Capítulo 05

Acordo e sinto um cheiro de bolo, com isso sei que minha avó Maria já está aqui, ela sempre faz bolo de chocolate para nós, pois sabe que todos nós gostamos, inclusive minha mãe e até meu pai que é todo natureba.

Levanto, faço minha higiene matinal e visto um short jeans de cintura alta preto e um croped ombro a ombro, azul celeste e calço minhas chinelas brancas.

Prendo meus cabelos em um coque alto e desço as escadas.

Dou de cara com todos os meus primos, todos eles. Tenho oito primos por parte de pai e sete por parte de mãe.

Nossa família é muito grande e o casal de amigos da família são outros que também têm muitos filhos. Cristopher e Melissa estão aqui com as gêmeas Safira e Rubi, que têm a idade dos meus irmãos, onze anos, e com Miguel, que tem sete e com os quadrigêmeos que têm cinco.

É gritaria e criança correndo para todos os lados. Sorrio do caos que é minha família, eu amo esse barulho e essa bagunça.

Vou direto para a cozinha, onde encontro minha avó Maria sentada, bebendo um cafezinho e conversando com minha mãe, com minha avó Marisol e tia Beatriz.

— Bom dia vozinhas. — digo beijando uma depois a outra. — Bom dia, tia Bia. — dou um beijo nela também. — Bom dia mamãe. — dou um beijo e fico abraçada a ela.

— Bom dia amor da minha vida. — minha mãe diz.

— Bom dia meu amor. — Vó Maria diz.

— Bom dia meu anjo. — Vó Marisol diz.

— Bom dia princesa. — tia Bia diz.

— A senhora está fazendo bolo vó? — pergunto para avó Maria.

— Estou amor, está quase pronto.

— Senti o cheiro de longe.

— Bom dia! Está fazendo bolo sogrinha? — tio Raul pergunta entrando na cozinha, ele é apaixonado no bolo de chocolate da minha avó, assim como todos que provam.

Ele está usando um short de praia azul com uma regata branca e boné virado para trás. Quem vê nem acredita que meu tio tem trinta e seis anos, parece ter uns vinte e seis no máximo.

— Bom dia meu filho, estou sim.

— Eu cheguei primeiro, digo!

— Eu sou mais velho, Laura!

— Nem vem tio! Vó a senhora vai dar primeiro pra quem?

— Raul me desculpe meu filho, eu amo você, mas a Lalá chegou primeiro. — eu comemoro e ele estreita os olhos para mim.

— Não tem problema! Eu fico com o segundo pedaço.

— Laura?! — uma das gêmeas da Melissa me chama.

— Oi princesa.

— Tem um homem te chamando lá fora, os seguranças não deixaram ele passar, disse que queria muito falar com você e pediu pra eu avisar que não estavam deixando ele passar.

Saio apressada, sendo seguida por todos que estavam na cozinha comigo.

— Jonathan?!

— Oi Laura. Gostaria de conversar com você.

— Pode ir dando meia volta! — minha mãe toma minha frente. — Você não é bem vindo aqui, vá antes que Caio desça.

Os seguranças estão barrando ele.

— Laura, só uma conversa, queria te pedir perdão pelo o que fiz, eu me arrependi e mudei, é sério Laura! Não tem um só dia da minha vida que eu não pense em você e no que diz contigo, me desculpa.

— É surdo? Vá embora! — minha mãe diz com a mão na cintura, é até engraçada a cena.

Um barulho de uma moto chama nossa atenção, os seguranças ficam à postos, mas quem desce da moto é Gabriel, tirando o capacete.

Ele usa uma camisa branca e uma calça jeans preta, as mangas da blusa agarradas em seus músculos e a calça apertando suas coxas.

Que homem quente meu Deus!

— Gabriel? — pergunto ainda em choque.

— Demorei, mas cheguei, posso entrar?

— Pode. — digo.

— Que merda é essa Laura?! Um desconhecido pode entrar e eu não? Eu fui seu namorado por quatro anos! Não mereço nenhum pouco de consideração?

— Consideração essa que você não teve por mim! — Gabriel me olha e depois para Jonathan e pisca o olho para mim.

