#14 - Entre o Desejo e a Razão

...Eduarda...

■ Alguns dias depois...

Nic observava atentamente enquanto eu organizava a mala, dobrando com precisão cada peça de roupa.

Nicole — Ainda não acredito que você se tornou uma mulher casada.

Eduarda — Se você não acredita, imagine eu. — Respondi, soltando um suspiro e ajeitando as alças de um vestido na mala.

Nicole — Tem certeza de que consegue fazer ele pedir o divórcio em seis meses?

Eduarda — Eu não vou precisar fazê-lo pedir. — Respondi com um sorriso travesso, segurando uma peça de lingerie de renda vermelha entre os dedos. — Com o que tenho em mente, ele não terá outra escolha a não ser me dar o divórcio sem hesitar. Conhecendo o tipo de homem que ele é, vai ser difícil para ele não poder me tocar. E você sabe que posso dificultar bastante as coisas... O provocar ao ponto de ele não aguentar.

Nic arregalou os olhos e riu, sentando-se na cama e me encarando com uma expressão divertida.

Nicole — E com isso você quer dizer...?

Eduarda — Está no contrato. Se ele me tocar ou fizer qualquer coisa comigo sem o meu consentimento, ele tem que me dar o divórcio. Se ele me trair, ele tem que me dar o divórcio. Conseguir que uma dessas coisas aconteça não deve ser difícil. Você não acha? — Ergui uma sobrancelha, balançando levemente a lingerie diante dela.

O olhar de Nic se fixou no tecido rendado antes de voltar para mim, carregado de um misto de admiração e ceticismo.

— Vamos dividir o mesmo quarto. Pelo que ele disse, o avô dele não sabe que esse casamento é de fachada. Então, isso facilita um pouco as coisas... — Acrescentei.

Nicole — Duda, Duda... Já dizia aquele ditado: quem brinca muito com fogo acaba se queimando.

Sorri de canto, dando de ombros.

Eduarda — Para de dizer bobagens. Ninguém aqui vai se queimar. Foi ele quem começou com tudo isso quando ousou me ameaçar. Tudo que estou fazendo é dar o meu jeitinho de sair dessa situação antes do retorno da minha mãe.

Nicole — Ok, ok. Se você diz... — Ela levantou as mãos em rendição, mas o brilho divertido em seus olhos deixava claro que ela não estava completamente convencida. — Não está mais aqui quem falou.

...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...

■ Carro a caminho da Mansão 🚘

Eduarda — Eu falei que não precisava me buscar.

Ele mantém os olhos fixos na estrada, a postura impecável como sempre.

Oliver — Meu avô teria desconfiado se você tivesse chegado sozinha.

Suspiro, desviando o olhar para a paisagem que passa rapidamente pela janela.

Eduarda — Ainda não entendo por que mentiu para ele. Era só ter dito a verdade.

Vejo seus dedos apertarem o volante por um breve instante, mas sua voz contiNua controlada quando responde:

Oliver — Ele não está bem de saúde, Eduarda. E é exatamente por isso que ficaremos na mansão.

Mordo o lábio, ponderando suas palavras. Ele parece falar sério.

Eduarda — Tudo bem. Mas você sabe que sua única exceção para me tocar é na presença dele. Qualquer coisa longe disso, você...

Ele solta um suspiro pesado, cortando minha frase.

Oliver — Eu sei, eu sei.

Lançando-lhe um olhar desconfiado, mantenho o tom firme:

Eduarda — Ótimo.

...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...

■ Mansão 🏤

Assim que chegamos, encaro a grandiosidade da mansão à minha frente. A entrada imponente, com suas colunas clássicas e janelas enormes, exala poder e tradição. O jardim meticulosamente bem cuidado só reforça o quanto a família González gosta de manter as aparências.

Uma senhora de cabelos grisalhos e expressão acolhedora nos espera na entrada.

Oliver — Eduarda, essa é Miranda, a governanta. — Oliver a apresenta.

Ela sorri gentilmente, os olhos bondosos me analisando com curiosidade.

Miranda — Seja bem-vinda, senhora. Qualquer coisa que precisar, estarei por perto.

Eduarda — Obrigada, Miranda. — Respondo, retribuindo o sorriso.

Enquanto Ralph, o motorista, leva minhas malas para dentro, eu sigo ao lado de Oliver pelo hall de entrada. O interior da mansão não é menos impressionante. O chão de mármore reflete a luz dos lustres luxuosos, e o cheiro de madeira polida se mistura ao aroma suave de flores frescas em vasos.

