#7 - Escape Programado

...Oliver...

■ Alguns Dia Antes...

● Empresa

Vitor se recosta na cadeira em frente à minha mesa, um sorriso divertido nos lábios enquanto cruza os braços.

Vitor — Animado para o trigésimo quarto encontro? — Ele debocha, o tom carregado de diversão.

Solto um suspiro exasperado, esfregando as têmporas antes de encará-lo com irritação evidente.

Oliver — Você está se divertindo bastante com tudo isso — digo, revirando os olhos.

Ele gargalha, claramente se divertindo às minhas custas.

Vitor — Você não faz ideia! — responde, ainda rindo. — Cada história consegue ser melhor que a outra, e eu ainda não acredito que a tal Crystinne, mencionada pela sua primeira pretendente, foi justamente a felizarda do café da manhã de hoje.

Fecho os olhos por um instante, tentando ignorar a lembrança do desastre que foi o encontro.

Oliver — Nem me lembre disso. Cada encontro tem sido mais desastroso que o outro. Meu avô parece decidido a me ver casado o quanto antes. — Minha voz carrega a exaustão de semanas seguidas de encontros forçados.

Vitor assente, balançando a cabeça em um gesto zombeteiro.

Vitor — Disso eu não tenho dúvidas. Mas acho difícil Ele conseguir tal milagre, ainda mais com alguém tão exigente como você.

Arqueio uma sobrancelha, cruzando os braços.

Oliver — Exigente? — repito, como se a palavra fosse um insulto.

Ele dá de ombros.

— Se eu vou me casar, pelo menos tem que ser com alguém que tenha determinados atributos que considero essenciais — afirmo, convicto.

Vitor solta um suspiro teatral, meneando a cabeça com um sorriso malicioso.

Vitor — Como eu disse, você está sendo exigente demais. Talvez esses atributos que você julga tão importantes sejam, na verdade, apenas uma forma de sabotagem inconsciente.

Reviro os olhos e me inclino para frente, apoiando os cotovelos na mesa.

Oliver — Ah, cala a boca. Você não veio até minha sala para falar da minha vida privada... ou veio?

Ele finalmente se recompõe, adotando um tom mais sério.

Vitor — Não, vim falar sobre a campanha de marketing do novo lançamento da G&L.

Faço um gesto para que ele continue.

Oliver — Então inicie, pois meu tempo é curto. — Minha voz sai seca.

...☆☆☆☆☆☆...

■ Alguns minutos depois...

📞 Betty — Senhor González, a senhora Raymond, da Universidade Columbia, está na linha. Posso passar a ligação?

📞 Oliver — Pode sim.

...☆☆☆☆☆☆...

📞 Sra. Raymond — Oliver, meu filho, você não sabe a felicidade que senti ao saber do seu retorno à cidade!

A voz calorosa da senhora Raymond me traz um breve alívio do estresse do dia. Inclino-me na cadeira, relaxando um pouco.

📞 Oliver — Pois é, dona Raymond, retornei há alguns dias. Como a senhora está?

📞 Sra. Raymond — Muito bem, graças a Deus! Mas o motivo da minha ligação não é para falar sobre mim, e sim sobre uma oportunidade. Surgiu uma vaga para lecionar na universidade e gostaria de saber se você tem interesse.

Ela faz uma breve pausa antes de acrescentar:

📞 Sra. Raymond — Soube que Termodinâmica é o seu principal campo de formação.

Endireito minha postura, refletindo sobre a proposta.

📞 Oliver — Fico muito honrado pelo convite, mas acabo de retornar à empresa. Não acho que...

📞 Sra. Raymond — É uma pena, mas entendo perfeitamente. Soube que seu avô se aposentou, imagino que esteja bastante atarefado.

Solto um suspiro longo, minha mente vagando para a verdadeira razão da minha exaustão. Antes fosse apenas o trabalho. Ir a encontros todos os dias, seja um café da manhã, almoço, café da tarde ou até mesmo jantar, tem tomado todo o meu tempo. Meu avô não está pegando leve.

Mas então uma ideia me ocorre.

Se eu adicionar a faculdade à minha agenda, talvez ele diminua esses encontros. Afinal, terei que dedicar tempo para planejar aulas, corrigir trabalhos e provas, além do tempo de presença na universidade.

📞 Oliver — Sim, tenho tido bastante trabalho na empresa. Mas acho que consigo organizar tudo em alguns dias. A vaga ainda estará disponível até lá?

📞 Sra. Raymond — De quantos dias estamos falando?

