Capítulo 06

Passamos um final de semana muito agradável na praia, mas os comentários giraram todos em torno do musculoso de cabelos compridos e perguntas se temos alguma coisa.

Mesmo se eu quisesse, seria impossível, já que o conheci faz três dias. Não sou de me envolver com ninguém assim de cara.

A contar que eu dei meu primeiro beijo aos quinze e foi com Jonathan, depois disso começamos a namorar e aos dezoito perdi minha virgindade com ele e dois anos depois aconteceu o que aconteceu. Nós terminamos e desde então não fiquei com outra pessoa.

Aquele cretino do Jonathan deve ter ficado com muitas outras depois de mim, na verdade ficava com outras estando comigo.

Espanto esses pensamentos, pois preciso ir à faculdade e ficar lembrando desse traste não me ajuda em nada.

Nós estudávamos juntos, mas eu pedi para mudar de turma, o vejo pelos corredores algumas vezes, mas me escondo.

Me arrumo e vou à faculdade, mais um ano e finalmente estarei formada.

...****************...

A manhã transcorreu bem e ao final da aula decidi ir até ao refeitório para almoçar e daqui ir direto para o estágio que tia Bella me ofereceu.

Meu celular toca e o procuro na bolsa e continuo andando, até que sinto um impacto de alguém esbarrando em mim.

— Desculpa... Ah!

— Ei! Espera.

— Preciso atender. — digo pegando o celular.

— Oi filha.

— Oi mamãe.

— Amor, preciso de um favor.

— Sim, pode dizer mamãe.

— Tem como você buscar seus irmãos hoje?

— Às 16:00?

— Sim amor, Luíza disse que tem um encontro com não sei lá quem, não quis me contar, essa menina como sempre cheia de segredos!

— Luíza sendo Luíza.

— É! A Letícia vai ter aula prática e não vai poder também. Seu pai e eu estamos cheios de trabalho e saindo daqui vamos jantar fora e namorar um pouco. — sorrio, os dois coelhos sempre saem da rotina, em plena segunda-feira vão fugir para transar.

— Tudo bem mamãe eu vou sim, peço a tia Bella para sair antes.

— Obrigada filha, mamãe te ama.

— Também te amo mamãe, aproveite seu jantar e aproveite meu pai também. — digo e nós duas sorrimos.

— Pode deixar! Mande um beijo pra sua tia por mim.

— Mando sim. — digo e encerro a chamada.

Temos motoristas e seguranças, mas meus pais fazem questão de levar e buscar meus irmãos na escola todos dias. Quando não é um dos dois, sou eu ou uma das minhas gêmeas.

Encaro o homem para à minha frente e ele sorri me olhando de cima à baixo.

Os seguranças se aproximam de nós, mas não dizem nada, pois ele está parado e eu aceno para que eles parem.

— Você está tão mais bonita Laura. O que você fez pra conseguir ficar ainda mais bonita?

— Me livrei de você, Jonathan! Isso me fez um bem danado.

— Não diz isso.

— O que deu em você pra me procurar depois de um ano?

— Nada, só vi que estava na praia e eu estava também, achei que um ano depois poderíamos ao menos tentar uma amizade.

— Impossível, Jonathan! De você eu só quero uma coisa, distância.

— Está mesmo namorando aquele cara?

Penso por um instante, não sou de mentir, mas não quero fazer meu pai passar por mentiroso e tanto ele, quanto Gabriel fizeram isso por mim.

— Estou. — respondo por fim.

— Ele nem faz seu tipo Laura! Você nunca gostou de caras assim.

— Assim como?

— Sei lá, largado, ele é muito largado, a barba comprida, os cabelos...

— Pode ir parando por aí! Que história é essa de largado?! Você se preocupa muito com a aparência das pessoas, você é tão superficial.

— Não Laura, não é isso, mas é nítido que vocês são incompatíveis. Já se olhou no espelho? Você é bonita demais pra ele. — reviro os olhos e nego com a cabeça.

— Me poupe.

— É sério, vai ficar feio pra ele se meter no meio da sua família, porque nós sabemos que sua família é uma das mais ricas do país.

— E desde quando isso importa? Você sabe muito bem que não há distinções na minha família, todos são tratados de igual para igual.

— E vocês vão fazer o que juntos? Comer cachorro quente na esquina? E ele vai te levar pra passear como? Naquela moto? Já pensou você de vestido e salto alto e de moto?

— Isso é irrelevante Jonathan, não importa como, não importa onde, o mais importante é com quem você vai estar. Não me incomodo nem um pouco de comer cachorro quente da esquina e deve ser muito bom andar naquela moto.

— É sério isso, Laura?

— Claro, eu não sou superficial como você.

— Mas sempre gostou de ir aos restaurantes caros, aos eventos da alta sociedade, como mudou isso?

— É exatamente o que te falei, não importa onde, importa com quem você está e eu estava com você, que era importante pra mim na época, eu ia aonde você fosse, pois estava com você. — ele esboça um sorriso.

