Meu Pretendente Surpresa
...Foto Representativa...
...Personagens Principal...
...( Eduarda Clarke☝🏽 )...
...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...
...Eduarda...
■ 6 anos atrás... 🗓
Eduarda — Mãe, estou dizendo a verdade. Ele me agarrou pela cintura e disse que eu…
Eronisse — Calada! — Sua mão cruza o ar com força, encontrando meu rosto em um estalo cortante. A dor explode instantaneamente, e antes que eu possa reagir, meu corpo vacila para trás. Meu equilíbrio falha, e a queda me leva direto contra a mesa de centro.
Minha cabeça atinge a madeira com um impacto surdo, e um ardor intenso se espalha pelo local atingido. Levo a mão ao ferimento, sentindo algo quente e viscoso escorrer pelos meus dedos. Sangue.
— Não acredito em você! Não acredito! Entendeu?! — Ela grita, e sua voz reverbera pelo cômodo, carregada de ódio.
Eu tento falar, mas minha garganta parece fechada pelo medo.
— Red me ama! Ele me ama! — Sua voz treme com o peso de sua obsessão. — E eu não vou permitir que você o roube de mim, como fez com seu pai assim que nasceu! Ele é meu, só meu!
Meu estômago se revira.
Eduarda — Mãe, eu não… … Eu não fiz nada! Ele que tentou…
Eronisse — Não me chame de mãe! — Seu olhar faiscante me mantém presa no lugar.
Seus olhos, tão cheios de rancor, queimam mais do que o corte em minha testa.
— Eu nunca quis ter filhos — sua voz sai baixa, mas cortante como vidro. — Mas seu pai insistiu. Ele queria uma família. Para ele, eu nunca fui o suficiente.
Meus olhos piscam rapidamente, tentando processar o que acabei de ouvir.
— E por mais que eu tenha tentado impedir… porque eu tentei, tentei de todos os jeitos me livrar de você… não consegui.
Um sorriso cruel se forma em seus lábios.
— E assim a doce Eduarda veio ao mundo.
Meu corpo todo estremece.
— No momento em que vi seu pai pegar você nos braços, eu soube. Ele te olhou de um jeito que nunca olhou para mim. E eu passei quinze anos te dividindo com ele. Quinze longos anos. Acho que já te aturei o suficiente, não acha?
Fico em choque.
Eu sabia que minha mãe era fria, que seu carinho sempre pareceu calculado. Mas ouvir isso assim, sem rodeios, sem hesitação…
Meu peito aperta.
Ela nunca me quis. Nunca me amou.
O tempo todo, eu era apenas um fardo.
— Red é o meu recomeço! Eu o amo! E não vou permitir que uma vadiazinha como você atrapalhe.
A palavra me atinge como outro tapa.
Eu abro a boca, mas não há som algum.
Seus olhos brilham com algo doentio.
— Já que gosta tanto de seduzir homens… acho que tenho uma ideia do que fazer com você.
Um arrepio de puro pavor percorre minha espinha.
Eduarda — O quê…?
Ela inclina a cabeça levemente, me observando como se eu fosse um mero objeto descartável.
Eronisse — O dinheiro que seu pai nos deixou está acabando… Vendê-la me renderia uma boa quantia. Como não pensei nisso antes? É isso! É exatamente isso que farei com você! — Ela ri, um riso frio e cruel.
Meu pai era piloto de corrida, um dos melhores, por sinal. Lembro-me da adrenalina que tomava conta do ambiente sempre que ele entrava na pista, dos motores roncando alto e da multidão vibrando a cada ultrapassagem. Mas a última corrida foi diferente. O silêncio que veio depois do acidente foi ensurdecedor.
Após seu falecimento, minha mãe herdou todos os seus bens. Ela nunca teve controle sobre dinheiro, e Red, seu atual namorado, soube se aproveitar disso. Com palavras persuasivas e promessas vazias, ele a convenceu a investir metade de nossa fortuna em negócios que não deram em nada. Eu via tudo acontecer diante dos meus olhos, como um castelo de cartas prestes a desmoronar.
Era de se esperar que fôssemos falir uma hora ou outra. O luxo ao qual estávamos acostumados foi dando lugar a incertezas, contas acumuladas e um lar que já não tinha o mesmo brilho.
