Capítulo 10

Abro os olhos e olho de lado e não vejo Gabriel.

Pego meu celular para ver a hora e já são 15:30, dormi muito, mas também acordei às 5:00 da manhã para me despedir do pessoal e depois vim para cá. Eu acordo cedo todos os dias, mas não tão cedo assim, por isso acabei pegando no sono.

Vou até ao banheiro, tiro a roupa e tomo um banho rápido.

Após o banho passo uma toalha no corpo e saio do banheiro.

— Eu já... — Gabriel entra no quarto de uma vez e me olha de cima à baixo. — Eu já fiz o almoço.

— Ok, só vou me vestir e já desço. — ele fica parado me olhando com cara de bobo.

— O que foi?! Nunca viu uma mulher de toalha antes?

— Vi, mas nenhuma delas era você. — sorrio e nego com a cabeça.

— Vai me dar licença ou vai querer que eu me vista na sua frente?

— Sabe que isso não seria má ideia. — estreito os olhos para ele.

— Muito engraçado! Sai logo daqui.

— Tá! Te espero lá embaixo.

— Ok.

— Nenhuma olhadinha?

— Não?! — ele sorri e sai do quarto, eu sorrio também e nego com a cabeça.

Esse homem vai me dar trabalho!

Foco Laura! Tudo é questão de foco.

Visto uma camiseta do meu pai que eu roubei dele há algum tempo e um short curtinho, prendo meus cabelos em um coque e calço minhas chinelas.

Pego meu celular e há algumas mensagens dos meus pais pergunta se está tudo bem, meu pai me mandando ter cuidado e minha mãe me mandando usar camisinha, a dona Raquel não tem jeito. Também tem mensagens dos meus irmãos me contando que estão se divertindo muito com Rubi e Safira, isso ainda vai dar casamento. Há mensagens também da Luíza dizendo que está bem e que já deu muito, essa puxou para minha mãe e para tia Liz. Letícia também me mandou mensagem dizendo que está bem, mas que queria estar com o boy que ela gosta, tadinha da minha irmã.

Respondo a todos e coloco meu celular no bolso do short e desço as escadas.

Quando chego na cozinha e bonitão está usando somente uma calça de moletom, os cabelos estão molhados e penteados para trás.

Foco Laura.

— Oi. — digo e ele se vira, já que estava de costas.

— Oi. Enquanto você dormia eu fui pegar roupas limpas e fiz o almoço.

— Hum... cozinhando para mim?

— Sim, espero que goste. Assim que você dormiu eu levantei e fui buscar minhas coisas e depois vim pra cozinha.

— Acordei muito cedo hoje, mais cedo do que o normal, por isso peguei no sono.

— Não tem problema. Eu fiz feijão, arroz, salada, batata frita e bife, um prato bem brasileiro.

— Eu amo.

— Ainda bem que eu acertei então.

— Sim.

Passo por ele para pegar os pratos no armário e sou puxada de repente.

As mãos dele vão para minha cintura e as minhas ficam em seu peitoral, nossos olhos se encontram e meu coração parece que vai sair do peito.

— O que você acha da gente se beijar agora? — ele pergunta.

— Eu acho que não é uma boa ideia.

— Por que não?

— Porque eu não quero te beijar.

— Tem certeza?

— Tenho.

— Não é o que seu corpo diz, seu corpo diz que você quer me beijar também.

— A parte do meu corpo que eu mais escuto é o cérebro e ele diz que eu não devo.

— Deixa esse cérebro pra lá!

— Meu cérebro é brilhante, sou muito inteligente.

— Mas deixe para usá-lo em outra hora, agora use somente seus instintos e desejos.

— Sabe que eu não quero nada com você, não sabe?

— Sei, mas mesmo assim eu quero correr o risco e te beijar, mesmo que depois você nunca mais olhe na minha cara, um beijo seu vale a pena.

— Tudo isso por um beijo?

— É um beijo seu moça bonita, por um beijo seu sou capaz de muita coisa.

— E quem te garante que o beijo vai valer a pena?

— Eu sei que vai, é você, então vai valer a pena sim. — ele acaricia minha bochecha e eu fecho os olhos.

Gabriel toca meus lábios levemente com os seus e eu fecho os olhos.

— Viu? Você quer me beijar também! Pare de lutar contra e me beija também vai? — nego com a cabeça.

— Melhor não. — digo e me afasto dele. — Vamos almoçar, estou com fome.

— Vamos, pode sentar, deixa que eu te sirvo.

— Assim eu vou ficar mal acostumada, você fazendo tudo pra mim. — ele sorri.

— Faço com todo prazer. Tudo que você quiser.

— Você diz isso pra todas, não é?

— Não!

— Sei...

— É sério! Posso te contar uma história?

— Pode.

Ele me entrega o prato de comida, pega um para ele e coloca meu suquinho em taças para nós dois.

