Capítulo 03

Encaro o homem à minha frente que não sabe o que fazer, ele corre até a copa e pega papel toalha e vem tentar me secar, a contar que é a parte dos meus seios que estão molhadas de café.

— Não me toque! — digo.

— Desculpa moça.

— Sai da minha frente!

— Moça aonde vai?

— Não te importa!

— Não pode entrar na sala da chefe sem permissão, principalmente quando ela está montando algo. — não respondo nada e continuo andando. — Desculpa chefe, ela só foi entrando.

— Pode deixar Gabriel, eu estava esperando por ela. O que aconteceu? — ela pergunta olhando para minha blusa molhada.

— Ele aconteceu. — digo apontando para ele que olha para o chão.

— Você derramou café na minha sobrinha Gabriel?

— Foi sem querer chefe, eu estava com pressa pra trazer seu café.

— Queimou meu amor?

— Pior que sim, está tudo ardendo.

— Agora estou me sentindo culpada, eu que te chamei aqui.

— Tudo bem tia, foi um acidente.

— Moça me desculpa, de verdade, posso fazer alguma coisa por você?

— Me arranjar uma blusa limpa seria bom.

Ele tira a camisa de botões que está usando por cima da camiseta básica, e logo após tira a camiseta e me entrega, não deixo de olhar para o seu peitoral e braços, ele é bem malhado, um nerd moderno como minha tia chama seu amigo Pedro.

— Aqui.

— Obrigada.

— Se vista menino! Olha o respeito. — tia Bella diz e ele sorri.

Que sorriso, ele é muito bonito!

Ele tem cabelos compridos, que estão pressos em um coque, isso o deixa quente, muito quente e sexy.

— Desculpa chefe.

— Tudo bem, pode pegar outro café pra mim?

— Claro chefe, me desculpe mesmo de verdade. — ele pede para minha tia dessa vez.

— Tudo bem. — ela responde. — Quer um café também Lalá? — minha tia ainda usa meu apelido de criança, e eu amo.

Nunca foi segredo pra ninguém que minha tia preferida sempre foi ela, amo essa mulher como se fosse minha mãe.

— Sim, eu quero um café.

— Vou trazer. — ele sai apressado.

— Se seu pai te ver com essa marca, ele me mata.

— Meu pai é super protetor demais, minhas gêmeas e eu já somos adultas e ainda nos trata como crianças.

— Seu pai sempre foi assim, comigo e com a Liz era a mesma coisa.

— Rolou maior discussão entre ele e a Ceci.

— Por qual motivo?

Conto a minha tia o que aconteceu e ela sorri, meu pai é uma figura.

Vou até o banheiro da sala da minha tia e me lavo, depois visto a camiseta do Gabriel, que está muito cheirosa.

Dobro as mangas da blusa, que fica enorme em mim, e dou um nó na ponta para ficar mais curta e apertada.

— Seu café Lalá. — minha tia indica a xícara em cima da mesa.

— Obrigada.

— A camiseta ficou bem em você. — Gabriel diz.

— Obrigada.

— Liguei pro Caio e disse que você estava aqui, sua mãe está com ele.

— Ok.

— Acho que estão no esconderijo deles. — sorrio.

Meus pais têm um apartamento que eles usam quando querem namorar em paz, aqueles dois parecem dois coelhos no cio, como diz tia Bella.

— Caio?! Seu cunhado chefe? — Gabriel pergunta e minha tia assente.

— Seu pai é Caio Alencar?! — assinto. — Nossa! Derramei café quente na filha do criminalista mais temido do estado.

— Meu pai não é tão ruim quanto parece. — digo.

— Machucou muito moça? — ele pergunta.

— Não, só está ardendo e a propósito, meu nome é Laura.

— Ok, moça. — reviro os olhos.

— Bom, vamos ao trabalho?

