Capítulo 15

...Gabriel...

Ter conhecido Anna Laura foi o melhor que já me aconteceu depois de perder minha garota da moto, Mariana.

Achei que jamais sentiria por alguém o que senti por ela, mas no exato momento em que meus olhos encontraram os da minha moça bonita eu soube que era ela.

Laura é meiga, doce, mas muito atrevida, ama me provocar e não fica calada com nada.

Essa menina, apesar de muito jovem, tem um coração marcado, marcado pela dor da decepção, decepção essa que a deixou traumatizada.

Laura praticamente tinha aversão a relacionamentos e a qualquer pessoa que ousasse se aproximar dela.

Eu como um bom cara de pau que eu sou, fui me aproximando, jogando minhas indiretas bem diretas para ela, até que ela cedeu e me deixou entrar em sua vida.

Até pensei em desistir dela, pois ela disse várias vezes que não queria nada sério com ninguém. E eu disse isso para ela, mas há algo nela que me chama e quando ela se aproximou de mim me dizendo que me queria e depois chorou de soluçar em meus braços eu tive certeza.

Estou completamente apaixonado por Laura Alencar.

Nunca gostei de ficar com meninas mais novas, sempre fiquei com mulheres da minha idade ou até mais velhas que eu, já fiquei com uma que tinha quarenta e cinco, mas Laura é minha grande exceção.

A melhor coisa que minha mãe poderia ter feito foi decidir vir para Ilha Paraíso justamente no mesmo dia em que Laura resolveu vir também, só assim nos encontramos.

E tenho que agradecer também a Deus pela chuva, o que nos fez ficar juntinhos e trancados dentro dessa casa.

Foram cinco dias, onde nós pudermos nos conhecer melhor, namorar, nos curtir e fazer muito sexo.

Tanto que acabou meu estoque de camisinhas e ainda bem que a chuva parou e que estamos indo embora hoje.

— Tudo pronto princesa? — o tio dela loiro de olhos azuis e boa pinta pergunta.

— Sim, tio Bê, muito obrigada por vir nos buscar.

— Por nada Lalá, seus pais estão surtando, seu pai principalmente.

— Eu posso imaginar.

Ele se afasta um pouco e eu puxo Laura de leve pelo o braço para trazê-la para perto de mim.

— Seu tio tem tipo minha idade? — pergunto baixo e ela sorri.

— Não, porquê?

— Ele é jovem, não é?

— Ele é! Tem trinta e sete, é marido da tia Liz, a gêmea da tia Bella.

— Ele parece ser mais novo que eu!

— Ele é bem conversado mesmo, irmão do seu outro chefe.

— Eu sei, mas só tinha visto ele de longe.

— Ah! Ele é muito legal, acho que eu tinha uns dez anos quando ele começou a namorar com minha tia e depois casaram, eles têm três crianças lindas.

— Igual as que nós vamos ter!

— Sai... Eu não quero ter filhos não!

— Tem certeza que é uma Alencar mesmo?

— Tenho!

— Um Alencar que não quer filhos é estranho.

— Bobo. — ela dá um tapinha no meu braço e eu aproveito e lhe beijo.

— Vamos? — o tio dela pigarreia para chamar nossa atenção.

— Vamos! Obrigada viu tio. — ela diz e o abraça.

— Por nada Lalá, o tio está aqui para o que precisar.

Eu acho muito bonita a relação que eles têm, mesmo esse tio que nem é de sangue, mas para ela é como se fosse. E não vejo desrespeito entre eles, é algo muito genuíno e cercado de amor.

Esses Alencar são uma família e tanto.

Eu pelo contrário nunca tive o apoio do meu pai, minha mãe até tentava, mas ele sempre foi abusivo com ela, nunca bateu, mas sempre humilhou e fez questão de mostrar que quem mandava em tudo era ele, o dinheiro era dele, os restaurantes eram dele e ela era apenas a esposa, que tinha que aceitar tudo calada sem questionar.

Ele nunca nos bateu, mas também não nos dava carinho, era sempre muito seco e rígido. Ele era um pai ausente mesmo morando na mesma casa que nós. Minha mãe foi quem sempre cuidou da nossa educação, desde ensinar atividades de casa à levar ao médico, ele nunca participava de nada, mas na frente das pessoas pousava de bom marido e bom pai, mas só nós sabíamos como era morar com ele, era um verdadeiro inferno.

Regina como era a mais velha logo que fez dezoito saiu de casa e graças a Deus encontrou seu marido Antônio e até hoje estão juntos, ele é quatro anos mais velha que eu.

Quando fiz dezoito eu também sai de casa e fui trabalhar na confeitaria para pagar minha faculdade, pois ele não ajudou nem a Regina e muito menos a mim. Trabalhei e paguei minha faculdade de Engenharia de Hardware e por me destacar ganhei um estágio na Adams e estou lá desde então.

Pouco tempo depois que sai de casa ele morreu, mas eu não soube, pois perdi o contato com eles por alguns anos.

Mudei de cidade e antes de eu sair de casa ele tirou meu celular, então ficamos incomunicáveis. Minha mãe teve que lidar com as coisas sozinha.

Eu só soube que ele havia morrido uns três anos depois, porque decidi ir ver minha mãe. Não me orgulho de ter deixado ela para trás, mas foi necessário para o meu bem e o bem de todos, pois já estava chegando ao meu limite e ia acabar fazendo uma besteira com meu próprio pai e isso seria o fim para mim.

Nunca gostei de violência, mas aprendi a lutar box para me defender dele, caso viesse a me agredir ou minha mãe ou irmã, mas nunca foi necessário usar nada contar ele e nem contra ninguém na verdade.

Depois da morte dele voltei a morar com minha mãe, Regina também se reaproximou e agora somos nós três para tudo, e claro, a pequena Isadora, minha sobrinha e a que vai chegar, Isabela e também meu cunhado, que é um ser humano incrível, que faz muito bem para minha irmã e a trata como uma rainha.

Minha irmã teve sorte de não ter que viver com um homem abusivo como minha mãe teve. E eu faço questão de tratar minhas parceiras muito bem, não quero chegar nem perto de ser como meu pai foi.

Nos acomodamos no helicóptero e colocamos o cinto, Laura sorri a todo momento, ela tem um sorriso lindo, na verdade ela é linda.

— Eu amo voar. — ela diz.

— Não vai continuar sua aulas Lalá? — o tio dela pergunta.

— Vou tio, mas só quando terminar a faculdade, quero me dedicar cem por centro a isso.

— Você vai pilotar? — pergunto.

— Vou!

— Você não para de me surpreender. — digo e ela sorri.

— Você ainda não viu nada. — ela diz e pisca para mim.

Eu já fico aceso só com essas palavras. Essa menina mulher está mexendo comigo de um jeito que não consigo fazer outra coisa se não pensar nela.

Laura Alencar habita meus pensamentos desde o dia em que a conheci e derramei café na blusa dela, desde aquele dia meu coração bateu mais forte.

E agora, depois de todos esses dias juntos, das conversas e do sexo incrível eu tenho mais certeza ainda de que ela é a pessoa quero em minha vida.

Eu amo essa moça.

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