Suas palavras ressoam em minha mente como um trovão.
Eduarda — A senhora… não seria capaz… eu sou sua filha!
Ela solta uma risada baixa, sem emoção.
Eronisse — Não devo repetir que não sou nada sua. Pense nisso como um agradecimento por tê-la colocado no mundo. Você me deve isso.
Ela desliza os dedos frios pelo meu rosto, seu toque me causando arrepios de nojo e pavor. Então, simplesmente se afasta, saindo da sala como se nada tivesse acontecido.
Fico ali, paralisada, sentindo o sangue ainda quente escorrer pela minha pele.
Minha própria mãe… estava prestes a me vender.
...☆☆☆☆☆☆☆...
Não queria esperar para ver do que minha mãe seria capaz. Peguei o suficiente e, naquela mesma noite, fugi. Na rodoviária, a única passagem disponível era para Nova York.
Foi uma longa viagem. O cansaço pesava sobre mim, e a incerteza era um nó Apertado em meu peito. Quando finalmente cheguei à cidade, não tinha mais um tostão no bolso. O brilho dos letreiros e o fluxo interminável de pessoas me faziam sentir ainda menor, ainda mais perdida. Andei sem rumo por horas, o frio da noite me envolvendo como um abraço indesejado. Meu corpo clamava por descanso, e minhas pernas doíam a cada passo. Foi então que encontrei um ponto de ônibus vazio e me sentei, abraçando a si mesma, tentando conter o medo que ameaçava transbordar.
Minha mente estava uma confusão, e o silêncio ao meu redor parecia gritar tudo o que eu tentava ignorar. O que vou fazer agora? Para onde vou?
Até que algo chamou minha atenção.
O farol estava vermelho. Um garoto atravessava a rua, distraído, os fones de ouvido o isolando do mundo ao seu redor. O que me prendeu o olhar não foi ele, mas sim o carro que vinha em sua direção a toda velocidade.
O tempo pareceu desacelerar. Meu coração disparou, e um frio percorreu minha espinha.
Eduarda – Cuidado! — gritei, mas minha voz se perdeu no caos da cidade.
Ele não ouviu.
Droga!
Sem pensar, me levantei e corri em sua direção. Meu corpo reagiu antes que minha mente processasse o que estava prestes a acontecer.
Tudo aconteceu rápido demais.
Consegui empurrá-lo a tempo. Mas fui eu quem acabou sendo atingida.
O impacto foi brutal. O som do choque, o ar escapando dos meus pulmões, o mundo girando ao meu redor. A dor explodiu em meu corpo, um choque lancinante que me tirou o fôlego. Caí no chão, sentindo o asfalto gelado contra minha pele quente e dolorida.
Uma voz surgiu em meio à névoa que se formava em minha mente.
Desconhecido — Ei, olha para mim! Você não pode dormir, tenta ficar acordada! Você vai ficar bem, você vai ficar bem!
Os sons ao meu redor começaram a se distorcer, como se viessem debaixo d'água. Meu peito subia e descia em respirações fracas, e meus olhos piscavam, pesados.
Dizem que, quando estamos prestes a morrer, um filme da nossa vida passa diante dos nossos olhos. Acho que isso não é um exagero.
Os momentos mais preciosos que tive começaram a surgir. Meu pai. Lembrei das corridas que ele me levava para assistir, da minha torcida frenética antes de seu acidente. Nossa viagem para a Disney… Uma das melhores lembranças da minha infância.
Mas, no fim, meu último pensamento foi o mais doloroso de todos.
Quem sentiria minha falta?
Ninguém.
Ninguém que ainda estivesse vivo.
E, por mais que eu lutasse contra isso, meu corpo já não respondia. Meus olhos pesaram, a escuridão me engoliu por completo.
...☆☆☆☆☆☆☆...
■ Semanas depois... 🗓
Abro os olhos com bastante dificuldade. A luz branca do quarto me atinge em cheio, forçando-me a piscar repetidas vezes até que minha visão se ajuste. O cheiro característico de hospital — uma mistura de antisséptico e algo estéril — invade minhas narinas. Meu corpo está pesado, dormente, como se cada músculo precisasse de um enorme esforço para responder.
