O CEO e a estagiária ainda estavam abraçados no começo daquela noite no heliponto do prédio da X.a.i. Corp. Ambos conseguiam sentir não apenas o calor e o cheiro um do outro como os intensos batimentos cardíacos.
As palavras de Judith atingiram como um soco no estômago daquele poderoso homem. Thomas tinha passado a vida se envolvendo apenas em aventuras casuais, nunca se permitindo se entregar emocionalmente a alguém. Mas algo nela era diferente, algo que o fazia desejar profundamente uma conexão mais profunda e duradoura. De qualquer forma eles precisavam se mover.
Após saírem do abraço e se olharem nos olhos mais uma vez, Thomas voltou a falar:
- Eu te levo... é sério - ele insistiu, pois ela não havia confirmado.
- Tudo bem... podemos ir? - ainda desconfortável, Judith pediu pressa.
Thomas levou Judith até o estacionamento do prédio onde trabalhava e eles se dirigiram juntos para seu carro. Como esperado, um sedan de luxo preto por fora e de couro por dentro. Eles estavam em silêncio por todo aquele caminho, cada um perdido em seus próprios pensamentos, contudo já haviam relaxado da tensão anterior.
Quando chegaram ao veículo, Thomas abriu a porta do passageiro para Judith, permitindo que ela entrasse. Ele então deu a volta para o lado do motorista e entrou no carro, começando a dirigir em direção à saída, o homem voltou a buscar uma aproximação.
- Eu estou com fome e acho que você também... e que tal se eu te levasse para jantar? Apenas um jantar, prometo... se assim você quiser - ele foi comedido, mas não deixou de ser galante.
- Eu aceito... posso escolher o lugar? - após uma risada com o final da frase ouvida, Judith propôs com coragem.
- Por favor - ele disse e freiou suavemente o carro, pois precisava saber por qual direção deveria seguir.
Judith pensou inicialmente em escolher algum restaurante caro, meio que como punição ao seu chefe, contudo pensou melhor e seria uma grande bobagem para ele pagar o jantar em qualquer lugar que fosse naquela cidade... então escolheu algo mais ousado e foi devagar para saber se haveria uma aprovação de Thomas:
- Você aceita qualquer lugar? Qualquer lugar mesmo? - ela insistiu na pergunta, pois queria saber até onde ele iria por ela.
- Claro? Por que não? - ele nem pensou em nenhum lugar específico.
- Então vamos no Zé do Churras?! Faz uns doze anos que não como lá - com empolgação, Judith propôs um barzinho de bairro.
- Onde? - Thomas definitivamente não sabia onde era.
- No... - ela ia responder, mas ele interrompe.
- GPS... Zé do Churras - falou com o computador de bordo do seu veículo.
E automaticamente o aparelho reconheceu o pedido do patrão e fez um caminho no mapa para que Thomas fosse até o local. Judith ficou mais boquiaberta com aquela tecnologia que mesmo com a atitude do CEO em aceitar sem pensar muito. Ficando preocupada, ela disse logo após ele voltar a dirigir:
- Olha eu estava brincando... esse barzinho fica em um bairro... um pouco perigoso. Sabe, você... esse carro... tenho medo - ficando mais racional, ela fala.
- Ah, sobre isso? Não precisa ter medo, eu sempre ando armado - ele mostrou que havia uma pistola presa em baixo do volante.
Judith ficou pensativa por um segundo... por que diabos ele teria uma arma? Antes que seus pensamentos fossem para o lado conspiratório, Thomas voltou a perguntar:
- O que tem lá para comer? Isso que me preocupa - e tirou da jovem uma deliciosa risada.
- Tem o que todo barzinho tem. Vamos fazer o seguinte. Eu aceito uma contra-proposta - temendo pelo estômago daquele homem, ela resolve ouvi-lo a respeito.
- Ok, minha contra-proposta... vamos nos aventurar no meu apartamento... afinal, se formos ter algo sério preciso saber seus dotes culinários - aquele homem usou muito bem as palavras.
Judith ficou encantada... apenas por um segundo, pois logo sua mente começou a lhe desafiar se ia saber fazer uma janta digna para eles ou não. Borboletas começaram a voar em zigue-zague pelo seu estômago enquanto Thomas mudava a rota do GPS para seu apartamento. Olhando no mapa a localização era o bairro mais rico da cidade, como esperado.
- Ei, eu nem aceitei - só então ela percebeu que não havia falado nada e foi a vez de Thomas cair na risada... então ele disse:
- Você testou minha coragem e vai fraquejar? - é, ele é realmente muito bom com as palavras.
- Ok... espero que goste de comer ovo frito - Judith sorriu e depois o provocou.
- Será o melhor ovo frito que comeremos, então - ele responde com galanteio.
O homem dobrou mesmo a insegurança da jovem. No fim ele estava a levando para seu apartemento, mesmo que, teoricamente, apenas para um jantar. A conversa até que chegassem no bairro onde ele morava foi sobre o que poderiam preparar.
Quando Thomas e Judith chegaram ao complexo de apartamentos, a estagiária ficou surpresa pela aparência luxuosa e moderna do prédio. Era um local claramente destinado às pessoas mais ricas e poderosas da região. Eles entraram no elevador, e Thomas selecionou um dos últimos andares, onde ficava seu apartamento no topo do edifício, para variar. Enquanto subiam, um silêncio tenso pairava entre eles.
A mente te Judith já nem sabia mais como torurá-la, pois poderia ser sobre seus dotes culinários, ou a ausência deles, ou mesmo por estar na casa do patrão que claramente quer levá-la para cama. Thomas pensava mais em como fazer aquilo dar certo, mesmo que sem fazer amor naquela noite, ironicamente quem pensava em sexo era a jovem.
Ao chegarem na cozinha, e que cozinha enorme, mesmo em um apartamento, Thomas propôs:
- Que tal culinária americana? Falo de hamburgueres - sorrindo com a própria simplicidade.
- Eu não esperava por isso... o que mais além dos hamburgueres? Posso fazer uma salada para acompanhar - com uma rara coragem, Judith se dispôs em ajudar.
- Perfeito! Fique a vontade - o dono da casa responde e começa a se preparar.
Judith nunca foi muito confiante em suas habilidades na cozinha, mas ela conseguia preparar uma salada razoavelmente boa. Era algo que ela geralmente fazia quando precisava cozinhar algo rápido e saudável. Ela abriu a geladeira e foi tirando o que achou que ficaria bom enquanto ele preparava as carnes e o complemento dos hamburgueres.
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
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