— Quando eu tinha dezenove anos, quando ainda estava na faculdade, conheci uma menina linda, morena, como você, é verdade quando digo que prefiro as morenas, mas ela não era tão alta como você, nem tinha olhos verdes como os seus. — de fato sou mesmo alta, tenho 1,70, puxei pro meu pai, porque minha mãe é baixinha. — Ela se transferiu de outra faculdade no segundo semestre, assim que eu a vi fiquei encantado por ela, e comecei a tentar conquistá-la, mas ela me dava vários foras, assim como você, mas eu sou bem insistente, como você já pôde perceber e eu insisti com ela, até que ela cedeu e aceitou ficar comigo, pra ela sim, eu dizia todas essas coisas, eu fazia tudo por ela. — ele faz um pausa.

— E onde ela está? — pergunto.

— Nós ficamos juntos por dois anos, eu a amava muito e ela a mim, mas infelizmente quando as coisas não foram feitas para dar certo, elas não dão e infelizmente um dia quando ela estava vindo para a faculdade de moto, ela gostava muito de motos como eu, e nesse dia quando ela estava indo, um carro bateu na moto dela e infelizmente o acidente foi muito grave e ela morreu. — arregalo os olhos e coloco as duas mãos na boca.

— Eu sinto muito.

— Eu passei um tempo sem me envolver com ninguém, e quando voltei a me envolver, eu sempre senti um vazio, como se fosse ela me dizendo que não era a pessoa certa, até o dia em que te vi e senti algo que não sentia a muito tempo, entenda, não estou comparando vocês duas e nem te associando a ela, mas eu nunca mais havia me sentido vivo e feliz como me sinto quando você está por perto. — coloco minha mão sobre a dele. — Eu fico contando as horas para a manhã passar, para chegar a tarde que é quando você chega na Adams, você ilumina tudo ao seu redor, tanto que aquele folgado do Benjamin fica arrastando asa pra você, vou demitir aquele moleque. — sorrio.

— Ele é legal, o único que gosta de mim e me trata bem, os outros lá me olham torto, só porque sou filha das "celebridades" da cidade.

— Eu também gosto de você e te trato bem.

— Eu sei.

— Então, o que eu queria te dizer é que coisas ruins acontecem o tempo todo e estão fora do nosso controle, mas só resta a nós deixá-las de lado e seguir em frente, eu passei três anos sozinho, sem conseguir ficar com ninguém e quando fiquei não foi como eu esperava, mas não foi ruim, só me senti estranho e vazio.

— Faz só um ano.

— Eu te entendo, eu sei como essas coisas funcionam, ainda mais você que é tão novinha.

— Nem tanto! Tenho vinte e um.

— É! A senhora é muito velha.

— Sou! — ele sorri.

— Eu sei que está recente, mas vamos nos livrar dos nossos traumas juntos, somos dois f*didos, pode ser que dê certo.

— Quer ouvir minha história? — pergunto.

— Quero.

— Eu tinha quinze anos, estava no primeiro ano do ensino médio quando ele começou a conversar comigo e dei meu primeiro beijo nele aos quinze, depois aos dezesseis ele me pediu em namoro e eu aceitei, estava muito apaixonada por ele, ficamos juntos por quatro anos, até eu pegar ele na cama com mais três pessoas, num surubão e ainda tiveram a cara de me convidar para participar.

— Que cara sem noção.

— Aí depois disso decidi que não quero mais ficar com ninguém.

— Nem todos são iguais. Eu, por exemplo, sou um ótimo partido, mais velho, bem resolvido, tenho um emprego, casa própria e o melhor de tudo, sou fiel. — eu sorrio.

— Bem tentadora sua proposta.

— Não é?

— Muito.

— Sou um homem de família, não curto muito baladas, gosto de cozinhar, sei fazer bolo, inclusive tem um na geladeira que eu fiz.

— Nossa! Um verdadeiro sonho.

— Não sou?

— Sim.

— Pode pegar tudo isso pra você, estou totalmente disponível.

— Hum... E a loira?

— Foi só uma vez.

— Vocês transaram?

— É...

— Hum.

— Isso não me faz ser um mal partido, todo mundo tem um passado.

— Mas não quero ficar com aquele clima tenso e nem disputar homem, Deus me livre de um dia fazer isso.

— Não vai ter que disputar com ninguém, porque não há ninguém, somente você.

— Você é muito bom de lábia, deveria ser advogado.

— Não tenho vocação para isso, já na sua família têm muitos não é?

— Sim! Metade advogados e metade médicos, alguns tecnologia e alguns moda. Dos meus irmãos somente Luíza por enquanto, as gêmeas ainda não se decidiram, vão terminar o ensino médio agora e os gêmeos ainda têm onze anos, mas provavelmente vão estudar direito por causa do meu pai.

— Como é ter tantos irmãos?

— Um verdadeiro caos, ainda mais que tenho muitos primos, muitas crianças, sabe como é?

— Nunca sentiu vontade de ficar com nenhum dos seus primos?

— Não, meu pai me mataria, segundo ele, nossos primos são como se fossem nossos irmãos.

— Ah!

— Eu amei sua comida. — digo terminando de comer.

— Isso é porque você não experimentou a outra ainda. — ele diz e nego com a cabeça e sorrio. — Você vai gostar da minha outra comida.

