A lembrança do arquivo misterioso sobre a Operação Omega voltou à mente de Judite. Ela não conseguia tirar aquela informação confusa da cabeça, e sentia que a mesma estava de alguma forma relacionado à situação tensa na X.a.i. Corporation. No fim das contas há câmeras registrando todas as movimentações dos funcionários pela empresa e sua ação de dar uma olhadinha no arquivo não foi nem um pouco sutil.
Não havia, então, outra ideia que não fosse retornar para o arquivo e se aprofundar naqueles documentos. Na hora do almoço, em vez de almoçar, a jovem decidiu que era o melhor momento para finalmente encaixar as últimas peças e desvendar esse mistério.
Judith decidiu investigar mais sobre as Operação Omega, contudo eis que ela encontra a dona Esther no arquivo... desistiu de olhar de novo aquele documento, pois não queria se expor. Então ela foi para a sala de TI da empresa e começou a vasculhar a intranet em busca de qualquer referência sobre essa operação desconhecida. Ela sabia que precisava descobrir mais detalhes para poder entender o que estava acontecendo e enfim tomar uma decisão sobre seu futuro.
Ela vasculhou a intranet da empresa por quase uma hora, pesquisando palavras-chave relevantes e visitando páginas que poderiam conter informações sobre o assunto. No entanto, apesar de seus esforços, Judith ainda não achava nenhuma informação útil. A jovem estava começando a se frustrar e a desesperar, e decidiu ir até a cantina para tomar um café e desanuviar a mente.
Judith pegou o café e voltou para seu local de trabalho. Até por ser uma estagiária não pode ficar andando livremente pela empresa, precisa produzir para quem sabe um dia ser efetivada. Os pensamentos sobre a conspiração que ouvira ainda se mantinham, mas a jovem ficou determinada a aumentar sua produção para impressionar os superiores e ganhar o merecido reconhecimento.
No entanto, sua cabeça não parava de pensar em possuais conspirações que envolviam a Operação Omega e a empresa em si. Ela tentou afastar esses pensamentos e se concentrar em seu trabalho, mas a curiosidade e a sensação de estar diante de um grande enigma continuavam a assombrar sua mente... e eis que dona Esther vem até ela com algo preocupante... era aquele documento.
- Judith, poderia dar uma olhada nesse documento para mim? - com a simpatia que lhe é peculiar, mas não é possível saber se está apenas disfarçando ou se realmente não sabe nada sobre o conteúdo daqueles papeis.
- Claro, dona Esther... no que mais posso ajudá-la? - a jovem pega o papel e pergunta como que querendo saber que tipo de resposta a mesma deveria dar sobre aquelas informações.
- Apenas me diga o conteúdo, estarei na minha sala... e seja... discreta - a senhora até encerrou um pouco seu jeito simpático ao pedir o sigilo.
Engolindo em seco, Judith acena positivamente enquanto dona Esther vai se afastando... e aquele desejado papel finalmente está em suas mãos e a melhor parte e que tem autorização para ler e enfim saber mais sobre a tal operação.
E o que descobriu era bem ruim: A Operação Omega era uma missão secreta da empresa, envolvendo experimentos não éticos e ilegais em alguns países. O objetivo da operação era desenvolver um novo produto que pudesse gerar grandes lucros, mas as medidas tomadas para chegar ao produto final eram extremamente questionáveis e colocaram em risco a vidas de vários indivíduos testados, mesmo que fossem voluntários.
Aprofundando-se mais no documento e usando o computador da empresa como suporte de pesquisa, Judith soube que no país em que residem e onde tudo aconteceu não se trata de nada criminoso. Isso continua sendo questionável moralmente, mas não necessariamente ilegal. Como Judith lidará com essas informações? E o que deve passar para dona Esther?
Outros pensamentos, ainda mais avançados, invadem sua mente... seus valores morais são importantes, ela então tem um momento de reflexão. Ela questiona sua lealdade à empresa e seus sentimentos por Thomas. Essa momento é grande conflito interior, onde Judith tem que decidir agora mesmo se irá se manter leal à empresa ou escolherá seguir o que acredita certo e abandonar tudo isso.
Abandonar esse emprego e essa carreira é a última coisa que a jovem poderia querer... o salário é bom e com esse emprego ela consegue se manter morando sozinha, que é algo que sonhava quando ainda era apenas uma estudante. Isso sem contar essa paixão platônica que tem sentido pelo CEO Thomas. Então Judith tomou a decisão mais sábia que poderia tomar: Ela apenas iria repassar o que foi pedido por dona Esther e voltar a trabalhar como se nada disso que se passou nos últimos dias tivesse acontecido.
Caminhando com o papel às escondidas, Judith vai ao encontro de dona Esther e repassa tudo que descobriu. A senhora não se mostra muito surpresa. Uma conversa tem início:
- A senhora sabia disso? Eu fiquei... horrorizada, desculpe-me a franqueza - Judith concluiu que realmente poderia confiar naquela mulher.
- Sim, eu sabia... apenas te mostrei os rumos que a empresa tomou... fomos ao limite do que é legal e do que é certo, porém não aconteceu nada ilegal, entende? Isso te preocupa, jovem? - dona Esther a confronta, pois queria saber o que se passava na mente dela.
- Sabendo que, pelo menos no nosso país não é uma prática criminosa, eu fico aliviada. Eu ficarei quieta sobre isso - ela respondeu mostrando sua lealdade com a empresa, já que aquelas informações não apareciam para o público em geral.
- Que bom. Sábia decisão. Você é jovem... e me faz lembrar que já passei por isso... fiquei furiosa com o senhor Trevis, mas ele me convenceu que se a lei não proíbe é permitido... enfim, desculpe tomar seu tempo - a senhora fica nostálgica por um momento, então volta a si e libera Judith.
A jovem toma o conselho para si e fica pensativa... dona Esther falou com o antigo CEO, o senhor Trevis... e se ela mesma agora falasse com o CEO atual, Thomas? Seria arriscado demais ou um diálogo, como aconteceu com Esther e Trevis, poderia acontecer e acalmar tudo?
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
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