— Melhor você ir cara, infelizmente não há mais espaço pra você. — ele diz e me enlaça pela cintura e beija minha bochecha.

— Você está namorando Laura? — Jonathan pergunta.

Antes que eu possa responder, uma voz grossa e rouca surge atrás de nós.

— Está, e é melhor sair da minha propriedade antes que ligue para a polícia. — meu pai diz.

— O senhor conhece meus pais, sabe que somos pessoas de bem.

— Por isso mesmo, honre seu pai e sua mãe e saia daqui, porque das duas uma, ou você sai daqui pra cadeia ou para o hospital, porque se ousar chegar perto da minha filha, eu mesmo me resolvo com você.

— Está me ameaçando?

— Não! Estou sendo educado e lhe dando um aviso. Já passou um ano seu moleque! Deixe minha filha em paz e vá fazer o que quiser, mas não chegue perto dela.

— Eu só vim conversar, pedir perdão pelo o que fiz, eu me arrependi, não era pra ter feito aquilo com ela.

— Mas, já fez, agora está sem jeito.

— Todo mundo merece uma segunda chance.

— Realmente, mas não quando se trata da minha filha. Agora nós vamos entrar e você volte por onde veio. — meu pai diz firme. — Entrem todos.

— Laura, esse pé rapado só quer seu dinheiro! Eu sou do seu nível. Olha as roupas dele e esse cabelo!

— Em minha casa não há distinção, nós prezamos mais pelo caráter do que pela posição social. — meu pai diz e isso é a mais pura verdade, meus pais não tratam ninguém diferente.

— E pro seu governo seu idiota! Gabriel é engenheiro chefe na empresa da minha tia. — digo.

Jonathan também estuda engenharia da computação. Começamos a namorar ainda no ensino médio, no segundo ano, e fomos para a faculdade juntos.

De fato, a família dele é tão rica quanto a minha, mas ele não presta e dinheiro não compra tudo na vida.

— Tirem ele daqui. — meu pai dá a ordem e os seguranças o tiram de perto do portão. — Você está bem filha? — meu pai pergunta.

— Sim papai! O senhor mentiu.

— Eu faço qualquer coisa por vocês Lalá, até mentir. — ele diz e eu o abraço.

— Desculpem se eu cheguei em uma má hora, mas minha irmã mora aqui nessa cidade, aproveitei que estava na casa dela e vim aqui, já que me convidaram.

— Chegou na hora certa, rapaz, pode ficar à vontade.

— Obrigada doutor Caio. — meu pai assente.

— E você loirinha? Gostei de ver, botando ele pra correr! — nós sorrimos.

— Ah, moreno! Pra defender minhas crias eu faço tudo. Se cuida viu!

— Eu enfrento peixes grandes nos tribunais, mas não enfrento você meu amor.

— Acho bom mesmo! — ela diz e meu pai dá um selinho nela. — Vamos tomar café?

— O bolo! — tio Raul e eu falamos juntos e saímos correndo pra cozinha.

— E seu convidado onde está? — Cecília pergunta.

— Ele é convidado da mamãe, ela quem o convidou.

— Menina, que homem é aquele? Meu Deus do céu! Que gato. — Duda, minha prima diz.

— Ele é um gato mesmo! — Manu, minha outra prima diz.

— Eu amo homem com cara de badboy. — Luna, minha outra prima, diz.

— Eita que são umas assanhadas! — meu pai diz. — Vão sossegar esse faixo suas bonitas, vou já chamar os pais de vocês e perguntar o que eles acham disso. — meu pai diz e nós sorrimos.

Duda e Manu, são filhos da tia Beatriz e de tio Michel. E Luna, do tio Alex e de tia Paloma.

— Seu bolo Lalá. — minha avó me entrega um pedaço. — Leve pro seu amigo. — ela me entrega outro pedaço e todos me olham com expectativa.

— Vai logo! Se você não for eu vou. — Luíza diz.

Eu saio da cozinha e vou levar o bolo para ele, é inacreditável como minha família é doida e todos parecem que se empenharam para me arranjar um pretendente.