Minha tia explica o que tem que ser feito, esse novo computador que ela está montando é uma coisa de outro mundo. Irei montar junto com Gabriel e ela vai cuidar da parte operacional, já que gosta mais dessa parte.

— Lalá, o que acha de ficar vindo depois da faculdade? Posso te contratar como estagiária. — minha tia diz.

— Claro tia! Isso é ótimo, eu venho sim.

— Como você gosta dessa parte de hardware, pode trabalhar com Gabriel, ele é o gerente do setor. — olho para ele que sorrir para mim.

— Perfeito.

— Na segunda você começa então.

— Obrigada tia. — digo a abraçando.

— Por nada amor.

— Meu pai quer ir à casa de praia, a senhora vai também?

— Vou sim, Raul não vai está de plantão, as crianças vão adorar.

Tia Bella tem, Eva de seis anos, Ivy de quatro e os gêmeos Zoe e Ian, que têm três, ela teve um casal em sua última gravidez, ela teria seis, mas ela perdeu os bebês da sua primeira gravidez, eram gêmeos.

As pessoas da minha família têm facilidade para ter gêmeos, está em nossa genética e eu morro de medo disso.

Como disse, minha família é muito grande e gostam de ter muitos filhos.

Foco no trabalho junto com Gabriel e quando dou por mim já passa das 19:00 horas da noite. Almoçamos aqui mesmo, tia Bella pediu comida e nós comemos rapidamente e logo voltamos ao trabalho.

— Nossa! Já está muito tarde, daqui a pouco meus pais chegam para jantar.

— Melhor você ir, seu pai gosta de jantar com todos vocês.

— É! O senhor Caio Alencar, gosta de fazer as refeições com a família, infelizmente agora não dá mais para almoçarmos juntos, já alguns de nós estudam o dia inteiro, só eu que estudo só na parte da manhã, acabo sempre almoçando sozinha em casa. — digo.

— Mande um beijo à todos por mim. — tia Bella diz.

— Pode deixar tia. — dou-lhe um abraço e um beijo. — Até segunda, chefe. — digo para Gabriel, que será meu chefe.

— Até moça.

— Laura! Meu nome é Laura!

— Eu sei, moça. — ele diz e sorri para mim.

Saio do estacionamento, mas não dirijo nem por cinco metros e escuto um barulho muito forte e meu carro para.

— Droga!

Olho os pneus e não estão furados, pior que não entendo nada sobre carros, se fosse um computador ai sim.

Já está tarde e minha tia já foi embora, pego meu celular para ligar para meu pai vir me buscar, mas no momento que faço isso, um moleque passa, pega meu celular e sai correndo.

Fico em estado de choque, sem reação, isso nunca havia acontecido comigo, pois sempre andei com seguranças quando era criança, mas depois de adulta eu não quis mais ser seguida por eles, meu pai não aprova, pois somos pessoas de posses e tem a profissão dele e nós somos bem conhecidos, mas o carro é blindado e eu só vou em lugares que sei que são seguros.

Entro no carro, estou com muito medo, minhas mãos tremem muito.

Me assusto quando alguém bate no vidro do carro, olho e vejo que é Gabriel.

— O que aconteceu? — ele pergunta quando saio do carro.

— O carro quebrou, peguei meu celular para ligar pro meu pai e um moleque passou, pegou meu celular e saiu correndo.

— Inacreditável, cada dia está menos seguro nessa cidade.

— Posso usar seu celular, preciso ligar para o meu pai.

— Claro. — ele diz me entregando seu celular.

Disco o número do meu pai rapidamente, ele atende no primeiro toque, pois liguei em seu número pessoal, nesse número ele sempre atende logo.

— Papai?

— Lalá? Que número é esse?

— Meu carro quebrou, estou aqui perto da empresa da tia Bella, e quando peguei o celular para te ligar roubaram ele.

— Você está bem princesa? Se machucou?

— Não. O carro só parou, não aconteceu nada mais.

— E esse marginal que te assaltou, fez alguma coisa com você?

