Sim, havia acontecido uma coisa mais importante na vida de Wendy do que a suposta traição do seu pai. Henry estava casado? Isso queria dizer muita coisa. Ela ficou imaginando como isso teria acontecido o encontro deles. Um romance escondido, ela tinha quase uma excitação naquilo, mas tinha algo de estranho, que não estava sendo explicado a ninguém. E quando pensava no corrido, sentia ao mesmo tempo uma sensação de perda e derrota. Mesmo sabendo que, na prática não perdera nada. Devia ser normal aquela sensação, afinal o seu melhor amigo tinha criado um novo vínculo, sem ao menos falar com ela. Podia ser ciúmes e tudo certo. Porém, ela tomou uma atitude inesperada, pegou o telefone e ligou para Adolfo.
-Oi?- Por álbum motivo louco o seu colega de escola veio em seus pensamentos como uma boa alternativa para conversar naquele momento confuso.
-Wendy? Nesse horário? Aconteceu algo?
-Eu quero falar com você amanhã.
-Nossa, mudança de atitude repentina.- Adolfo parecia surpreso ao telefone.
-Aconteceu muitas coisas repentinas na minha vida ultimamente.
-Hum. Entendo. Pode desabafar. Sou um bom psicólogo.- Ele fez uma piadinha.
-Amanhã depois da aula, na sorveteria.
-Ok. Você quem manda.
-Não fale assim. Eu não mando em nada. Estou te sugerindo algo. Leve a sério.
Adolfo deu uma risadinha no outro lado do telefone. Ela odiava essa mania dos garotos de se acharem e desvalorizarem os sentimentos femininos. Por isso era difícil fazer amigos. As pessoas pouco valorizavam os outros. Amizades verdadeiras eram uma raridade. Não tinha como comparar o vínculo que ela e Henry tinham com nenhum outro. Ele era insubstituível.
-Esquece.- Talvez tinha sido uma ideia ruim contar com a ajuda de outra pessoa.
-Não, tudo certo.- Ele suplicou.- Vamos conversar amanhã. Você vai perceber que também posso ser um ótimo ouvinte.- Apesar de tudo Adolfo se esforçava para ser uma pessoa melhor. Parecia disposto a um diálogo verdadeiro.
- Tá bom. Agora preciso desligar. Boa noite.
- Ok, bebezinha.
Wendy simplesmente ignorou a investida e desligou o telefone. Ela precisava conversar com seus pais sobre tudo o que havia acontecido hoje. Já era bem tarde, e provavelmente eles ainda deveriam estar no trabalho ocupados. Um saco como sempre. Falaria com eles amanhã pelo telefone mesmo no dia seguinte, e eles aceitariam, porque eles não se importavam realmente com nada, apenas com o serviço. A menina que praticamente administrava e cuidava da mansão.
Ela pegou as suas roupas e foi banhar-se na sua banheira com água bem quente. Submergiu e ficou pensando algumas vezes que talvez pudesse visitar Henry para contar sobre o seu pai, entretanto a noite havia sido longa e agora ele era um rapaz casado, ficaria mais chato do que abraço que deu nele.
O abraço! Seu rosto ficou vermelho. Todos haviam achado que era uma provocação ou algo parecido, ficou um clima muito pesado no ar, porém ela somente queria mostrar que se importava com seu amigo de anos e que uma garota nova não podia magoar os sentimentos dele. Pelo menos ela pensava que era por isso...Sua cabeça estava muito confusa.
Ela tomou um banho consideravelmente demorado e voltou ao seu quarto para se arrumar e dormir, independente do que aconteceu amanhã teria aula e ela precisava descansar. Mas antes que deitasse em sua cama elástica viu um pedaço pequeno de papel ameaçado embaixo de sua porta. Era uma folha branca, com uma letra escrita às pressas.
"Oi, Wendy. Não esqueci da nossa conversa. Foram muitas informações no dia de hoje. Sinto muito, de verdade. Espero que tenhamos outra oportunidade de conversamos. Desculpa. Boa noite e muito obrigada.
Henry"
Aquele bilhete fez a menina sorrir como não havia acontecido no dia inteiro. Ele sempre sabia como aliviar as tensões do dia, mesmo quando era um dia tão estressante como aquele. Uma hora ela responderia essa mensagem, mas agora precisava descansar.
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Atualizado até capítulo 21
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