Abro os olhos e olho de lado e não vejo Gabriel.
Pego meu celular para ver a hora e já são 15:30, dormi muito, mas também acordei às 5:00 da manhã para me despedir do pessoal e depois vim para cá. Eu acordo cedo todos os dias, mas não tão cedo assim, por isso acabei pegando no sono.
Vou até ao banheiro, tiro a roupa e tomo um banho rápido.
Após o banho passo uma toalha no corpo e saio do banheiro.
— Eu já... — Gabriel entra no quarto de uma vez e me olha de cima à baixo. — Eu já fiz o almoço.
— Ok, só vou me vestir e já desço. — ele fica parado me olhando com cara de bobo.
— O que foi?! Nunca viu uma mulher de toalha antes?
— Vi, mas nenhuma delas era você. — sorrio e nego com a cabeça.
— Vai me dar licença ou vai querer que eu me vista na sua frente?
— Sabe que isso não seria má ideia. — estreito os olhos para ele.
— Muito engraçado! Sai logo daqui.
— Tá! Te espero lá embaixo.
— Ok.
— Nenhuma olhadinha?
— Não?! — ele sorri e sai do quarto, eu sorrio também e nego com a cabeça.
Esse homem vai me dar trabalho!
Foco Laura! Tudo é questão de foco.
Visto uma camiseta do meu pai que eu roubei dele há algum tempo e um short curtinho, prendo meus cabelos em um coque e calço minhas chinelas.
Pego meu celular e há algumas mensagens dos meus pais pergunta se está tudo bem, meu pai me mandando ter cuidado e minha mãe me mandando usar camisinha, a dona Raquel não tem jeito. Também tem mensagens dos meus irmãos me contando que estão se divertindo muito com Rubi e Safira, isso ainda vai dar casamento. Há mensagens também da Luíza dizendo que está bem e que já deu muito, essa puxou para minha mãe e para tia Liz. Letícia também me mandou mensagem dizendo que está bem, mas que queria estar com o boy que ela gosta, tadinha da minha irmã.
Respondo a todos e coloco meu celular no bolso do short e desço as escadas.
Quando chego na cozinha e bonitão está usando somente uma calça de moletom, os cabelos estão molhados e penteados para trás.
Foco Laura.
— Oi. — digo e ele se vira, já que estava de costas.
— Oi. Enquanto você dormia eu fui pegar roupas limpas e fiz o almoço.
— Hum... cozinhando para mim?
— Sim, espero que goste. Assim que você dormiu eu levantei e fui buscar minhas coisas e depois vim pra cozinha.
— Acordei muito cedo hoje, mais cedo do que o normal, por isso peguei no sono.
— Não tem problema. Eu fiz feijão, arroz, salada, batata frita e bife, um prato bem brasileiro.
— Eu amo.
— Ainda bem que eu acertei então.
— Sim.
Passo por ele para pegar os pratos no armário e sou puxada de repente.
As mãos dele vão para minha cintura e as minhas ficam em seu peitoral, nossos olhos se encontram e meu coração parece que vai sair do peito.
— O que você acha da gente se beijar agora? — ele pergunta.
— Eu acho que não é uma boa ideia.
— Por que não?
— Porque eu não quero te beijar.
— Tem certeza?
— Tenho.
— Não é o que seu corpo diz, seu corpo diz que você quer me beijar também.
— A parte do meu corpo que eu mais escuto é o cérebro e ele diz que eu não devo.
— Deixa esse cérebro pra lá!
— Meu cérebro é brilhante, sou muito inteligente.
— Mas deixe para usá-lo em outra hora, agora use somente seus instintos e desejos.
— Sabe que eu não quero nada com você, não sabe?
— Sei, mas mesmo assim eu quero correr o risco e te beijar, mesmo que depois você nunca mais olhe na minha cara, um beijo seu vale a pena.
— Tudo isso por um beijo?
— É um beijo seu moça bonita, por um beijo seu sou capaz de muita coisa.
— E quem te garante que o beijo vai valer a pena?
— Eu sei que vai, é você, então vai valer a pena sim. — ele acaricia minha bochecha e eu fecho os olhos.
Gabriel toca meus lábios levemente com os seus e eu fecho os olhos.
— Viu? Você quer me beijar também! Pare de lutar contra e me beija também vai? — nego com a cabeça.
— Melhor não. — digo e me afasto dele. — Vamos almoçar, estou com fome.
— Vamos, pode sentar, deixa que eu te sirvo.
— Assim eu vou ficar mal acostumada, você fazendo tudo pra mim. — ele sorri.
— Faço com todo prazer. Tudo que você quiser.
— Você diz isso pra todas, não é?
— Não!
— Sei...
— É sério! Posso te contar uma história?
— Pode.
Ele me entrega o prato de comida, pega um para ele e coloca meu suquinho em taças para nós dois.
— Quando eu tinha dezenove anos, quando ainda estava na faculdade, conheci uma menina linda, morena, como você, é verdade quando digo que prefiro as morenas, mas ela não era tão alta como você, nem tinha olhos verdes como os seus. — de fato sou mesmo alta, tenho 1,70, puxei pro meu pai, porque minha mãe é baixinha. — Ela se transferiu de outra faculdade no segundo semestre, assim que eu a vi fiquei encantado por ela, e comecei a tentar conquistá-la, mas ela me dava vários foras, assim como você, mas eu sou bem insistente, como você já pôde perceber e eu insisti com ela, até que ela cedeu e aceitou ficar comigo, pra ela sim, eu dizia todas essas coisas, eu fazia tudo por ela. — ele faz um pausa.
