...Eduarda...
Com um pouco de dificuldade, tento fazer o menor barulho possível enquanto levo Oliver até o nosso quarto.
Eduarda — Fica aqui, eu vou preparar alguma coisa para você não amanhecer com ressaca — murmuro, ajudando-o a se sentar na beira da cama. O colchão afunda sob o peso dele, e eu me viro para sair, mas sua mão quente envolve minha cintura antes que eu dê um passo sequer.
Oliver — Não, não vai — ele sussurra, a voz rouca e embargada pelo álcool, mas carregada de uma intensidade que faz minha pele arrepiar.
Sinto o calor das mãos dele queimando através do tecido fino da minha blusa, e meu coração começa a bater mais rápido. Tento manter o controle.
Eduarda — Oliver, eu preciso fazer isso. Se não, você não vai conseguir dar aula amanhã. E ainda tem a sua nomeação como CEO da G&L... — respiro fundo, tentando manter a razão. — Não entendo onde você estava com a cabeça para se embebedar assim.
Ele se levanta de repente, e a proximidade entre nós me faz perder o fôlego. A mão dele toca meu rosto com uma delicadeza inesperada, os dedos deslizando pela minha pele.
Oliver — Não mesmo? — Sua voz é baixa, quase um sussurro, carregada de uma sinceridade embriagada que faz minhas defesas vacilarem.
Eduarda — Oliver... — Tento afastá-lo, mas ele é mais rápido, mais determinado.
Oliver — Minha cabeça estava em você — ele confessa, e o calor em suas palavras é palpável. — Exatamente como tem sido desde que te conheci. E não falo da Nicole... — A risada dele é grave, rouca, carregada de um desejo bruto e crU.
— Estou falando da Eduarda. — Fico imóvel, o coração acelerado, enquanto seus lábios se aproximam dos meus. Eu deveria impedi-lo. Mas não consigo.
O beijo dele tem gosto de uísque, forte e ardente, mas é tão bom quanto me lembrava — talvez até melhor. Meu corpo reage antes da minha mente ter tempo de processar. As mãos dele deslizam pela minha cintura, puxando-me para mais perto, e eu me entrego ao toque familiar, ao calor que só ele consegue provocar.
— É tão difícil você acreditar que eu gosto de você? — Ele murmura contra minha boca, os lábios traçando um caminho de fogo pelo meu pescoço.
Eduarda — Você... — tento protestar, mas ele não me deixa terminar. Cada toque, cada beijo rouba o pouco de resistência que ainda me resta.
— Você está... bêbado — consigo dizer entre respirações ofegantes. — Não acho... que vá lembrar disso amanhã.
Oliver — Dizem que os bêbados sempre falam a verdade. — Ele me puxa de volta, os olhos brilhando com um desejo incontrolável. — Mais até do que os sóbrios.
E, dessa vez, ele toma meus lábios com uma fome avassaladora. O beijo é mais intenso, carregado de desejo bruto e emoções. As mãos dele percorrem meu corpo como se quisessem memorizar cada detalhe, e, por um momento, tudo o que sei é ele — o calor, o toque, a necessidade.
Eu deveria resistir. Eu sei disso. Mas ele tem esse poder sobre mim. O poder de me fazer esquecer de tudo. De me perder em cada carícia, cada suspiro, cada toque que me faz queimar por dentro.
E, mais uma vez, eu me entrego a ele — inteira, sem reservas.
...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...
...Oliver...
■ Segunda 🗓
Acordo com Miranda me chamando, a voz dela ecoando distante enquanto tento reunir os pedaços da noite anterior. Minha cabeça lateja em um ritmo insuportável, como se martelos batessem incessantemente em minhas têmporas. Levo uma mão à testa, na tentativa inútil de aliviar a dor.
Miranda — Trouxe algumas aspirinas — Miranda diz, a voz suave carregada de preocupação. — E esse chá, a senhora González preparou antes de sair.
Oliver — Como assim? — Minha voz sai rouca, mais grave do que o normal. — A Eduarda já saiu?
Miranda — Sim, senhor. A senhora saiu tem uns vinte minutos e pediu que eu acordasse o senhor exatamente nesse período.
