre gostei disso, presentear e marcar todas as coisas que me pertencem, e com mulheres não é diferente.
Enquanto o vendedor prepara a caixa de apresentação, olho ao redor da loja, observando as outras jóias. Cada uma delas é um reflexo do poder e da riqueza, mas este anel… este anel será especial.
Com a compra concluída, guardo a caixa de veludo no bolso do paletó, e saio da loja com passos decididos. Montei na moto e dei partida. Enquanto acelero pelas ruas novamente, a cidade passa em um borrão de luzes e sombras, mas minha mente está fixa no jantar que terei hoje a noite.
Chego em casa quase pela noite, estaciono a moto e entro na mansão, um contraste gritante entre o caos do mundo exterior e a calma calculada do meu domínio pessoal. Subo as escadas para meu quarto.
No meu quarto, abro a caixa e olho mais uma vez para o anel. A safira brilha com uma intensidade quase hipnótica, refletindo a luz suave do ambiente. Pego o anel entre os dedos, sentindo seu peso, a frieza do metal contra minha pele quente. Penso na pessoa para quem ele é destinado, na vida que vamos construir. O compromisso que ele simboliza é um lembrete de que, por mais perigosa e incerta que seja minha vida, ela está sempre sob meu controle, assim como Eloá Lombardi também fará parte desse controle.
Depois de me preparar, saio de casa em companhia de meu pai e alguns seguranças. Nos dirigimos ao restaurante privado onde teremos nosso jantar. Chego ao local, um estabelecimento elegante e reservado, onde a discrição é garantida.
E lá está ela, Eloá Lombardi, tão bela como nunca havia visto. Seus cabelos caem suavemente sobre os ombros, e seus olhos, de um brilho profundo, encontram os meus. Sustento meu olhar nos dela, estudando-a com astúcia. A saudação é breve, mas carregada de um significado silencioso.
A cumprimentei e após nos sentamos ao redor da mesa, com a atmosfera carregada de expectativas não ditas. Meu pai conversa com os pais dela, suas vozes um murmúrio ao fundo, enquanto eu mantenho meu foco em Eloá. Ela está inquieta, seus dedos brincando com a borda do guardanapo, seu olhar desviando constantemente para mim. Percebo seus olhares furtivos, mesmo quando ela tenta disfarçar, e isso só aumenta minha curiosidade em saber em que ela está pensando.
— Está tudo bem? — pergunto, quebrando o silêncio entre nós.
Ela me olha de novo, seus olhos grandes e expressivos.
— Sim, só... nervosa, eu acho — ela admite, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios.
Assinto, entendendo perfeitamente o que ela está sentindo. Este jantar não é apenas uma refeição; é um momento decisivo, um passo importante em um caminho que estamos prestes a trilhar juntos.
— Não precisa ficar nervosa — digo, minha voz baixa e reconfortante. — Estamos aqui para discutir o futuro, mas isso não precisa ser assustador.
Ela respira fundo, parecendo se acalmar um pouco com minhas palavras. O jantar segue, cada prato servido com precisão, mas minha atenção está completamente focada em Eloá. Cada gesto, cada expressão dela me intriga. Essa mulher me prendeu de uma forma que não consigo entender.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Edilene Araujo
Acho que vc quem vai ficar "cadelinho" no controle dela!!! /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
Gosto de ver o mafioso abatido.. rsrsrsrs
2025-02-21
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Elizabeth Fernandes
,Ele já caiu de quatro por ela cupido flechou certeiro kkkkk
2025-03-21
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Ingrid Natassia Nascimento de Brito
sonhar não é pecado 🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2025-01-18
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