Uma movimentação ao meu lado chama minha atenção. Vejo uma enfermeira segurando uma seringa, administrando algum medicamento em minha veia.
Enfermeira — Finalmente acordou. — Ela sorri gentilmente, mas seu olhar denuncia preocupação. — Já estávamos ficando preocupados.
Minha garganta está seca, e quando tento falar, minha voz sai fraca, quase um sussurro:
Eduarda — O que estou fazendo aqui?
Tento me levantar, mas um peso estranho me impede. Um gemido escapa dos meus lábios quando a dor se espalha pelo meu corpo.
Enfermeira — Senhorita, você não pode sair assim. — A enfermeira segura meu ombro com delicadeza, impedindo que eu faça mais esforço. — Precisa ficar em observação por alguns dias.
Minha mente ainda está confusa, mas um pensamento me atinge como um choque: Eu não tenho dinheiro para pagar esse hospital.
Eduarda — Não posso ficar aqui... — murmuro, a voz falhando. — Eu não tenho dinheiro para isso.
Antes que a enfermeira responda, uma nova voz preenche o ambiente.
Médica — Não se preocupe com isso. — Uma médica de aparência serena entra no quarto, segurando uma prancheta. — O rapaz que te trouxe já cuidou de tudo. Você não terá que pagar nada.
Meu coração acelera.
Eduarda — A quanto tempo eu…? — Minha voz falha novamente.
A médica se aproxima, verificando os aparelhos ao meu redor.
Médica — Você ficou três semanas desacordada. — Ela me encara com um olhar avaliativo. — O rapaz que te trouxe veio te visitar todos os dias. Mas, pelo que entendi, ele viajaria hoje pela manhã.
Uma sensação estranha me invade. Três semanas? Quem era aquele garoto? Por que ele se importou tanto?
— Como você chegou sem nenhum pertence, não conseguimos localizar sua família. Você poderia nos informar…?
Meu peito aperta. Um nó se forma em minha garganta.
Eduarda — Eu não tenho família.
Silêncio.
A médica apenas assente lentamente.
Médica — Ok, tudo bem. — Sua voz é suave, mas seus olhos me analisam com atenção. — Mas poderia ao menos me dizer seu nome e sua idade?
Engulo em seco.
Eduarda — Talita. Tenho 18 anos. — Minto sem hesitação.
A médica me observa por alguns instantes, como se estivesse tentando decifrar algo. Em seguida, olha para a enfermeira ao lado.
Médica — Keller, pode nos deixar?
A enfermeira assente e sai do quarto sem questionar.
A médica, agora sozinha comigo, se aproxima mais, puxando uma cadeira e se sentando ao lado da minha cama. Ela cruza as mãos sobre o colo e me encara com um olhar que não julga, apenas… compreende.
— Então, Talita… — Seu tom é calmo, mas firme. — Por que não me deixa te ajudar e me conta a verdade?
Meu corpo enrijece.
— Sei que esse não é seu verdadeiro nome. E, quanto à idade… você até aparenta ter 18 anos, mas algo me diz que está mentindo sobre isso também.
Engulo em seco, desviando o olhar.
— Por que não começamos de novo? — Ela sorri, mas não é um sorriso forçado. É acolhedor.
Por um breve instante, sinto que posso confiar nela. Mas mesmo assim, permaneço em silêncio.
— Muito bem. — Ela suspira. — Sou a doutora Alba. E você, como realmente se chama?
O aperto no meu peito aumenta. Meu instinto grita para que eu continue mentindo, para que me proteja. Mas, ao mesmo tempo, há algo na voz dela que me faz hesitar.
Ainda assim, não respondo.
Alba me observa por alguns segundos antes de continuar:
— Ok, não vou te forçar a falar. Mas preciso te informar que seremos obrigados a notificar a polícia. Eles tentarão encontrar sua família e…
Meu coração dispara.
Eduarda — Sem polícia! — Minha voz sai desesperada, e as lágrimas ameaçam transbordar. — Eu não quero voltar para lá!
A médica me observa atentamente, sua expressão ficando ainda mais séria.