📞 Oliver — Três.

📞 Sra. Raymond — Eu te dou uma Semana inteira. Você inicia na segunda, de acordo?

Um pequeno sorriso se forma em meus lábios. Essa pode ser a saída perfeita.

📞 Oliver — Claro.

📞 Sra. Raymond — Passarei todas as informações necessárias à sua assistente. Estou bastante ansiosa para trabalhar com você.

📞 Oliver — O sentimento é recíproco, dona Raymond.

Ao desligar a chamada, recosto-me na cadeira, refletindo sobre minha decisão.

Talvez, pela primeira vez em semanas, eu tenha encontrado uma maneira de recuperar um pouco da minha liberdade.

...☆☆☆☆☆☆...

■ Segunda... 🗓

Alexander — Espero que essa ideia de lecionar não seja um meio de fugir dos encontros. — Ele fala me analisando atentamente, enquanto leva a xícara de café aos lábios, observando cada uma das minhas reações.

Oliver — A senhora Raymond insistiu muito. Ela é uma grande amiga da família e não poderia recusar uma oferta vinda dela. E o senhor sabe que Termodinâmica é um dos meus principais campos de atuação. Além disso, meu pai conseguia conciliar seu tempo de ensino com o trabalho na empresa. Tenho certeza de que consigo também. E quanto aos encontros, não deixarei de ir, apenas precisaremos reduzi-los em minha agenda para, pelo menos, três por semana. — Falo tentando manter minha voz firme, mas ciente de que ele analisaria cada palavra.

Alexander — Acho que dá para colocar um almoço por dia. — Ele comenta, observando-me por cima da xícara.

Oliver — Concordo, mas somente durante a semana. Quero meu final de semana livre. Estamos de acordo? — Questiono, esperando por alguma resistência de sua parte.

Alexander — Tudo bem, acho que tenho pegado pesado com você nos encontros. Vamos reduzir para um almoço por dia, deixando os finais de semana livres para você. — Ele finalmente cede, embora eu perceba um leve tom de hesitação em sua voz.

Oliver — Perfeito. Passe o nome e local para Betty. Preciso ir para a faculdade agora. — Digo, pegando minhas coisas e deixando a mansão logo em seguida.

...☆☆☆☆☆☆☆...

■ Universidade 🎓

Houveram algumas mudanças no campus desde que estive fora. A senhora Raymond me guia pelos corredores, mostrando cada uma delas enquanto caminhamos lado a lado. A universidade parece mais moderna, algumas áreas foram reformadas, e novos espaços acadêmicos foram criados. O ambiente, apesar de familiar, tem um ar renovado.

Já em sua sala, ela começa a falar sobre minha turma. Segundo a senhora RaymonD, os alunos estão no último período, o que significa que logo enfrentarão o mercado de trabalho.

Ela também me informa sobre a situação da professora Drake, que teve que se afastar por motivos médicos, deixando-me como sua sugestão de substituto.

...★★★★★★...

Sra Raymond — Você vai gostar da turma. Temos ótimos alunos nela. E uma dessas alunas até passou na seleção de estágios na empresa de seu avô. Fiquei sabendo que o próximo lançamento de vocês é um projeto que essa aluna desenvolveu aqui no campus. Eu sabia, sabia no momento em que preguei os olhos em Eduarda que ela seria uma jovem brilhante. — Ela diz com um brilho nos olhos, claramente orgulhosa.

Oliver — Eduarda? — Pergunto, sentindo a curiosidade crescer dentro de mim.

Sra Raymond — Sim, Eduarda Clarke. Como o senhor, ela é uma das mentes mais brilhantes que já passaram por nossa universidade. Seu perfil é impecável, suas notas são excelentes. Tenho certeza de que os dois se darão bem. Só temo que ela sentirá muito a falta da professora Drake, já que era sua favorita e sua mentora. E você conhece a professora Drake, odiava a ideia de mentorar. Você e essa jovem foram as únicas exceções dela. — Ela sorri, relembrando o passado.

Oliver — A senhora está me deixando bastante curioso para conhecer essa aluna. — Confesso, sentindo um leve interesse pelo que ela diz.

Sra Raymond — Muito bem, vamos até sua sala. Imagino que a essa hora, a senhorita Clarke já esteja lá. Um dos seus fortes é a pontualidade. Adoraria apresentar os dois. — Ela se levanta, me indicando a direção da sala, e eu a sigo, ansioso pelo que está por vir.

Continua....

...☆☆☆☆☆☆...

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