Capítulo 14

ANDREW NARRANDO

Depois que eu falei toda a verdade, o que sinto quando olho nos olhos da Catarina, e o sentimento que tenho pela Lavínia, consegui deixá-la sem argumentos em segundos. Catarina abriu e fechou a boca, me olhando com aqueles olhos lindos e assustados.

— Tudo bem, eu vou assinar, mas quero pedir ao senhor que nunca magoe a minha filha. Por mim, tudo bem, eu sou adulta e sei lidar com todos os tipos de questão, mas a Lavínia é só um bebê — ela falou, olhando nos meus olhos.

— Lavínia não vai precisar lidar com nada, eu vou cuidar dela, prometo — falei e entreguei a caneta nas mãos da Catarina.

Ela assinou e me devolveu. Assinei e, em seguida, chamei o Henry, que explicou algumas questões burocráticas e falou da importância de respeitarmos o acordo proposto no contrato.

— Quero que você redija um novo contrato, onde eu ficarei responsável por todas as despesas da Lavínia a partir de agora até ela completar 21 anos — Catarina falou que não precisava, mas eu fiz questão.

Ainda não sei nada sobre a paternidade da Lavínia, mas vou mandar o Henry investigar. Quero saber quem é o pai da menina e por que abandonou a mãe e a filha, ou se ele morreu.

Dispensei o Henry, nosso assunto já tinha sido encerrado. Vou tratar pessoalmente da demissão dela; sei que ela trabalhou dias, mas vai receber por um período de experiência.

Quando a Catarina se levantou, dizendo que ia buscar a Lavínia no berçário, levantei-me para ir junto. No elevador, já falei que elas vão comigo para minha casa. Catarina questionou, falando algo sobre alguém, mas nem prestei atenção. Começamos uma pequena discussão; saímos do elevador discutindo.

— Melhor pararmos. Todos estão nos olhando — ela falou e abaixou a cabeça.

Fomos para o berçário. Assim que a pequena me viu, já correu para me abraçar. Peguei-a no colo. Catarina pegou as coisas da Lavínia, se despediu, pegou a menina do meu colo e saímos da empresa.

Fomos para a casa dela, que fica do outro lado da cidade. Uma amiga dela chegou e eu fiquei ouvindo a conversa das duas enquanto brincava com a Lavínia. Quando a Catarina falou sobre renovar o contrato, acabei sorrindo.

No caminho para minha casa, comprei alguns presentes para Lavínia, mas já pretendo reformar um dos quartos e comprar todos os brinquedos que ela quiser.

Assim que chegamos, Lavínia ficou toda animada, dizendo que era um castelo, enquanto Catarina olhava para os lados desconfiada. Quando o carro parou, os seguranças abriram as portas.

— Vamos — falei, descendo do carro com Lavínia no colo.

Catarina desceu analisando tudo ao redor. Os seguranças pegaram as malas e, assim que entramos, fomos recebidos pela governanta. Eu já tinha mandado uma mensagem para ela esperar para conhecer Catarina e Lavínia.

— Gertrudes, esta é a Catarina, minha namorada, e esta é a Lavínia, nossa filha — Gertrudes fez uma cara de espanto.

— Seja bem-vinda, senhora, estou à disposição — ela falou, e Catarina, muito educada, também se apresentou.

Mandei Gertrudes sair e chamei Catarina para conhecer a casa. Mostrei todos os cômodos e mandei ela escolher um quarto para ela e um para Lavínia.

— Não precisamos de dois quartos. Podemos dormir juntas. Lavínia nunca dormiu sozinha e é apenas por três meses, passa rápido — ela falou, e eu concordei quanto aos três meses.

— Eu faço questão de que você escolha um quarto para ela. Amanhã mesmo vou chamar um designer de interiores para cuidar da reforma do quarto. Já te falei, Catarina, eu vou cuidar da Lavínia até os 21 anos. Ela terá um quarto nesta casa e em todas as minhas casas espalhadas pelo mundo — falei encarando seus olhos, e ela baixou a cabeça.

A princesa não parava de correr, me chamando e chamando a mãe dela para ver as coisas. Catarina escolheu o quarto em frente ao meu, e ao lado do quarto dela será o quarto da Lavínia.

Ela só me pediu alguns minutos para tomar banho e dar banho na menina. Entrei no meu quarto, tirei a roupa, fiquei só de cueca, sentei na cama e abri um sorriso satisfeito. Agora minha mãe não vai me importunar.

Tomei banho e vesti uma roupa confortável; não costumo usar cuecas quando estou em casa. Quando saí do quarto, Catarina estava em pé na porta do quarto dela com Lavínia.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei preocupado.

— Não, senhor. Lavínia está com fome e eu estava esperando o senhor para pedir autorização para ir à cozinha preparar algo para ela — ela falou abaixando a cabeça.

Toquei em seu queixo, fazendo-a levantar a cabeça e me olhar nos olhos. Fiquei perdido na imensidão daquele olhar inocente e perfeito.

— Você não pode me chamar de senhor, nem quando estivermos a sós. Me chame de Andrew. E esta casa é sua durante esses três meses, você não precisa da minha autorização para fazer nada aqui dentro. E também não quero que você faça serviço doméstico; tenho uma empregada para cada função e, a partir de hoje, elas também servirão a você — falei olhando em seus olhos.

Peguei Lavínia no colo e descemos. Acompanhei Catarina até a cozinha e dei a ordem para que a cozinheira preparasse o jantar da menina. Catarina falou as coisas que Lavínia costuma comer à noite.

— Esta é minha namorada e esta é minha filha. Quero que tratem as duas como senhoras desta casa. Na minha ausência, Catarina é responsável por tudo. Obedeçam a ela e a respeitem. Aquele que desrespeitar e desobedecer suas ordens já sabe o que vai acontecer — falei, pegando a mão de Catarina e saindo da cozinha.

Fomos para a sala, esperando o jantar ficar pronto. Liguei a TV em um desenho animado para Lavínia, que deitou com a cabeça no meu colo e os pés em cima da mãe. Estou aqui fazendo carinho em seus cabelos enquanto ela dá risada e me chama o tempo todo.

— Olha, tio, ele caiu — ela falou, apontando para o boneco que tinha caído da cama.

Olhei para Catarina, que também estava assistindo e sorrindo. Ainda estou me perguntando como ela consegue ter esse brilho no olhar e sorrir com tamanha felicidade. De um jeito que contagia, eu também quero ser feliz assim.

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