Gabriel está sentado no banco que fica em frente a casa, sozinho. Coitado e que falta de educação a nossa o deixamos sozinhos.

— Desculpa ter te deixado sozinho, mas por esse bolo rola até morte. — digo entregando o bolo para ele e ele sorri.

— Obrigado.

— Eu trouxe café. — minha mãe entrega uma xícara para mim e outra para ele, pisca o olho para mim e sai.

— Sua família é legal. — ele diz.

— São um bando de doidos.

— São nada, deve ser bom ter uma família grande.

— Se você gosta de barulho, crianças e confusão, está no lugar certo! — digo e ele sorri.

— Eu amo crianças, tenho uma sobrinha de cinco anos, falo com ela todos os dias por chamada de vídeo e minha irmã está grávida de novo.

— Aí que legal! Aqui só o que tem são crianças e o Adams, seu outro chefe também está aqui com os sete dele.

— Comentam que seu pai e ele tinham uma disputa pra ver quem tinha mais filhos, isso é verdade?

— Mais ou menos, o Adams brincava dizendo que o Alencar tinha sete e que ele também queria, aí na última vez a Melissa engravidou de quatro.

— E qual é a daquele cara? Você falou que não tinha namorado.

— E não tenho!

— Ele é o motivo de está dando um tempo dos relacionamentos?

— Exatamente.

— Não quebrei a casa daquele otário porque estou na casa dos seus pais e não queria ser mal educado, mas se nos encontrarmos lá fora é outra história.

— Ele é mauricinho, filhinho de papai, o pai dele dá tudo que ele quer.

— Ok, que eu nem passo perto de ter o que vocês tem e nem sei se um dia eu chego lá, mas eu sou uma pessoa de bem.

— Disso eu não tenho dúvida e nem precisa falar nada, aqui na minha casa todos são tratados de igual para igual, meus pais sempre nos ensinaram assim. Meu pai e minha mãe tiveram uma infância humilde, já nós, como dizem "nascemos em berço de ouro", mas meus pais sempre nos ensinaram a valorizar tudo que temos e nunca nos deram tudo que queríamos e sim o necessário para levar uma vida confortável.

— Todos comentam dessa criação que os pais de vocês deram pra vocês.

— Meus pais são incríveis.

— Esse bolo também é incrível.

— Minha avó que fez.

— Eu também gosto de fazer bolos.

— Sério?

— Sim, trabalhei em uma confeitaria pra poder pagar a faculdade.

— Ah! Minha avó vai ficar feliz por alguém que entende do assunto elogiar o bolo dela.

— E você sabe cozinhar?

— Sei, meus pais sempre tiram um tempinho para cozinhar com a gente.

Luíza e Letícia passam no rumo da praia com minhas primas.

— Vocês são iguais!

— Somos.

— Já confundiram muito vocês, não é?

— Muito.

— E os namorados?

— Nossa! Demais, a sorte é que nunca chegaram já beijando.

— Eu já vou indo, vou ficar um pouco com minha irmã e minha sobrinha, passei aqui só pra não fazer desfeita com sua mãe.

— Obrigada por ter me ajudado com aquele idiota e por ontem também.

— Não precisa me agradecer, moça.

— É Laura!

— Eu sei. — sorrio e nego com a cabeça. — Diga a sua avó que agradeço pelo bolo, que foi um dos melhores que já provei e agradeça a sua mãe pelo convite.

— Ok.

— Te vejo na segunda moça.

— É...

— Eu sei... até mais.

Ele passa pelo o portão, sobe na moto, pisca o olho para mim, coloca o capacete e vai embora.

Fico observando a moto sumir pela estrada e me perguntando o que ele tem que me deixa tão encantada.

Nego com a cabeça.

Foco Laura!

Nada de se apaixonar por ninguém.

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Comments

Solaní Rosa

Solaní Rosa

Anna Laura deixa de ser boba agarra esse homem duma vez tem uma fila disputando ele

2025-03-03

4

Marta Francisca

Marta Francisca

Anna Laura vc ja está apaixonada

2025-02-19

1

Kelly Sartorio

Kelly Sartorio

larga de ser besta e pega esse homem

2025-01-28

2

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