A mente de Lily congelou ao ver a desconhecida sacar o chicote. Só podia ser uma caçadora! Ela já ouvira falar da garota do chicote em Londres.
– Meu Deus! Henry, corra!! – gritou em desespero.
– O quê? – Henry mal teve tempo de entender o comando, virando-se para fugir.
Mas a situação só piorou. Um tigre enorme, de pelagem cinzenta, bloqueava a saída. A fera era gigantesca, diferente de tudo que Henry já tinha visto.
Lily olhou para Henry, que estava pálido e sem fôlego. Sem hesitar, agarrou-o pelo braço e correu mata adentro. Sabia que, em poucos segundos, o tigre os alcançaria. Então, ativou seu "modo vampiro". Não podia correr mais rápido por causa do amigo, mas seus sentidos estavam agora mais aguçados, captando qualquer detalhe ao redor. Precisava de um esconderijo urgente!
Finalmente, avistou alguns arbustos altos e, sem pensar duas vezes, puxou Henry para o chão, deitando-se ao lado dele e tentando manter-se imóvel.
– Se puder, cubra o rosto com terra para se camuflar e encobrir um pouco do nosso cheiro.– sussurrou. Em seguida, tirou um frasco e borrifou um líquido nos dois. – Isso cheira a ervas e terra. Vai ajudar a disfarçar nosso cheiro. Agora, fique quieto.
Como ela tinha tudo aquilo guardado?! E como estava agindo com tanta tranquilidade numa situação daquelas? Ser vampira deveria ser muito sofrido. estar em constante perigo. Mesmo naquele caos Henry queria falar algo paga confortar Lily. Mas antes que pudesse falar, o tigre e a caçadora já estavam próximos.
– Ah, querido – a mulher começou em tom calculado. – Eu não queria que fosse assim. Só quero a vampira. Se você a entregar, pode ir embora. – Ela fez uma pausa, avaliando o silêncio. – Aposto que a vampira poderia abandoná-lo aqui para salvar a própria pele. Talvez ela não tenha força suficiente para lutar contra nós, mas a se pode ganhar a batalha de outras formas, certo? – Sua voz adquiriu um tom ameaçador. – Afinal, vocês não têm para onde fugir. Mas podemos negociar. Vamos conversar?
O silêncio pesado tomou conta do local. Lily olhou para Henry, que, em vez de medo, exibia uma expressão de raiva e determinação.
– Então é isso? Prefere acabar com a vida tão jovem protegendo uma criatura repugnante? – A caçadora zombou. – Não foi a escolha mais inteligente.
Novamente, silêncio.
– Quer que eu vá até aí? – a caçadora ameaçou.
Lily sabia que eles tinham uma noção de onde estavam, mas ainda não a localização exata. Sentia a tensão aumentar. Precisavam de uma alternativa, por mais improvável que fosse.
– Me beije – sussurrou ela no ouvido de Henry.
Ele a encarou, confuso e apavorado, mas, por medo de fazer barulho, não respondeu.
– Agora! Ou vamos morrer! – ordenou ela em um sussurro urgente.
– Certo... vai ser assim. Bartise, acabe com eles – disse a caçadora com firmeza. O olhar do tigre se voltou para os arbustos com ferocidade.
Com a aproximação do tigre e o medo de ser dilacerado, Henry finalmente se inclinou e beijou Lily. Se fosse morrer, ao menos seu último momento teria o cheiro suave de rosas da menina.
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Atualizado até capítulo 21
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