...Eduarda...
Por mais que eu tenha me esforçado para me atrasar, acabo sendo a primeira a chegar ao local combinado. Reviro os olhos para minha própria sorte e decido aguardar pelo cara por, no máximo, vinte minutos. Nem mais, nem menos.
Mas, para minha surpresa, não passam nem cinco minutos quando um homem se aproxima da mesa.
Oliver — Sinto muito pelo atraso, o trânsito estava horrível — ele diz assim que me cumprimenta.
Nic não me deu muitas informações sobre Oliver González. Tudo o que mencionou foi seu nome e idade, além de ressaltar que ele vem de uma família bastante influente e precisa se casar para ocupar o cargo de CEO na empresa de seu avô. Ok, não a culpo por não me contar quase nada, já que eu mesma não fiz questão de saber. Disse a ela que não havia necessidade de detalhes, pois meu único objetivo neste encontro era dispensá-lo.
Eduarda — Não tem problema, entendo perfeitamente. Cheguei há pouco tempo também — respondo, me acomodando de volta à cadeira.
No entanto, por mais que tente disfarçar, não consigo tirar os olhos dele. E não digo isso porque ele é excessivamente bonito — o que, de fato, é —, mas porque há algo nele que me parece familiar. Como se já o tivesse visto antes. Tento forçar minha memória, mas nada me vem à cabeça.
— Já nos conhecemos antes? — pergunto, intrigada.
Oliver abre um sorriso cínico, claramente convencido, antes de responder:
Oliver — Sinto muito, mas essa tática não funciona comigo.
"Que cara convencido."
A constatação ecoa em minha mente, mas talvez isso seja algo positivo. Pelo que estou percebendo, ele não é muito fã de mulheres atiradas. Se for assim, descartar Nic da lista dele pode ser mais fácil do que imaginei.
Eduarda — Tem certeza que não? — provoco, inclinando-me para mais perto e sussurrando em seu ouvido.
Vejo quando ele engole em seco, sua expressão mudando sutilmente.
Oliver — Imagino que esteja com fome. Vamos pedir? — Ele muda de assunto rapidamente.
Eduarda — Claro — respondo, analisando o menu com um pequeno sorriso de vitória nos lábios.
Enquanto aguardamos a comida, Oliver tenta puxar assunto. Respondo todas as suas perguntas de um jeito propositalmente irritante, dando a entender que Nic é mimada e pouco inteligente — coisa que sei perfeitamente que ela não é.
Então, ele me faz a pergunta que eu esperava:
Oliver — Por que deseja se casar comigo?
Finjo ponderar por alguns segundos antes de responder:
Eduarda — Dinheiro, é claro. Pelo que entendi, sua família é bastante influente, até mais do que a minha. E que isso fique entre nós, mas meu pai limita muito meus gastos... Coisa que não acontecerá quando eu me tornar sua esposa. Posso comprar a Gucci inteira sem medo de levá-lo à falência — sorrio, e percebo o olhar de desgosto dele se intensificar.
Mas não paro por aí.
— Além disso, você é muito gostoso. Minhas amigas morreriam de inveja, principalmente aquela nojenta da Crystinne. Acredita que ela está se achando só porque ganhou uma porcaria de um carro edição limitada? — finjo desdenhar.
Ele apenas me encara, agora visivelmente arrependido de ter vindo.
Durante o jantar, continuo a tagarelar sobre as coisas mais aleatórias que consigo pensar, sempre mantendo o tom de uma garota superficial e fútil. Até mesmo conto a ele sobre meus "planos" para depois do casamento.
E então, finalmente, vem a frase que eu ansiava ouvir:
Oliver — Está ficando tarde, não acha? — Ele olha para o relógio, Claramente impaciente.
Mordo o lábio para conter um sorriso e disfarço minha satisfação.
Eduarda — Só preciso usar o banheiro. Tenho que retocar a maquiagem — digo, me levantando.
No banheiro, pego o celular e envio uma mensagem para Nic.
📨 Mensagens:
📤 Eduarda: Depois de hoje, acho difícil ele querer te ver novamente.
📥 Nicole: Muito obrigada por me salvar! Prometo recompensá-la. 🙏🏻❤️
📤 Eduarda: Acho que você pagar meu almoço por um mês já é suficiente.
...☆☆☆☆☆☆☆...
Quando volto à mesa, Oliver está terminando de pagar a conta. Ele agradece ao garçom e seguimos juntos até a entrada do restaurante, onde um táxi já me aguarda.