As palavras dela me atingem como um soco no estômago. Me pergunto o que diabos eu fiz para que, mais uma vez, Eduarda fugisse. Fecho os olhos, tentando forçar minha memória a entregar qualquer fragmento da noite passada, mas tudo o que encontro é um vazio desconfortável.
Chegar bêbado foi uma decisão estúpida, mas, no momento, parecia uma estratégia. Achei que a coragem líquida fosse me ajudar a ser mais sincero, a mostrar a Eduarda um lado meu que nem eu entendo completamente.
Mas talvez eu tenha ido longe demais. Talvez eu tenha sido insuportável, exatamente como Vitor alertou. O pensamento se instala e me corrói por dentro, trazendo um gosto amargo à boca que nem o chá seria capaz de dissipar.
...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...
Após tomar o chá e a medicação, me arrumo para a faculdade. A dor de cabeça ainda lateja no fundo, e o peso de não me lembrar Da noite passada parece mais sufocante que o próprio mal-estar. Peço a Ralph que me leve, já que dirigir seria um desafio para o qual não tenho forças.
■ Faculdade 🎓
Dessa vez, Eduarda não se senta em uma das primeiras fileiras, escolhendo um assento o mais distante possível de mim. Isso só confirma minhas suspeitas. Por mais que eu tente, não consigo tirar os olhos dela durante toda a aula.
E, quando finalmente minha aula chega ao fim, peço que ela permaneça na sala.
Oliver – Por que não esperou para vir comigo hoje?
Eduarda – Não vi necessidade. A faculdade fica apenas algumas estações depois da mansão. Não é bom arriscar que nos vejam juntos.
Oliver – Ok. – Digo, tentando encontrar as palavras certas.
— Oliver...
— Eduarda...
Falamos ao mesmo tempo.
Eduarda – Você primeiro.
Oliver – Bom, eu só queria te pedir desculpas pelo que aconteceu ontem à noite. Esse incidente não voltará a se repetir. Eu sinto muito, de verdade.
Ela não diz nada. Apenas me encara em silêncio, como se processasse minhas palavras. O olhar dela é indecifrável, e a ausência de uma reação imediata me inquieta mais do que qualquer resposta que pudesse dar.
Eduarda – Ok, está tudo Bem. Eu preciso...
Oliver – Achei que tivesse algo... – Digo, impedindo que ela deixe a sala.
Ela hesita por um segundo, mas depois balança a cabeça.
Eduarda – Não era nada importante. –Ela desvia o olhar.
– Bom, eu preciso ir. Tenho uma apresentação na próxima aula.
...☆☆☆☆☆☆☆☆☆...
...Eduarda...
Denise — E aí? O que o professor queria com você?
Eduarda — Não era nada demais. Ele só disse que a senhora Raymond comentou com ele que a senhora Drake era a minha mentora e sugeriu que ele a substituísse. — Ele não disse isso, mas hoje pela manhã a senhora Raymond me chamou em sua sala para me informar. Devo confessar que gostei da ideia a princípio, mas agora, pensando melhor, não estou tão certa disso. Não depois do que ele acaba de me dizer.
Denise — Você é muito sortuda! Já não bastava trabalhar com ele e agora isso...
Eu não diria que isso é sorte, ainda mais por eu desejar manter o máximo de distância possível de Oliver. — Penso, reprimindo um suspiro.
Eduarda — O que é sorte para uns, é azar para outros. — Digo indiferente, sem esconder meu desinteresse no assunto.
Denise — Não consigo entender por que você não gosta dele.
Eduarda — Para quem chegou bufando na aula hoje cedo por ter levado um fora dele na frente de suas amigas no bar, você parece ter superado.
Minha voz sai mais cortante do que eu pretendia, mas não consigo evitar.
Denise — Ver aquele lindo rostinho me faz esquecer de tudo. Você me conhece, sabe que não sou de desistir no primeiro fracasso. Oliver ainda vai me amar, pode escrever o que eu estou dizendo.
