O Pacto

O beijo de Lily despertou algo insano em Henry. Seu coração disparou como se tentasse escapar do peito, e seu sangue parecia em ebulição, queimando a cada pulsação. Era como se uma força primitiva e desconhecida estivesse se libertando dentro dele. A excitação era intensa, mas diferente de qualquer coisa que já experimentara. Não era um desejo comum; era algo visceral, sobrenatural.

Lily o encarou com um sorriso enigmático, um olhar que parecia prometer que tudo ficaria bem. Era reconfortante e, ao mesmo tempo, perturbador. Henry queria acreditar, precisava acreditar, mas uma parte dele sabia que isso era impossível.

De repente, a expressão de Lily mudou. Seu corpo foi tomado por um feixe de luz mágica, tão brilhante que Henry precisou desviar o olhar. Quando ergueu a cabeça novamente, ela não estava mais lá. No lugar onde deveria estar sua esposa, uma espada vermelha como sangue repousava em suas mãos. Henry sentiu o peso da arma, mas o mais assustador era como ela parecia uma extensão de seu próprio corpo. Ele olhou para si mesmo e percebeu que algo mais havia mudado.

Seu corpo estava diferente: mais alto, mais forte. Ele podia sentir a energia fluindo por seus músculos como nunca antes. Um par de luvas pretas havia surgido em suas mãos, feitas sob medida para manusear a espada. Era como se tudo estivesse preparado para ele, mas Henry não conseguia entender o que estava acontecendo.

Antes que pudesse reagir, um rosnado feroz ecoou à sua direita. Ele se virou e viu Bartise a apenas dois centímetros de dar o bote. Seu coração congelou, mas seus reflexos recém-despertados o salvaram. Henry desviou por um triz, o suficiente para evitar o ataque, mas acabou se ferindo em um galho próximo. Sem pensar duas vezes, disparou pela floresta. A velocidade com que corria era alucinante. O vento cortava seu rosto, e seus pés mal tocavam o chão.

— O que está acontecendo? — gritou, sentindo a adrenalina tomar conta.

— Nós agora somos apenas um. — Uma voz feminina ecoou em sua mente, clara como o dia.

— Lily? É você?

— Sim. Estou dentro de você agora.

— Dentro de mim?! — Ele sentiu o rosto queimar de vergonha. — Espere, você pode ler meus pensamentos?

— Mais ou menos… Não de forma intrusiva. Mas isso não importa agora. Concentre-se.

— O que aconteceu comigo? Meu corpo está... diferente.

— Você agora possui o corpo e as habilidades de um vampiro adulto: força, velocidade, resistência e baixa fadiga. Além disso, sou sua arma de aura. Cada humano carrega uma arma dentro de si, uma extensão de sua aura. Apenas a fusão com um ser sobrenatural pode libertá-la. E, honestamente, nunca ouvi falar de uma arma como a sua espada.

— E o que isso significa?

— Que você é especial. Mas, agora, o importante é sobreviver.

Henry ainda tentava processar tudo quando percebeu que sua velocidade aumentava cada vez mais. Era como se o próprio corpo estivesse se ajustando, ficando mais leve.

— Outra coisa: pare de falar em voz alta. Podemos nos comunicar por telepatia.

Ele ficou constrangido, mas respondeu mentalmente:

— Desculpe.

— E pare de correr.

— Como assim?! Eles têm um tigre!

— E você tem uma vampira e uma espada.

— Isso não faz sentido! — Ele hesitou, mas seus passos começaram a diminuir.

A perseguição chegou ao fim quando os caçadores os alcançaram. A caçadora parou à frente, um sorriso de triunfo iluminando seu rosto.

— Olha só... um pacto. — Ela gargalhou, estalando o chicote no chão. Bartise avançou como uma bala, seus dentes brilhando sob a luz fraca.

Henry levantou a espada instintivamente. O tigre atacou, mas seus dentes encontraram o metal da lâmina. O impacto foi tão próximo que Henry sentiu o hálito quente da fera contra seu rosto. O medo tomou conta dele, mas, naquele instante, algo inesperado aconteceu.

A espada começou a pulsar. O vermelho dentro dela parecia vivo, vibrando no mesmo ritmo do coração de Henry. A energia acumulada explodiu em chamas, envolvendo a lâmina e o tigre. Bartise soltou um urro de dor e caiu no chão, contorcendo-se enquanto o fogo o consumia.

— Eita, merda! O que você fez?! — A voz de Lily ecoou, misturando incredulidade e choque.

Henry recuou, ofegante, observando o tigre ser engolido pelas chamas. Ele não conseguia acreditar no que tinha acabado de fazer. O cheiro de carne queimada tomou conta do ar, e, por um momento, o silêncio foi quebrado apenas pelos gemidos agonizantes da criatura.

— Isso... isso foi você? — Henry pensou, sua mente um turbilhão de emoções.

— Foi você, Henry. Eu apenas liberei o que estava dentro de nós.

A caçadora, que antes parecia confiante, agora o encarava com uma mistura de raiva e surpresa.

— Então é assim que vai ser? — disse ela, preparando o chicote novamente.

Henry apertou o punho em torno da espada, sentindo o calor ainda vivo em suas mãos. Ele sabia que aquele era apenas o começo.

— Lily, espero que você saiba o que está fazendo — murmurou para si mesmo, antes de assumir uma posição de combate.

— Confie em mim, Henry. Nós não vamos perder.

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