— Você me amou Laura?

— Dizem que só amamos uma vez na vida, então eu acho que não te amava, mas estava muito apaixonada por você. Eu ia casar com você ano que vem Jonathan.

— Eu sei, minha linda! Nem sabe como me arrependo disso.

— Tarde demais para arrependimentos! Eu me senti tão humilhada, foi a cena mais nojenta e repugnante que vi na vida. Desde quando curte isso?

— Desde que eu tinha uns quinze anos.

— Então mentiu para mim dizendo que era sua primeira vez também?

— Menti.

Jonathan e eu começamos a ficar quando tínhamos quinze anos, quase dezesseis, que foi quando ele me pediu em namoro. Até hoje pensei que ele era inexperiente como eu, pois nunca o vi com ninguém na escola e nem fora dela, eu achava que havia sido a primeira, mas me enganei, mais uma mentira.

— Bom, eu preciso ir.

— Me perdoa Laura.

— Quem perdoa é Deus e eu estou longe disso. — dou as costas para ele e sou seguida pelos os meus seguranças.

Palhaçada isso! Esse cretino ressurge depois de um ano para atormentar minha vida. É como minha avó sempre diz: "Quando o diabo não vem, ele manda o secretário."

— Já informaram isso ao meu pai? — pergunto para os meus seguranças.

— Sim, senhorita Laura. — Lucas diz.

— Linguarudo. — ele sorri de lado.

— É meu trabalho, senhorita, seu pai é meu chefe.

— Isso não te faz menos linguarudo.

— Se eu não informar cada passo seu, seu pai me demite e eu preciso desse emprego, senhorita.

— Você é casado, Lucas?

— Não senhorita Laura, mas tenho namorada, estou construindo uma casa para nós dois em cima da casa da minha mãe, por isso preciso do emprego e também ajudo minha mãe com minhas irmãs.

— Ah! Que bom Lucas, espero que vocês sejam muito felizes, minha avó sempre diz, que quem é bom filho, também será bom esposo. — ele sorri.

— Obrigada, senhorita Laura.

— Por nada.

Meu pai às vezes briga comigo por ficar fazendo perguntas pessoais para os seguranças, não por eles serem seguranças, mas por eles pensarem que estou dando em cima deles. Mas meu pai escolhe essas sombras a dedo, jamais confiaria a nossa segurança a qualquer pessoa.

Entro em meu carro e dirijo até a empresa da tia Bella, sendo seguida pelas minhas sombras.

— Boa tarde. — digo para a recepcionista.

— Boa tarde.

— Vou falar com minha tia.

— Ok. — ela diz e me entrega um crachá de visitante.

Subo até o andar da sala dela e bato na porta.

— Oi princesa. — minha tia diz.

— Oi tia, como combinado aqui estou.

— Que bom amor, pode ir falar com o Gab que ele vai te direcionar e assinar seu contrato.

— Tá, obrigada tia. — digo a abraçando.

— Por nada meu amor, fico muito feliz e orgulhosa por você está aqui.

— Te amo tia.

— Também te amo Lalá.

— Eu preciso ficar até às 17:00?

— Seria bom que sim.

— Hoje posso ficar até um pouco antes das 16:00? Minha mãe precisa que eu vá buscar as crianças, sabe que eles não deixam eles voltarem só com os seguranças, sabe como são os meus pais, não é?!

— Sei! Eles vão sair pra namorar, não é?

— É! Estão no trabalho, disse que estão muito atarefados e saindo de lá vão jantar e depois vão namorar um pouco.

— É isso que faz o casamento deles ser como é, eles não deixam cair na rotina, por isso estão juntos há mais de vinte anos.

— Assim como o seu, não é tia?

— Sim! Raul e eu estamos casados há dez anos e amo aquele homem cada dia mais.

— E ele a senhora. — ela sorri.

— Minhas irmãs e eu temos muita sorte, encontramos bons homens que nos amam e fazem tudo por nós, além de tudo são lindos, podres de ricos e bons de cama.

— É né! Não é atoa que são cheios de filhos. — ela sorri.

— Sim! E você meu amor, quando vai se permitir viver um novo?

Antes que eu possa responder, alguém bate na porta e minha tia manda entrar.

Meus olhos vão para badboy/nerd que trabalha para minha tia e será meu chefe.

Ele está usando uma camiseta básica de cor branca, com uma camisa preta de botões por cima e uma calça jeans também preta.

Os cabelos hoje estão soltos e penteados para trás, a barba bem aparada.

Que homem quente meu Deus!

— Desculpa, não sabia que a senhora estava ocupada.

— Tudo bem, a Laura já estava indo mesmo falar com você. — ele olha para mim e sorri.

P*rra de sorriso bonito!

Foco Laura!

— Eu já falo com você, moça. Antes preciso falar com a sua tia.

— Ok, vou indo para a sala. Posso sair antes das 16:00 então tia?