— Eu sou exigente.

— Eu estou aqui para cumprir com todas as suas exigências.

— Hum... Cada vez está ficando mais tentador.

— Quer experimentar minha outra comida agora?

— Não! Quero experimentar seu bolo.

— Ok, bolo então. — ele sorri e se levanta para pegar o bolo.

Não deixo de olhar para o corpo dele sem camisa e o grande volume que ele ostenta. Nossa conversa deixou ele bem animado.

Foco Laura!

Não olhe demais para esses músculos e esse volume...

— Tem certeza que quer só o bolo? — ele pergunta cortando duas fatias e me entrega uma e pega a outra e senta-se outra vez.

— Oi?

— Me olhando desse jeito parece que quer mais que somente o bolo.

— Por hora, quero o bolo.

— Hum... Por hora? Então depois vai querer outra coisa?

— Não sei, vai depender do meu apetite. — ele sorri e nega com a cabeça.

— Gosta de provocar, não é sua atrevida?

— Eu não.

— Sei...

— Hum... Que bolo bom. — ele sorri.

— De laranja com calda de chocolate.

— Maravilhoso, acho que vai ter que fazer bolo pra mim mais vezes.

— Eu faço, mas cada bolo vale um beijo.

— Acho que vale a pena, porque o bolo é bom.

— Pode começar pagando por esse então.

— Não! Esse você fez porque quis. — digo e ele sorri.

— Cheia de argumentos.

— Sou filha de advogados, está no meu sangue.

— É...

Terminamos o bolo em silêncio, só nos olhando de vez em quando e devo confessar que está começando a ficar difícil dizer não para ele. Ainda mais ele sem camisa, e ostentando esses músculos e esse volume que carrega entre as pernas.

Estou há um ano sem sexo de verdade, só g*zo sozinha com a ajuda dos meus dedos e dos meus vibradores, tenho uns cinco eu acho, mas nada que se compare com um homem desses.

Começo a retirar a mesa, mas ele me impede e começa a tirar e levar tudo para a pia.

— Laura! Por que não avisou que vinha? — Joana diz entrando na cozinha.

— Oi Jô! Pois é, decidi de última hora.

— Deveria ter avisado, vi seus seguranças lá fora e eles me falaram que você estava aqui com seu namorado.

— Ele não...

— Gabriel. — ele me interrompe, pega a camiseta e veste. — Muito prazer. — ele diz estendendo a mão para ela.

— Muito prazer, Joana. — ela olha para mim e balança a cabeça positivamente.

— Não precisa se preocupar com nada Joana, pode deixar que nós cuidamos de tudo. — Gabriel diz.

— Tá, se precisarem de alguma coisa é só chamar.

— Pode deixar. — ele diz.

— Tchau Laura.

— Tchau Jô. — ela se vira e sai da cozinha. — Então você é meu namorado?

— Sou! Seu ex acha que eu sou, a loira acha que eu sou, então todo devem achar o mesmo.

— Hum... Vou lavar a louça.

— Não, senhora! Pode se sentar aí que eu faço isso.

— Vai me deixar mesmo mal acostumada.

— Pode me pagar com beijos.

— Tá! Vou te pagar... Algum dia. — ele estreita os olhos para mim.

— Por que não hoje?

— Porque não quero hoje.

— Só unzinho vai?

— Só um.

— Sério?

— Sim! Vai logo antes que eu desista.

Ele se aproxima de mim e olha em meus olhos, ele acaricia meus lábios com o polegar, suas mãos descem para minha cintura e ele as coloca por debaixo da camiseta do meu pai que estou usando e aperta minha cintura.

Suas mãos são quentes e firmes, seu toque me causa um arrepio pelo o corpo inteiro.

Gabriel cola nossos lábios e sua língua pede passagem a minha e eu dou, abro minha boca e o beijo de volta. O beijo é bom, tem um encaixe perfeito, sua língua dança contra a minha.

Que beijo!

Como manter o foco Laura?!

O foco foi dar uma voltinha no momento.

O beijo é daquele tipo que faz sua b*ceta se contrair e te deixa molhada na mesma hora.

Minhas mãos vão para seus cabelos e eu os puxo, ele geme contra minha boca e intensifica o beijo e aperta cada vez mais minha cintura.

Passamos minutos nos beijando, parece que nenhum dos dois quer encerrar o beijo.

Após bons minutos nos beijando, encerramos o beijo totalmente ofegantes.

— Laura?

— Oi?

— Eu vou te beijar outra vez.

— Então beije...

Mais populares

Comments

Juliete Figueiredo

Juliete Figueiredo

mulher aí tu não fica com ninguém, mesmo que não seja uma ex, quando o cara é lindo, gente boa, tem concorrência, precisa ver as atitudes dele, o resto é resto

2025-02-25

2

Solaní Rosa

Solaní Rosa

até que enfim a Laura amoleceu um pouco

2025-03-03

1

Maria Do Socorro Bezerra

Maria Do Socorro Bezerra

Já está mais ousada kkkkkkkk

2025-02-06

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!