15– Separados

 No dia seguinte...

Suelen acordou gelada pelo frio da noite e do seu coração. EIa não dormiu bem, sonhou com aquela noite...

Com uma leve batida na porta, Olga entrou com aquele olhar cheio de compreensão:

 — Bom dia senhora Suellen.

 — Bom dia Olga.— ela falou com voz quase inaudível, estava incerta sobre o seu futuro.

 — Trouxe roupas para menina. A senhora Ana está à sua espera para o café da manhã.

 — Obrigada...

 — Não sei onde esse menino estava com a cabeça ao expulsa-la do quarto! Se ele ainda fosse um garotinho, levaria umas boas palmadas ...

 — Não diga isso! Ele pode se zangar!

 — Ele que se atreva! Troquei as fraldas sujas e sequei as suas lágrimas. Ele sabe que se for necessário, levará umas palmadas.

 A visão de seu marido levando um corretivo, fez com que Suellen esboçasse um sorriso. Saiu da cama e foi para o banheiro se vestir. Arrumou os cabelos como pôde, já que os seus produtos de higiene estavam no quarto do casal.

 Seguiu Olga até a mesa de refeições, estava faminta.

 Para a sua infelicidade, além da senhora Ana e do senhor Rômulo, estava também a mesa, Athos.

 — Bom dia priminha.— Suellen sabia o que ele pensava. O tom de voz provocativo não a deixava se esquecer daquelas mãos pegajosas no seu corpo.

 Ela não se deu ao trabalho de ser educada, puxou uma cadeira e sentou-se. Serviu-se apenas de café e algumas bolachas, o seu apetite havia se evaporado.

 Por mais que ele lhe dirigisse a conversa para ela, ficou muda e para a sua sorte, logo o seu sogro saiu para uma reunião na empresa e Athos o seguiu apressado.

 — Minha menina, eu sei que a presença dele incomoda-lhe, mas não precisa ficar irritada. — A senhora Ana aconselhou.

 — Sim, irei acalmar-me. — respondeu Suellen, obediente.

 Após terminarem o desjejum, Ana chamou Suellen para acompanhá-la na visita a Brian. A moça seguiu a sua sogra, mas o seu desejo era ficar longe daquele homem arrogante.

 A senhora Ana abriu a porta do quarto do seu filho sem se anunciar.

 — Bom dia, meu filho! — ela aproximou-se e depositou um beijo no rosto de Brian, que estava sentado na cama, apoiado nos travesseiros. — Como está se sentindo hoje?

— O quê ela faz aqui? E essas coisas? Quero que tirem tudo do meu quarto. — Brian falou entre dente.

 — Foi essa educação que eu lhe dei?— Ana ralhou com o filho.— Suellen é a sua esposa...

 — Eu não a conheço. — ele falou, olhando-a dos pés à cabeça.

 — Brian Romero! Temos até a certidão. E ela cuidou de você todo esse tempo. Se não fosse pelo seu empenho em estimular os seus instintos, ainda estivesse inerte nessa cama. — falou a senhora com o tom de voz elevado.

 — Mãe, comprou uma esposa?Micaela poderia ter cumprido esse papel...

 — Micaela... Não fale no nome desta garota! Ela nem esperou que saísse do hospital e fugiu do país.

 Ao ouvir isso, Brian ficou quieto, tinha certeza que a sua namorada teve os seus motivos.

 — Quando o Vidente disse que uma Marques lhe traria a cura não esperei e pedi a mão de Suellen, que é prima de Micaela. — sorrindo ela continuou — E olha você aí, acordado.

 Brian olhou para a mulher a sua frente. Parecia um ratinho amedrontado, mas na sua mente veio uma voz alegre e confiante. Afastou essas lembranças e olhou sério para sua mãe.

 — Suellen é uma boa esposa. Ela fez o possível para cuidar de você. Pedi que o limpasse e o massageasse, não sabia quem poderia se aproveitar do momento para machucá-lo.

 — Entendo…

 — Isso mesmo. Ela tem feito o possível para cuidar de você. Talvez se ela não o tivesse estimulado todos os dias, talvez você não tivesse dado uma resposta tão visível.

 Suellen corou violentamente ao se lembrar de como era a resposta de Brian aos seus estímulos.

 — Quero ficar sozinho em meu quarto. — ele olhou para Olga que chegava naquele momento.— Olga mande que tirem tudo do meu quarto.

 — Filho…

 — Não mãe! Quero a minha privacidade, não quero ver uma estranha andando por aqui.

 — Se acalme Brian. Ela não é uma estranha, é a sua esposa há 13 dias e pelo que todos nessa casa viram, você gostava muito de tê-la por perto.

 — Senhora Ana, eu prefiro o outro quarto. — Suellen se pronunciou.

Ana olhou para ela e após pensar por um tempo, falou:

— Certo, certo... mas ela continuará com as massagens, um enfermeiro virá para auxiliar em seu banho.

 A mulher falou firmemente, sem deixar espaço para ser contrariada.

 — Venha, minha filha. Vamos ver se o quarto é ideal para você. — Ana falou, abraçando a nora.

 O que não escapou do olhar astuto de Brian, que fez uma careta. Ele era obrigado por sua mãe a aceitar essa esposa…

 Ele não amava a sua namorada Micaela, mas estavam juntos, era natural que se casassem, mas ela não estava ao seu lado?

Precisava do seu telefone, ficar sem saber das notícias, era difícil. Havia a empresa que precisava dele, o seu pai não tinha mais idade para lidar com tudo aquilo.

Observava as empregadas tirando os cremes, potes e mais potes de produtos de beleza, roupas... até um vaso com flores estava em seu quarto!

Quando ficou sozinho, pirou aliviado deitou-se. Tudo estava no seu devido lugar, exceto pela TV na parede…

Esperaria por seu pai e pediria informações sobre o andamento dos negócios, também pediria que o seu secretário viesse até ele. Eduardo era o seu homem de confiança.

Fechou os olhos para pensar em paz, mas algumas imagens vieram como flash, abriu os olhos assustado.

Ele podia ver nitidamente as sardas do rosto dela, os olhos fechados, as bochechas rosadas, os fios vermelhos tocando o seu rosto...

Sentiu um calor percorrer o seu corpo. Ela havia abusado dele, isso era um fato, só não entendia como isso o fez acordar.

Aquela que se dizia sua esposa não chegava nem perto das mulheres que ele teve e tinha também Micaela, que era uma beleza loira, que sabia como agradá-lo.

Com o esforço conseguiu virar-se de lado fechou os olhos e tentou tirar qualquer pensamento de sua mente. O que ele precisava era conseguir mover as suas pernas. Seu tronco e seus braços estavam em pleno movimento, mas as suas pernas era o seu problema.

O seu amigo de infância e seu médico, Dr Marcelo, estava confiante, já que os dedos de seus pés estavam sensíveis.

Esperaria pela visita de Marcelo...

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