— Pode amor.

— Obrigada tia.

— Por nada amor.

— Ah! Minha mãe te mandou um beijo.

— Mande outro para ela.

— Pode deixar! Te amo tia. — me inclino e dou um beijo nela por cima da mesa.

— Também te amo princesa.

Gabriel tenta disfarçar, mas estava olhando para a minha bunda, sorrio e saio da sala da minha tia.

Vou para a sala de hardware, que onde vou trabalhar, me inspirei em minha tia para estudar engenharia da computação, mas nossas áreas são diferentes, apesar de ambas saberem fazer as duas funções, tia Bella gosta de software e eu de hardware.

Entro na sala e todos olham para mim, alguns sorriem, outros botam cara feia, pois sabem quem eu sou e há um certo preconceito em relação a minha família.

— Oi. —digo.

— E aí? — um rapaz negro de olhos marrons se aproxima de mim.

O que há com os homens que trabalham para minha tia meu Deus?!

Que homem!

— Sou Benjamin, Ben.

— Oi Ben, sou Laura. — ele me abraça e dá dois beijinhos em meu rosto, ele é cheiroso, um perfume marcante, amadeirado.

— Prazer Laura. Vai trabalhar aqui?

— Só no período da tarde.

— Seja bem vinda então. Você tem olhos lindos.

— Muito obrigada.

— Não tem trabalho a fazer Benjamin?! — uma voz grossa surge atrás de nós, me viro e vejo o badboy/nerd olhando para nós dois.

Benjamin que ainda estava segurando minha mão solta na hora.

— Estava dando boas vindas a novata chefe. — ele diz.

— Pode deixar que eu faço isso. — Benjamin o encara e volta para a sua mesa.

— Obrigada Ben, você é muito gentil. — digo e ele sorri para mim, com um sorriso branquinho e de dentes retinhos e eu sorrio de volta para ele.

— Você é sempre tão simpática? — Gabriel pergunta.

— Sou! Faz parte da minha essência. Fui ensinada a tratar bem as pessoas.

— Seu pai deve amar seu jeitinho!

— Ama mesmo.

— Seu pai tem fama de ser ciumento.

— Ele é! Mas sabe se controlar, não vai sair batendo em todos que se aproximam de nós.

— Eu acho que por fingir ser seu namorado para expulsar seu ex, eu ganhei pontos com ele.

— Ganhou sim, mas nem pense em se aproximar muito, meu pai talvez dê um mini surto, desde o que aconteceu ele me super protege demais.

— E o que aconteceu moça?

— Nada que mereça ser lembrado ou falado.

— Ok.

Gabriel me explica como é o serviço e como ele deve ser feito e também assino o contrato.

— Fica aqui na minha mesa comigo. — Gabriel diz. — Depois vou mandar providenciar uma pra você.

— Ok chefinho. — ele suspira e sorri para mim.

— O que seu pai acha de você ficar com alguém mais velho?

— Não sei! Nunca fiquei com ninguém mais velho.

— Tipo uns sete anos.

— Que pergunta é essa?

— É porque eu tenho vinte oito, será que seria um problema? — reviro os olhos e nego com a cabeça.

— Nós não vamos ficar juntos. De onde tirou essa história?

— Nós vamos sim! Só questão de tempo.

— Claro que não vamos!

— Nós vamos moça.

— É Laura!

— Eu sei...

O restante da tarde transcorreu bem. Só fiquei com o que Gabriel falou na minha cabeça, ele é bem direto, mas mal sabe ele onde está se metendo.

Eu não pretendo e nem quero ficar com ninguém, desde o que aconteceu comigo fechei meu coração e não vou abrir para qualquer pessoa, se é que voltarei a abrir um dia. Eu sofri muito com o que aconteceu comigo, pois eu gostava de verdade daquele otário. O que ele me deu em troca foi trauma de relacionamentos, morro de medo de ficar com outra pessoa.

Depois dele não fiquei com mais ninguém, nem sem compromisso como a Luíza. Letícia e eu somos mais reservadas, Luíza é namoradeira, ela ama o carinha que tirou a virgindade dela, mas isso não a impede de curtir a vida e ficar com quem tem vontade.

— Eu já vou indo chefinho. — digo.

— Já?! Não são nem 16:00 ainda.

— Falei com a minha tia, assuntos de família.

— Ok. Até amanhã, moça.

— Até.

— Obrigado por hoje, você é excelente. — sorrio. — Você é linda, mas quando sorri, fica mais ainda. — nego com a cabeça e saio da sala.

Foco Laura!

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Comments

Maria Moraes

Maria Moraes

A autora podia mostrar o Gabriel de cabelo solto muito bonito

2025-03-13

1

Monaliza Souza

Monaliza Souza

Gabriel tem os traços de Bernardo, amor a primeira vista...

2025-01-17

1

Maristela Cuoghi

Maristela Cuoghi

é isso aí Gabriel, vai firme que você consegue

2025-03-21

1

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