04– Obrigações

 Quando as palavras saíram da sua boca, Suellen teve medo de ser julgada. Abaixou os olhos, sem coragem de olhar para senhora sentada à sua frente.

 — Não se preocupe, menina. — a voz da mulher era calma. — Eu sei. Rômulo assumiu a presidência das empresas de forma provisória, mas o imprestável do Athos está como um urubu carniceiro. O meu marido está velho e sem a vitalidade de que precisa para comandar, meu sobrinho apenas espera a oportunidade para na reunião do conselho, tomar posse do que construímos.

 Suellen olhou para a sogra de frente.

 — Ele insinuou que eu deveria auxiliar no "descanso" de Brian. — fez uma pausa para controlar a sua indignação.— Ele...ele tentou invadir o quarto ontem à noite, tinha planos para mim.

 Ela confessou, corando com a lembrança daquele abuso. Relatou cada palavra e atitude que ele tomou na noite passada.

 Ana não ficou surpresa, parecia até que já soubesse de tudo, com o olhar triste, controlando as emoções, falou:

 — Eu sei. Há muito tempo ele cobiça o grupo Romero, por isso o meu marido assumiu o lugar de Brian, que agora tem você para vigiar e proteger.

......................

 Suellen voltou silenciosamente para o quarto, fechando a porta atrás de si. Seria assim a partir daquele momento, manteria a porta trancada, não queria surpresas desagradáveis.

 Quanto mais pensava em tudo, mais ela percebia que não poderia ficar sem fazer nada. Olhou para o marido imóvel naquela cama, aproximou-se e sentou-se ao lado dele.

 — Não sei se você pode me ouvir, Mas preciso contar o que aconteceu.— ela deitou-se ao lado dele e falou baixinho — Athos, o seu primo, ele é mau.

 Num movimento rápido, virou o corpo e apoiando-se nos nos cotovelos, ficou olhando para o rosto bonito do marido.

 — Sabe Brian, eu nem te conheço, mas você precisa acordar e tomar conta da sua mãe! Ela é maravilhosa, educada e te ama muito, mas se você continuar deitado sem protegê-la, temo que o seu primo irá fazer ela sofrer.

 Ficou em silêncio por um tempo, depois continuou:

 — Você agora é o meu marido. Sendo assim, você precisa me proteger. Quem cuidará de mim? Sou casada e aquele seu primo me olha como se eu fosse um pote de sorvete com calda.

 Nesse momento, Suelen ouviu alguém chamar o seu nome, antes que pudesse reagir, a porta foi aberta e a senhora Ana, juntamente com a governanta Olga, entraram no quarto e se depararam com Suellen recostada no peito de Brian. A moça envergonhada, sentiu o rosto do queimar, afastando-se rapidamente do corpo forte do seu marido.

 Ana não disfarçou o seu contentamento ao ver a sua jovem nora tão próxima do seu filho:

 — Minha querida, você está interagindo com Bryan?

 — Sim. — respondeu ela, envergonhada, saindo rapidamente da cama.— O doutor Marcelo disse para estimula-lo...

— Você está fazendo um bom trabalho.

 O rosto de Suellen ficou ainda mais vermelho com os elogios da sogra. Neste momento, Olga retornou ao quarto, tazendo uma cadeira que foi colocado ao lado da cabeceira da cama. Suellen, sabendo que agora era um momento de mãe e filho, pediu licença e saiu do quarto deixando que eles ficassem sozinhos.

 Quando ficou sozinha, a senhora acariciou o rosto do filho, depois segurou a sua mão:

 — Ouvi o que a sua esposa acabou de dizer. Ela é uma boa moça e se importa comigo. — fez uma pausa, pensando nas coisas que ouviu. — Sim, ela foi uma boa escolha. Percebi como ela estava próxima de você, ela não demonstrou receio ou medo de estar ao seu lado.

 A mãe ficou por um tempo em silêncio, velando pelo filho, pensando em como seria bom se a profecia se concretizasse e o seu filho levantasse daquela cama.

 — Brian, querido... é o meu único filho. O que será de mim sem poder vê-lo caminhando por aí? Quero segurar os meus netos nos braços e enche-los de beijinhos antes de partir.

Naquele momento, lágrimas escorriam teimosas pelo rosto daquela mãe esperançosa. Ela queria ser forte mas o seu coração se ressentia em ver o seu filho daquela forma.

 A governanta Olga, que estava com a família há mais de 20 anos, aproximou-se e ajudou a sua patroa a levantar-se, levou-a para o quarto principal para que a senhora se acalmasse. Olga tinha um carinho especial por todos daquela família.

......................

 Na manhã seguinte, Ana saiu cedo para a sua reunião no clube da alta sociedade, mas deixou instruções para que Olga orientasse a nora em como cuidar de Brian, foi o que a governanta fez. Suellen ficou bastante chocada quando soube o que deveria fazer.

 — O quê? Devo limpá-lo? Mas ele é homem ...

 — Sim. Ele é homem, mas também é o seu marido. — Olga sorriu,vendo o constrangimento da jovem. — Não é certo que outras mãos toquem o que é seu.— essa afirmação deixou a moça mais ruborisada ainda. — A senhora Ana disse que, como você já é casada com o senhor Brian, é o seu dever fazer essas coisas.

— Por favor, eu não quero fazer isso! Suellen jamais havia tocado em um homem dessa forma.

Ainda que Brian e ela fossem casados, eles eram estranhos um para o outro. Olga deu alguns tapinhos carinhosos nos ombros da jovem patroa, sabia que ela vivia em uma escola, longe das loucuras dos jovens:

— Precisa acostumar-se, ele é o seu marido e todos esperam que você cuide bem dele .

Olga falou carinhosamente, mas com voz firme. Ela sabia que a jovem senhora, mesmo tendo 20 anos, era pura, mas a senhora Ana queria netos.

A governanta tirou o pijama de Brian. A mulher sabia que a moça era inexperiente, então mandou que as outras duas auxiliares saíssem, entregou a toalha úmida para jovem e saiu do quarto fechando a porta atrás de si. Esperava que o plano da patroa funcionasse e que o casal se unisse, trazendo muitos netos para a sua senhora.

Com um sorriso malicioso no rosto fez com que as outras moças trabalhar no andar inferior, deixando o casal em paz.

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