Por mais que já esteja casada no papel, ainda não conheci Alexander González, o avô de Oliver. O casamento foi resolvido tão rapidamente que sequer precisei ir ao cartório. Oliver cuidou de tudo, e segundo ele, convencer o avô de que não queríamos uma grande festa foi a parte mais difícil.

Quando chegamos à sala de estar, meus olhos encontram um senhor sentado em uma poltrona de couro. Seus cabelos brancos contrastam com o olhar atento e penetrante, como se me analisasse em cada mínimo detalhe.

Alexander — Imagino que você seja a famosa Eduarda. — Sua voz é forte, apesar da idade. — Oliver fala muito bem de você, minha filha. Apesar de não concordar com esse casamento sigiloso, respeito a decisão de vocês. Sei bem como a mídia pode ser cruel e entendo que desejem privacidade.

Sinto meu estômago apertar levemente, mas mantenho um sorriso educado.

Eduarda — Obrigada por compreender, senhor González. E devo dizer que estou feliz por finalmente conhecê-lo. Oliver fala bastante sobre o senhor.

Ele solta um riso baixo, cruzando os braços.

Alexander — Espero que seja bem, porque esse meu neto… Eu vou te contar, hein.

Sorrio, sentindo a leveza da conversa.

Eduarda — Não fale assim dele! Posso garantir que tudo que ele diz sobre o senhor é bom. Ele pode não demonstrar muito, mas eu sei que o ama demais.

Alexander ergue uma sobrancelha, lançando um olhar divertido para Oliver, que sorri de canto.

Oliver — Como o senhor pode ver, é bem difícil não amar essa mulher — ele diz, aproximando-se e envolvendo minha cintura com os braços. Antes que eu possa reagir, sinto seus lábios tocarem meu pescoço em um beijo suave. Um arrepio percorre meu corpo contra minha vontade, e me afasto disfarçadamente, tentando recuperar o controle sobre minhas próprias reações.

Volto minha atenção à conversa, mas ela não se estende muito. Logo, Miranda surge à porta da sala de estar, com seu tom gentil e respeitoso.

Miranda — O almoço está servido.

...☆☆☆☆☆☆☆...

■ Após o almoço....

Oliver me guia pela mansão, apresentando cada cômodo com calma, como se quisesse que eu me acostumasse àquele lugar que agora, de certa forma, também era meu. A mansão é imensa, com corredores amplos, móveis luxuosos e um ar clássico.

Por último, ele me conduz até um grande quarto no final do corredor.

Oliver — Esse era o quarto dos meus pais — ele diz, abrindo a porta com hesitação.

Dou um passo para dentro, sentindo o cheiro sutil de lavanda e madeira polida. O ambiente é elegante, com uma paleta de cores sóbrias e uma cama imponente no centro. As cortinas pesadas filtram a luz do entardecer, criando um jogo de sombras pelo carpete macio.

Oliver solta um suspiro antes de continuar:

Oliver — Ele ficou trancado por bastante tempo. Desde que... Bom, espero que seja do seu agrado. Pedi para Miranda fazer algumas mudanças.

Eduarda — Ele ficou ótimo, eu só acho que não...

Minha voz falha, e ele me encara como se já soubesse o que estou pensando.

Oliver — Meu avô insistiu que usássemos este quarto — ele explica. — Mas, se não se sentir confortável, eu vou entender.

Respiro fundo. Não quero causar problemas desnecessários.

Eduarda — Não, está tudo bem. Só preciso organizar algumas coisas.

Minha mente já está focada no trabalho que preciso terminar. Ergo os olhos para ele.

— Também preciso finalizar um projeto da faculdade. Você se importa se eu...?

Oliver — Não, está tudo bem. — Ele dá um meio sorriso, caminhando em direção à porta. — Também preciso trabalhar um pouco. Estarei no escritório.

E com isso, ele sai, me deixando sozinha no quarto.

...☆☆☆☆☆☆☆...

Depois de organizar minhas coisas da maneira que gosto, sento à escrivaninha e abro meu laptop. Me concentro no projeto da faculdade, revisando cada detalhe. Ou pelo menos tento.

O cansaço logo me vence, e sem perceber, acabo adormecendo ali mesmo.

Quando acordo, o ambiente está escuro, e a primeira coisa que faço é pegar o celular. Meus olhos se arregalam ao ver a hora: já passa das 18h.

Levanto ainda sonolenta e sigo até o banheiro, esfregando os olhos para tentar despertar. A água fria ajuda a espantar o torpor, e quando ergo o rosto, pronta para me encarar no espelho, minha visão é tomada por uma cena inesperada.

Oliver acaba de sair do chuveiro.

Nu.

Congelo no lugar, incapaz de desviar o olhar. A água ainda escorre pelo seu corpo definido, destacando cada músculo com uma perfeição quase irreal.