Uma sensação incômoda se instala no meu peito. Por mais que eu odeie admitir, começo a ficar preocupada com o interesse de Denise em Oliver. A forma como ela fala dele, como se a rejeição fosse apenas um obstáculo passageiro, me incomoda profundamente. Não entendo essa fixação, essa insistência cega.
Eduarda — Você está mesmo se ouvindo? — Digo, sentindo minha paciência se Esgotar.
Respiro fundo, tentando controlar minha irritação, mas é impossível.
— Oliver é casado, Denise. Casado. Você mesma disse que ele lhe informou isso ontem, e hoje ele apareceu com uma aliança no dedo. Eu mesma vi, na verdade, a classe inteira viu. Não entendo onde você deseja chegar com tudo isso.
Ela pisca algumas vezes, parecendo hesitar.
Denise — Eu... eu só...
Seu tom perde a confiança de antes.
Eduarda — Eu preciso ir para a sala, tenho que preparar minha apresentação.
Sem esperar por uma resposta, viro as costas e sigo pelo corredor.
...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...
■ Cafeteria ☕
Nicole — Duda! — Ela grita, me tirando de meus devaneios.
Eduarda — Me desculpa, o que você estava dizendo?
Nicole — Sério que você não prestou atenção em nada do que falei?
Eduarda — Eu... Eu estava pensando no trabalho. — Minto, desviando o olhar.
Nicole — Sei muito bem qual "trabalho" você estava pensando. Por acaso, ele começa com a letra "O"?
Sinto meu corpo enrijecer instantaneamente. Minha irritação cresce porque, no fundo, ela está certa.
Eduarda — Por que tudo para você tem a ver com Oliver? — Pergunto, tentando esconder minha frustração.
Suspiro, buscando paciência, antes de continuar:
— Eu só estou preocupada com o estágio, nada mais. Segundo Suelen, o senhor Ricardo retorna hoje de viagem. Ele é o responsável pelo meu departamento, e todos no escritório estão bastante receosos desde que souberam de seu retorno. Dizem as más línguas que o homem é o próprio demônio em pessoa. Bom, eu só espero causar uma boa primeira impressão, já que ainda não o conheci.
Minha voz soa convincente.
Nicole — Não vejo motivos para você se preocupar. Você é ótima no que faz. A melhor das melhores. O lançamento do seu projeto foi um sucesso. Ele não terá nada para reclamar.
O tom encorajador de Nic me traz certo alívio. Ela realmente acredita em mim, e, por um momento, desejo que minha única preocupação fosse apenas o estágio.
Eduarda — Você está certa, prima. Obrigada por me tranquilizar. Agora, eu preciso mesmo ir, caso não queira me atrasar.
Dou um beijo rápido em seu rosto e deixo a cafeteria, sentindo o peso do que realmente me aflige.
A verdade é que o retorno do senhor Ricardo não me intimida nem um pouco, mas eu precisava de uma desculpa para Nic parar de me interrogar. Não quero que ela saiba que o motivo da minha mente não estar no lugar é Oliver. Me sinto uma idiota por ter chegado a considerar, mesmo que por um instante, a possibilidade de tentar algo com ele.
Eu realmente acreditei que tudo o que ele me disse ontem era verdade. Que a nossa noite tinha significado algo para ele, de alguma forma. Mas não. Lá estava eu, disposta a me desculpar por tudo que havia dito antes de ele deixar a mansão. Lá estava eu, disposta a tentar algo a mais com ele.
Pois a idiota aqui caiu no seu maldito truque feito um patinho.
Mas, deixa ser.
Farei o que estiver ao meu alcance para esquecê-lo. E, dessa vez, eu prometo que não irei cometer o mesmo erro.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Cleidilene Silva
concordo plenamente com Patrícia a mulher vai arrancar a calcinha pela cabeça 🤣🤣 vai surtar 🤣🤣🤣
2025-03-12
1
Patrícia Barbosa Ferrari
Duda , quando a Denise souber que você e a esposa do Oliver,ela com certeza irá surtar muito
2025-02-14
2
Edvanir Alves
agarre seu homem mulher se não a Denise pega 🤣🤣🤣🤣
2024-11-26
1