— Não papai, ele só pegou meu celular e saiu correndo.

— Por isso digo para sair com segurança, mas você não me ouve, nem você e nem suas irmãs.

— Desculpa papai.

— Tudo bem princesa, estou indo te buscar.

— Obrigada papai.

— Te amo princesa, estou chegando, tenha cuidado.

— Pode deixar papai. — encerro a chamada.

— Aqui seu celular, obrigada. — digo entregando o celular dele.

— Por nada, moça.

— Laura.

— Seu pai vem te buscar?

— Sim.

— Vou dar uma olhada no carro, te faço companhia até ele chegar. — ele vai até o carro e abre o capô.

— E aí?

— Quebrou a correia. — ele diz.

— Muito grave?

— Não, mas digamos que ela quem fornece energia para a bateria e com ela quebrada a bateria não carrega.

— Entendi.

— É algo simples, se fosse mais cedo seria fácil de resolver, mas já são quase 20:00 horas.

— É.

— Sua casa fica muito longe?

— Moro no Alphaville.

— Sei...

— Pois é!

— Sabe que morando onde mora não deveria andar sem segurança, uma casa lá vale quanto mais ou menos?

— Sei lá! Uns quinze ou dezesseis...

— É perigoso, você saindo daquele condomínio, onde todos sabem que só moram pessoas ricas e ainda mais com um carro desse.

— Está falando igual ao meu pai.

— Ele está certo.

— É muito chato ser sempre seguida, nunca tive uma vida social normal.

— Seu pai é o melhor advogado criminalista do estado, é muito visado.

— Eu sei.

— Aceite sua segurança moça.

Antes que possa responder, meu pai chega em seu carro, junto com minha mãe, seguidos por dois carros da nossa segurança e mais o reboque para o meu carro.

— A cavalaria chegou. — meu pai diz e sorri.

— Anna Laura Medeiros Alencar! — quando minha mãe me chama pelo nome completo, sei que estou ferrada.

— Oi.

— Nunca mais vai sair de casa sem segurança, você foi assaltada menina! Poderia ter acontecido algo pior, morro de medo de você ser sequestrada.

— Calma mamãe! — digo a abraçando.

— Suas irmãs estão loucas em casa. Nunca mais faça isso!

— Tá!

— Quem é ele e porque está usando a camisa dele? — minha mãe me abraça e sussurra em meu ouvido e me olha.

— Mãe! não é nada disso que a senhora está pensando!

— Laura? — meu pai me chama e me abraça também.

— Oi papai.

— Quem é esse rapaz e porque está usando a camisa dele? — meu pai pergunta, só que ao contrário da minha mãe, ele pergunta em voz alta.

— Gabriel, trabalho na empresa da senhora Bella. — ele diz e estende a mão para o meu pai que aperta a mão dele.

— E porque minha filha está usando sua camisa?

— Eu sem querer derramei café na blusa dela. — meu pai olha desconfiado.

— É verdade papai. — conto a ele tudo o que aconteceu.

— Chegamos! — tia Bella chega junto com meu tio Raul e suas quatro crianças. — Ficamos sabendo pela Lelê, ela atendeu quando liguei perguntando se você já tinha chegado em casa, liguei pro seu celular e estava desligado.

— Roubaram meu celular. — digo.

— Fiquei sabendo quando liguei.

— E eu avisei pro Bernardo, eles estão vindo também. — tio Raul diz.

— Meu Deus! — digo e escondo meu rosto nas mãos.

— Cheguei família! — tia Liz diz chegando junto com tio Bernardo e suas três crianças.

As gêmeas, Ayla e Lara, de cinco anos e Igor de dois.

— Mas gente, eu só bati o carro e roubaram meu celular, não precisavam vir todos de uma vez, pelo amor de Deus!

— Essa é sua família, minha filha, se acostume! — minha mãe diz.

