Thomas, até como CEO, sentia que deveria deixar claro para Judith que Sarah era apenas uma colega e marcou uma reunião após o expediente com a jovem. Tudo parecia calmo naquele dia até aquele momento, mas logo que os dois ficaram a sós naquela enorme sala as batidas nos corações de ambos se intensificaram.
Foram alguns dias de distanciamento desde aquela reunião mais reveladora, Thomas e Judith perceberam que estavam sentindo falta da conversa e conexão que tinham antes. Era bom a presença um do outro. O CEO teve uma ideia de prolongar ainda mais aquele momento e sugeriu irem para o topo do prédio, não há nada além de um heliponto, porém é uma bela vista.
No elevador eles se olharam, porém rapidamente chegaram ao topo, porque a sala do chefe fica apenas um andar mais em baixo. Ele toma a iniciativa:
- Já tinha vindo aqui? Dá pra ver quase tudo que há nos arredores - Thomas pergunta e se aproxima da beirada, muito bem protegida para evitar acidentes.
- Nunca! Que medo - Judith confessa... ela nunca havia experimentado altura tão grande.
- Vem, pode vir - notando seu medo, o homem a chama e estende seu braço.
Judith segura em sua mão e avança lentamente... Thomas até pensa em puxá-la, contudo decide ser paciente e dá o tempo dela, que finalmente chega na beirada e, segurando com força o concreto de proteção... alguns minutos em silêncio e os corações se acalmam. A conversa é retomada:
- Eu estava me sentindo distante de você ultimamente e queria conversar sobre isso. - mais uma vez Thomas tem a iniciativa.
- Eu estava sentindo a mesma coisa. Achei que estivéssemos nos afastando e isso me deixou preocupada. - Judith é mais sincera sobre seus sentimentos.
- É que eu sou o CEO, sabe... tudo é mais complicado na minha posição - ele fala e se vira de frente pra ela.
A jovem corresponde e também se vira de frente pra ele. O vento sopra com força o cabelo de ambos e os batimentos cardíacos ficam muito acelerados. É notável o calor que os dois corpos emanam e até um pequeno tremos em ambos é perceptível.
- Você fica ainda mais bonita assim, nervosa - ele brinca com a situação e lhe dá um carinho nos cabelos.
Não há resposta para aquilo... até o vento pega mais leve e os deixa em paz... a mão daquele homem abaixa mais um pouco para sua nuca. A reunião, mesmo que de poucas palavras, parece concluída... ao menos em verbalização. Ainda faltava algo.
E Thomas sabia o que era. Ele se inclinou para frente e beijou Judith delicadamente nos lábios. Ela respondeu com o mesmo desejo e emoção, mas bem menos delicadeza, forçando o corpo daquele homem contra o seu. Os pensamentos de ambos eram que tinham sido tolos por perder tanto tempo se afastando. Naquele momento, eles perceberam que estavam destinados a estarem juntos... ao menos isso que seus corações diziam.
As preocupações e incertezas que Judith havia sentido desapareceram quando os lábios de Thomas tocaram nos seus. Ela fechou os olhos e se concentrou no momento, saboreando o calor da boca e do corpo dele. Por um momento, parecia que nada mais importava, até o medo da altura em que estavam foi embora, apenas aquele beijo tinha valor, pois confirmava os sentimentos que ambos vinham sentindo.
Quando finalmente se separaram, o clima entre eles era diferente, carregado de expectativa e desejo, contudo uma rápida frase dita pelo CEO voltou na mente da estagiária: “Tudo é mais complicado na minha posição’’.
Judith planejava perguntar sobre isso, porém eis que o homem veio de novo para mais um beijo e dessa vez ele que foi mais decisivo com as mãos enquanto a jovem ficou quase que imóvel, apenas concentrando-se no movimento de suas línguas enquanto despedia-se de sua mente, pois ali não cabia nenhuma racionalidade.
Ao saírem do beijo, um pequeno sorriso entre ambos, mas Thomas notou a escuridão começar a se aproximar, já estava quase de noite e chegou a hora de se despedirem.
- Até amanhã, Judith. Eu adoraria continuar essa discussão - o CEO sussurrou em voz baixa enquanto a levava de volta para o elevador segurando em sua mão.
- Até amanhã... - a estagiária responde com seu melhor sorriso.
Eles entram no elevador. Thomas desce no andar da sua sala e Judith segue no elevador até o final, pois iria para casa. Um pequeno aceno de mão como despedida parece pouco, porém a mente da jovem retornava a lembrança daquilo que aconteceu no heliponto minutos atrás. Ela sorriu se flagrando tocar em seu lábio enquanto lembrava, mas logo precisou voltar com sua postura profissional após a porta do elevador se abrir novamente.
Era uma sensação muito gostosa, era como estar voltando pra casa durante à adolescência após um envolvimento romântico, mesmo já sendo adulta e com algumas experiências... de algum modo se envolver desse jeito com seu chefe era diferente. Sabia que não havia nada de errado, eram apenas dois adultos em um início de romance, entretanto, por conta da posição de cada um, uma adrenalina extra corria em suas veias.
Judith já estava à caminho de sua casa quando Thomas sentou-se em sua cadeira, ainda sem acreditar no que havia acontecido. Ele olhava para Anna, no aquário, como que estabelecendo uma conversa psíquica com a iguana.
Mesmo desejando sua funcionária, o que era normal um homem desejar uma bela jovem, jamais imaginaria que teria acontecido como foi, mas sua intuição o levou a beijar Judith, especialmente no heliponto do trabalho.
Aquele momento havia mesmo acontecido, e agora ele não conseguia tirar aquele beijo da cabeça. Por dentro, ele se sentia confuso, mas também curioso e esperançoso com relação ao que poderia vir a acontecer entre eles a partir de então. Tudo depende muito do dia seguinte... isso que ele pensava.
Já era quase meia noite. Judith verificou seu telefone pela enésima vez e foi dormir com o coração pesando de expectativa. Ela ansiava por uma mensagem ou ligação de Thomas, mas nada chegou. Ela se perguntava se tivesse sido apenas um momento de fraqueza para ele, e uma preocupação começou a se instalar em seu ser. Sua mente finalmente lhe deu algum descanso e ela pode dormir.
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
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