Eduarda — Adorei nosso encontro! Quando nos veremos novamente? — pergunto, fingindo empolgação.
Ele esboça um sorriso forçado.
Oliver — Não sei te dizer ao certo. Minha agenda é bem apertada... Mas eu te ligo assim que tiver um tempo livre.
Eduarda — Vou esperar ansiosamente pelo seu telefonema — digo, me aproximando para beijá-lo. No último segundo, desvio e deixo o beijo em sua bochecha.
Antes de entrar No táxi, sussurro em seu ouvido com um sorriso malicioso:
— Me liga.
...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...
...Oliver...
■ Bar 🥃
O ambiente do bar era típico: luzes amareladas pendiam do teto, lançando um brilho suave sobre o balcão de madeira escura, enquanto o som abafado das conversas se misturava ao leve tilintar de copos sendo servidos. O cheiro de uísque, tabaco e um leve aroma de especiarias pairava no ar.
Encostado no balcão, com um copo de uísque entre os dedos, solto um suspiro antes de encarar Vitor, que me olha com diversão escancarada nos olhos. Ele se recosta na cadeira, girando seu próprio copo com descaso, claramente se divertindo com minha frustração.
Vitor — Então, quer dizer que a garota era completamente louca? — ele pergunta, segurando o riso.
Reviro os olhos e dou um gole no meu drink antes de responder:
Oliver — Exatamente. Ela montou nosso casamento inteiro na própria cabeça. Além de ter deixado claro que só estava interessada em dinheiro. E como se não bastasse, não parou de falar um segundo sequer sobre as amigas, a última coleção de Paris e a tal Crystinne, que ganhou um carro.
Vitor solta um assobio divertido.
Vitor — Clássico.
Ignoro o comentário e continuo:
Oliver — Ok, não posso negar que ela era bonita. Mas, no momento em que abria a boca, toda aquela beleza se tornava irrelevante.
Vitor apoia o cotovelo no balcão e me encara com um sorriso travesso.
Vitor — Isso quer dizer que Oliver González tem, sim, um tipo de mulher. Nossa, por essa eu não esperava.
Solto uma risada curta e balançando a cabeça.
Oliver — Cala a boca. Tudo que estou dizendo é que não me casaria com ela.
Vitor ergue uma sobrancelha, claramente se divertindo com a situação.
Vitor — Tudo que eu entendi foi que você gosta de mulheres que falam pouco, são inteligentes, bOnitas e lúcidas. E essa tal de Nicole só passou em um dos seus requisitos.
Faço uma careta e dou outro gole no uísque, sentindo o líquido quente deslizar pela garganta.
Oliver — Não diga bobagens. Eu não tenho um tipo.
Vitor — Não mesmo?
Ele me encara como se soubesse mais sobre mim do que eu mesmo. Seguro seu olhar por um momento antes de soltar um suspiro derrotado.
Oliver — Ok, talvez eu tenha alguns requisitos para uma esposa ideal. Mas, sendo bem sincero, ainda não tenho certeza se desejo me casar.
Cruzo os braços sobre o balcão, observando o líquido âmbar dentro do copo, como se fosse me dar alguma resposta.
— Por mais que queira o posto de CEO da G&L Automotive, acho ridícula a ideia de precisar ser casado para isso.
Vitor assente, girando seu copo pensativo.
Vitor — Também acho ridículo que eles exijam isso, mesmo você já tendo provado seu valor. Digo isso pela filial da França. Você a salvou da falência sem qualquer tipo de ajuda do seu avô. Isso não deveria ser o suficiente?
Uma sombra passa pelo meu olhar ao lembrar da França. Da luta para manter a filial de pé, da pressão, das noites sem dormir...
Oliver — Também acho. Mas não tenho outra escolha, a não ser me casar. E farei isso apenas pelo meu avô. Você sabe que meu retorno teve tudo a ver com a saúde dele.
O olhar de Vitor ficou mais sério.
Vitor — Você está se ouvindo? Pretende mesmo se casar?
Pisquei devagar, sentindo a ironia da situação se enraizar dentro de mim.
Oliver — Pois é, meu amigo… Estou tão surpreso quanto você.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Cleidilene Silva
por mais que se passaram anos não esquece rápido assim!! acho ela tinha dezessete anos na época.
2025-03-12
0
TaTa
se fazem 5 anos do acidente dela e ele ficou indo por 3 semanas no hospital ver ela,como não reconheceu?
2025-03-01
2
Patrícia Barbosa Ferrari
Estou querendo ver quando ele descobrir que foi a Eduarda que salvou a vida dele
2025-02-14
1