Quando olha para o lado, minhas gêmeas estão vindo na nossa mini van junto com meus outros irmãos.

— Gente! — olho para Gabriel que está se divertindo com tudo isso.

— Já que estamos todos aqui, podemos ir logo para a casa de praia. — meu pai diz. — Temos roupas lá, trouxeram malas Bella e Liz?

— Sim! — minhas tias respondem juntas.

— Ótimo! Vamos então. — meu pai diz.

— Quer vir também Gabriel? — minha mãe convida e meu pai pisca para ela, esses dois são fogo.

Meu pai tem ciúmes, mas no fundo quer nos ver felizes e encontrando um amor como ele tem com minha mãe.

Ele meio que tem um sexto sentido para saber quando a pessoa não presta, coisa se advogado, eu acho.

Me preocupo com a Ceci, se meu pai falou que o namorado dela não presta, eu tenho quase certeza que meu pai está certo, foi assim com meu namoro. Ele até dizia uma coisa ou outra sobre o namoro das minhas gêmeas, mas com o meu era coisa de outro mundo. E no final ele estava mesmo certo.

Então se ele não deu um mini show por causa de Gabriel é porque deve sentir que é uma boa pessoa. Pena que eu não estou afim de ficar com ninguém no momento, na verdade nem sei quando irei querer outra pessoa.

— Agradeço o convite, mas é um programa de família, não quero atrapalhar vocês.

— Nossa forma de agradecer por ter ajudado nossa filha e ter ficado com ela até agora. — minha mãe diz.

— Eu agradeço o convite senhora, mas preciso ir, minha mãe está sozinha, moramos só nós dois. Ela deve está me esperando para jantar.

— Se puder, venha amanhã passar o dia conosco, pode levar sua mãe. — minha mãe diz.

— Te mando o endereço por mensagem Gab. — tia Bella diz.

— Ok, se eu conseguir, eu vou sim. Obrigada pelo convite. — ele agradece. — Bom, está entregue moça, preciso ir agora.

— Obrigada. — agradeço.

— Não por isso moça.

— É Laura!

— Eu sei. — ele sorrir e pisca para mim, logo entra no carro e vai embora.

— Que gato! — Luíza exclama. — Se não pegar eu pego. — reviro os olhos.

— Luíza! Se controle. — meu pai diz e ela sorrir. — Vamos?

— Eu vou com o senhor papai. — Davi diz.

— Eu também vou com vocês. — Noah diz e meu pai sorri olhando para eles.

Meu pai é apaixonado por todos nós, mas eles por serem mais novos são mimados demais, Davi e Noah são apaixonados e grudados no meu pai, são idênticos a ele, cabelo, olhos, tudo. Igual a mim e as minhas gêmeas, até que pareciamos com minha mãe quando nascemos, mas agora estamos a cara do nosso pai, os cabelos e os olhos também.

Já as gêmeas são a cara da minha mãe, loirinhas, olhos cor de mel e sardas no rosto.

— Eu vou com as meninas na mini van. — digo.

— Ok, dirijam com cuidado. — meu pai diz.

Meu carro foi rebocado para nossa casa, pelo horário não há uma oficina aberta, depois isso será resolvido.

Seguimos rumo a casa de praia, um carro atrás do outro, com um carro da segurança na frente e outro atrás

Minha família é assim, sempre juntos e misturados.

Ser dessa família é saber que sempre terá com quem contar, não importa a hora.

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Comments

Rose Gandarillas

Rose Gandarillas

Ele como bom criminalista que é observou que Gabriel estava com apenas de camiseta, e que a filha estava com uma blusa diferente de quando saiu de manhã... só podia ser a camisa do Gabriela. 🤔😉

2025-03-11

3

Maria Prado

Maria Prado

querida autora, estou apaixonada por suas histórias!!!! muito obrigada

2025-03-11

1

Juliete Figueiredo

Juliete Figueiredo

como sabe que é dele?

2025-02-25

1

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