Alba — Eu notei que você tinha um ferimento recente na cabeça… um que não foi causado pelo acidente. — Sua voz é baixa, cuidadosa. — Seja sincera comigo… você era vítima de violência doméstica?
O ar parece sumir dos meus pulmões.
Minha mente é invadida por lembranças que eu lutei tanto para esquecer. A dor. O medo. O som das agressões que se tornaram rotina após a morte do meu pai. A raiva nos olhos de Eronisse. As palavras cruéis que ela despejava sobre mim antes que o primeiro golpe viesse.
Engulo o choro, mas não consigo segurar as lágrimas que escorrem silenciosas pelo meu rosto. Minha visão se torna turva, e quando finalmente consigo falar, minha voz sai entrecortada por soluços.
Eduarda — Eu só não quero voltar… por favor. — Minha voz falha, e a primeira lágrima escorre pelo meu rosto. — Não conte à polícia…
Minha última defesa desmorona, e o choro vem forte, descontrolado.
Sinto a mão da doutora Alba sobre a minha, um gesto gentil e tranquilizador.
Alba — Tudo bem. — Sua voz é firme, mas carinhosa. — Prometo que não direi nada. Você está segura aqui.
Ela aperta minha mão levemente, transmitindo um conforto que eu nem sabia que precisava.
E, pela primeira vez em muito tempo, sinto que talvez… só talvez… eu não esteja tão sozinha quanto pensei.
...☆☆☆☆☆☆...
Como prometido, Alba não contou nada à polícia. E, devo confessar, não estava acostumada com tamanha atenção e cuidado. Havia muito tempo que ninguém se importava verdadeiramente comigo. No hospital, fui tratada com uma gentileza que me desconcertava. A cada dia, Alba me fazia perguntas sutis, tentando me fazer falar mais sobre mim, mas nunca forçava.
Permaneci internada por três semanas em observação até que, finalmente, recebi alta. Apesar do alívio por deixar o hospital, uma sensação incômoda crescia dentro de mim: eu não tinha para onde ir.
Alba entrou no quarto, segurando uma prancheta. Seu olhar era sereno, mas carregava uma preocupação evidente.
Alba — Não posso te manter aqui por mais tempo. — Sua voz era suave, mas definitiva.
Ela estendeu a mão, me entregando um pequeno cartão. Peguei-o com hesitação, sentindo a textura fria do papel entre meus dedos.
— Este é meu número. — Alba continuou. — Qualquer problema, não hesite em ligar.
Segurei o cartão com força, como se ele fosse minha única âncora naquele momento.
Eduarda — Obrigada por tudo. — Minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria.
Alba me analisou por um instante, como se tentasse enxergar através de minha mentira antes mesmo que eu a dissesse.
Alba — Tem certeza de que tem para onde ir?
Meu coração disparou, mas forcei um pequeno sorriso, tentando soar convincente.
Eduarda — Sim. — Respondi sem hesitar. — Tenho um tio que vive na cidade. Pedirei ajuda dele.
A médica continuou me observando, seus olhos avaliando cada nuance da minha expressão. Por um momento, achei que ela fosse insistir, mas em vez disso, apenas assentiu lentamente.
Alba — Ok. — Suspirou, cruzando os braços. — Se cuida, Talita.
Aquele nome falso pesou em meus ombros. Mas era o que eu precisava naquele momento.
Agradeci mais uma vez antes de pegar minha mochila — uma simples bolsa que haviam me dado no hospital com algumas roupas doadas. Respirei fundo e segui em direção à saída.
Lá fora, o ar frio da cidade me envolveu, me lembrando de que agora eu estava, de fato, sozinha.
...☆☆☆☆☆☆...
Personagens:
...Alba Monet...
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Valdenice Silva
primeiro livro desta autora é pelos comentários. sei que vou gosta vamos para mas um história sonha que a vida precisa de um pouco ,foge para o mundo da imaginação
2025-02-28
4
Valdercina Rodrigues
Começando a tô gostando, mais Eduarda poderia ter contado pra médica a verdade,
2024-12-29
1
Ana Marta Benedicto
iniciando em 29/12 e tudo indica que será uma boa história.
2024-12-29
1