Capítulo 20

ANDREW NARRANDO

Subi para falar com a Catarina. Assim que ela abriu a porta do quarto, seu nariz estava vermelho e os olhos molhados. Perguntei se aconteceu alguma coisa, e ela me falou que o choro era de emoção pelos presentes que ela e a menina ganharam. Pedi para ela parar de chorar, mas achei muito linda essa atitude. São coisas simples que a gratidão de Catarina torna especiais.

Falei com ela sobre o jantar e também sobre a babá, mas Lavínia estava dormindo. Temos que esperar nossa princesa acordar.

Desci novamente, chamei uma das minhas empregadas e pedi para que arrumasse dois lugares na mesa de forma sofisticada, como se fosse um jantar com entrada, prato principal e sobremesa, também sobrepondo taças de água e vinho tinto.

— Vai receber convidados para o jantar, senhor Castelã? Ainda é cedo para pôr a mesa — ela falou.

— Se vou receber alguém não lhe diz respeito. Faça apenas o que eu mandei e se retire — falei, sério, encarando-a.

Ela saiu para fazer o que eu mandei, e eu fui para o meu escritório. Um dos meus seguranças veio me avisar que a babá estava no portão de entrada. Autorizei que ela entrasse e pedi para conduzi-la até a sala para esperar Catarina.

Resolvi algumas coisas e respondi alguns e-mails. Quando saí do escritório, Catarina estava descendo as escadas com Lavínia. Peguei nossa princesa no colo enquanto Catarina conversava com a babá. Quando já estava tudo certo, mandei-a esperar na cozinha. Treinamos um pouco, principalmente os talheres. Catarina se saiu muito bem, embora seus olhos demonstrem medo de errar, o que é muito bom. Assim, ela não vai perder o foco, mas se acontecer, será tranquilo; erros acontecem.

Quando Catarina subiu para se arrumar, levou nossa filha junto, e foi a minha vez de conversar com a babá.

— Me acompanhe, por favor — chamei-a até a sala de jantar. — Sente-se.

Ela sentou na cadeira à minha frente. Apoiei minhas duas mãos cruzadas em cima da mesa e encarei a mulher, que por alguns segundos desviou o olhar.

— Eu só quero deixar uma coisa clara. Você vai ficar cuidando da filha de Andrew Castelã. Quando eu voltar, se a minha filha estiver com um fio de cabelo fora do lugar, eu acabo com a sua vida. Carreira você não vai ter mais em nenhum lugar do mundo. Todas as portas se fecharão na sua cara. Faça um bom trabalho e cuide da minha princesa. Agora pode voltar para a cozinha — falei, e ela se levantou e saiu praticamente correndo.

Me levantei calmamente e fui para o meu quarto tomar banho e me arrumar.

Tomei banho, escolhi meu traje, quero estar bem apresentável, e hoje vou apresentar Catarina para sociedade.

Ajustei minha gravata diante do espelho,me certificando de que estava perfeitamente alinhada. Passei as mãos pelos cabelos, garantindo que cada fio estivesse no lugar certo. Calcei meus sapatos de couro italiano, que brilhavam sob a luz suave do quarto. Ajeitei os punhos da camisa, deixando à mostra as abotoaduras de ouro que reluziam discretamente. Conferi meu relógio de pulso, um da minha mais nova coleção de Rolex, Com um último olhar no espelho, respirei fundo, pronto para enfrentar mais uma noite de networking e oportunidades no luxuoso jantar de gala.

Desci para sala para esperar Catarina, Quando senti o perfume doce invadindo a sala, ela estava descendo as escadas com a nossa princesa, Catarina estava perfeita, um vestido vermelho com abertura até a coxa, como ela andava de forma graciosa em cima de um salto, nada exagerado no rosto, meu cabelo estava perfeito.

Fiquei admirando sua beleza e a sua inocência, Lavínia Já correu Para me abraçar, abracei ela bem forte e chamei a babá.

— Cuide bem da nossa filha, estamos entregando um tesouro em suas mãos — falei, enquanto Catarina me dava algumas instruções e deixava seu número para qualquer emergência.

Saímos de mãos dadas, as mãos dela estavam suadas.

— Está tudo bem? Você parece nervosa — perguntei, abrindo a porta do carro para ela.

— Estou muito nervosa. Tomara que tenha sido uma boa ideia irmos para esse jantar assim de última hora — ela respondeu, e eu abri um sorriso.

Fomos com meu motorista, e Catarina não parava de ajeitar o vestido. Puxei assunto para distrair sua mente, consciente de que o nervosismo é nosso pior inimigo, criando situações adversas.

Quando o carro parou, Catarina me olhou apavorada. Segurei sua mão, acariciando-a com o polegar, e pedi que ela se acalmasse.

— Respire pelo nariz e solte pela boca, bem devagar. Esvazie sua mente e seu coração, levante a cabeça e vamos entrar. Vou te apresentar ao meu mundo — disse, tentando tranquilizá-la.

Ela começou a respirar e inspirar, acalmando-se. Quando sinalizou que estava pronta, dei ordem ao motorista para abrir a porta. Desci primeiro e dei a volta. Quando ele abriu a porta de Catarina, estendi a mão para ajudá-la. Ela saiu do carro linda e mais confiante.

— Levanta a cabeça — murmurei, e ela ergueu o rosto com determinação. De braços dados, entramos pelo tapete vermelho. Muitos flashes e sites renomados capturavam nosso momento, mas não disse nada. Darei uma coletiva de imprensa quando Catarina estiver preparada.

Assim que entramos, fomos recebidos pelo anfitrião, Moura, e sua esposa, que foram muito cordiais. Apresentei Catarina como minha futura noiva e caminhamos pelo salão. A todos que nos abordavam, eu a apresentava como minha namorada. Notei quando meus pais, acompanhados de amigos e Luana, entraram pela porta principal.

— Meus pais chegaram. Meu pai quer te conhecer. Não se assuste, não demonstre medo. Levante a cabeça e trate-os de igual para igual — sussurrei em seu ouvido, sentindo seu perfume.

Quando Catarina virou-se para a porta, viu meus pais à direita. Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Me tira daqui, Andrew. Por favor, me leva embora para perto da minha filha — pediu, deixando uma lágrima cair.

Estavam entrando muitas pessoas, Catarina parecia está com medo de alguém, chamei ela para um cantinho reservado perguntei o que estava acontecendo.

— O genitor da Lavínia está aqui, depois que ele me abandonou grávida eu nunca mais o vi, a sensação que tenho é que ele vai fazer alguma coisa contra mim e contra minha filha — Ela falou parecendo atordoada.

— Se você realmente quiser ir embora tudo bem, mas quanto a esse crápula não se preocupe. Ninguém é o suficiente para bater de frente comigo nessa cidade.

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