Ele percebe minha presença e pega uma toalha, passando-a casualmente pela cintura. Seu olhar encontra o meu, e percebo que ele segura um sorriso de canto.

Oliver — O que você está fazendo aqui? — sua voz soa rouca, carregada de curiosidade.

Tento engolir em seco, mas minha garganta parece ter secado completamente.

Eduarda — Eu... eu não sabia... que você estava usando O banheiro — gaguejo, desviando os olhos rapidamente e saindo às pressas, sentindo minhas bochechas queimarem.

Fecho a porta atrás de mim e solto um suspiro longo, abanando o rosto com as mãos.

"O que foi isso, Eduarda?"

Sacudo a cabeça, tentando afastar a imagem da minha mente.

"Mantenha o foco. Você deve seduzir ele, e não o contrário. Você deve fazê-lo perder o controle."

Mas, no momento, sinto que quem está perdendo o controle sou eu.

...☆☆☆☆☆☆☆...

...Oliver...

Acabei mentindo para Eduarda sobre meu avô, da mesma forma que menti ao pedir para ele não contar a ela que está ciente sobre o contrato de casamento. Ele riu de mim, dando a entender que sabia de meus motivos, e concordou com meu pedido sem hesitar ou fazer qualquer tipo de pergunta. Para mim, isso foi um alívio, pois não me sentiria nem um pouco à vontade para explicar que, de fato, estou interessado em Eduarda e que desejo, sim, manter esse casamento a todo custo.

Tudo o que preciso é fazê-la perceber que não sou uma pessoa tão ruim. Ter a chance de me aproximar dela me permitirá isso.

...☆☆☆☆☆☆...

■ Mais tarde... ⏰️

▪︎ Quarto 🚪

Estou ao telefone com Vitor quando Eduarda sai do banheiro. E, meu Deus... Ela está fazendo isso de propósito. Sei que está.

O tecido fino desliza sobre seu corpo de uma forma quase criminosa, e o pequeno sorriso no canto de seus lábios me diz tudo o que preciso saber: ela sabe exatamente o efeito que causa em mim.

Meus olhos percorrem cada centímetro dela, minha mente em completo caos. A respiração prende no peito quando ela senta ao pé da cama e começa a espalhar creme hidratante pelo corpo, suas mãos deslizando lentamente sobre a pele macia. Ela nem tenta disfarçar.

Acho que vou enlouquecer.

Aperto o telefone na mão, usando cada grama de autocontrole para não me aproximar.

"Se controla, Oliver. Se controla."

Oliver — Eduarda, você não pretende dormir assim… ou pretende? — Minha voz sai mais grave do que deveria.

Ela levanta o olhar, fingindo inocência, mas seus olhos brilham com diversão.

Eduarda — Alguma coisa errada com o meu pijama?

Eu quase rio. Quase. Em vez disso, passo a língua pelos lábios, sentindo o gosto amargo da tortura que ela me faz passar.

Oliver — Isso que você está… Isso que está vestindo não é um pijama. — Meu cérebro falha. Perco a linha de raciocínio por um segundo, e ela percebe. A danada percebe. — AchO melhor você… acho melhor se trocar.

Eduarda sorri de leve. Um sorriso vitorioso, perigoso. Ela se levanta devagar, sem pressa, sem nenhuma pressa.

Eduarda — Tudo bem, eu vou ver se tenho outra coisa.

Ela some dentro do closet, me deixando ali, com o corpo tenso e a mente ainda tentando processar o que diabos acabou de acontecer.

Do outro lado da linha, Vitor ri.

Vitor — Eu adoraria saber o que ela estava vestindo para te deixar nervoso desse jeito.

Merda. Tinha esquecido que ele ainda estava na chamada.

Oliver — Eu preciso desligar agora. Depois nos falamos.

Desligo sem esperar resposta e caminho para o banheiro, a passos firmes, decidido.

"Eu preciso de uma ducha. Eu preciso de uma ducha bem gelada."

...☆☆☆☆☆☆☆☆☆...

...🔴Autora:...

Olá meus amores, esse foi o último de hoje.

Só vou conseguir postar capítulos novos três vezes por semana. Pois não tenho tido muito tempo.

Peço paciência e compreensão de todos quanto a atualizações. E como já disse, para você que não tem muita paciência em aguardar as atualizações. Sugiro que espere até o livro ser concluído.

De coração espero que estejam gostando desenvolvimento da história. 😊

Ah, não esqueçam de deixar aquele Like ao final de cada capítulo. 👍🏽

Beijinhos. 😘

Até Breve. 👋🏽

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***