— E onde ela está? — pergunto.
— Nós ficamos juntos por dois anos, eu a amava muito e ela a mim, mas infelizmente quando as coisas não foram feitas para dar certo, elas não dão e infelizmente um dia quando ela estava vindo para a faculdade de moto, ela gostava muito de motos como eu, e nesse dia quando ela estava indo, um carro bateu na moto dela e infelizmente o acidente foi muito grave e ela morreu. — arregalo os olhos e coloco as duas mãos na boca.
— Eu sinto muito.
— Eu passei um tempo sem me envolver com ninguém, e quando voltei a me envolver, eu sempre senti um vazio, como se fosse ela me dizendo que não era a pessoa certa, até o dia em que te vi e senti algo que não sentia a muito tempo, entenda, não estou comparando vocês duas e nem te associando a ela, mas eu nunca mais havia me sentido vivo e feliz como me sinto quando você está por perto. — coloco minha mão sobre a dele. — Eu fico contando as horas para a manhã passar, para chegar a tarde que é quando você chega na Adams, você ilumina tudo ao seu redor, tanto que aquele folgado do Benjamin fica arrastando asa pra você, vou demitir aquele moleque. — sorrio.
— Ele é legal, o único que gosta de mim e me trata bem, os outros lá me olham torto, só porque sou filha das "celebridades" da cidade.
— Eu também gosto de você e te trato bem.
— Eu sei.
— Então, o que eu queria te dizer é que coisas ruins acontecem o tempo todo e estão fora do nosso controle, mas só resta a nós deixá-las de lado e seguir em frente, eu passei três anos sozinho, sem conseguir ficar com ninguém e quando fiquei não foi como eu esperava, mas não foi ruim, só me senti estranho e vazio.
— Faz só um ano.
— Eu te entendo, eu sei como essas coisas funcionam, ainda mais você que é tão novinha.
— Nem tanto! Tenho vinte e um.
— É! A senhora é muito velha.
— Sou! — ele sorri.
— Eu sei que está recente, mas vamos nos livrar dos nossos traumas juntos, somos dois f*didos, pode ser que dê certo.
— Quer ouvir minha história? — pergunto.
— Quero.
— Eu tinha quinze anos, estava no primeiro ano do ensino médio quando ele começou a conversar comigo e dei meu primeiro beijo nele aos quinze, depois aos dezesseis ele me pediu em namoro e eu aceitei, estava muito apaixonada por ele, ficamos juntos por quatro anos, até eu pegar ele na cama com mais três pessoas, num surubão e ainda tiveram a cara de me convidar para participar.
— Que cara sem noção.
— Aí depois disso decidi que não quero mais ficar com ninguém.
— Nem todos são iguais. Eu, por exemplo, sou um ótimo partido, mais velho, bem resolvido, tenho um emprego, casa própria e o melhor de tudo, sou fiel. — eu sorrio.
— Bem tentadora sua proposta.
— Não é?
— Muito.
— Sou um homem de família, não curto muito baladas, gosto de cozinhar, sei fazer bolo, inclusive tem um na geladeira que eu fiz.
— Nossa! Um verdadeiro sonho.
— Não sou?
— Sim.
— Pode pegar tudo isso pra você, estou totalmente disponível.
— Hum... E a loira?
— Foi só uma vez.
— Vocês transaram?
— É...
— Hum.
— Isso não me faz ser um mal partido, todo mundo tem um passado.
— Mas não quero ficar com aquele clima tenso e nem disputar homem, Deus me livre de um dia fazer isso.
— Não vai ter que disputar com ninguém, porque não há ninguém, somente você.
— Você é muito bom de lábia, deveria ser advogado.
— Não tenho vocação para isso, já na sua família têm muitos não é?
— Sim! Metade advogados e metade médicos, alguns tecnologia e alguns moda. Dos meus irmãos somente Luíza por enquanto, as gêmeas ainda não se decidiram, vão terminar o ensino médio agora e os gêmeos ainda têm onze anos, mas provavelmente vão estudar direito por causa do meu pai.
— Como é ter tantos irmãos?
— Um verdadeiro caos, ainda mais que tenho muitos primos, muitas crianças, sabe como é?
— Nunca sentiu vontade de ficar com nenhum dos seus primos?
— Não, meu pai me mataria, segundo ele, nossos primos são como se fossem nossos irmãos.
— Ah!
— Eu amei sua comida. — digo terminando de comer.
— Isso é porque você não experimentou a outra ainda. — ele diz e nego com a cabeça e sorrio. — Você vai gostar da minha outra comida.
— Eu sou exigente.
— Eu estou aqui para cumprir com todas as suas exigências.
— Hum... Cada vez está ficando mais tentador.
— Quer experimentar minha outra comida agora?
— Não! Quero experimentar seu bolo.
— Ok, bolo então. — ele sorri e se levanta para pegar o bolo.
Não deixo de olhar para o corpo dele sem camisa e o grande volume que ele ostenta. Nossa conversa deixou ele bem animado.
Foco Laura!
Não olhe demais para esses músculos e esse volume...
— Tem certeza que quer só o bolo? — ele pergunta cortando duas fatias e me entrega uma e pega a outra e senta-se outra vez.
— Oi?
— Me olhando desse jeito parece que quer mais que somente o bolo.
— Por hora, quero o bolo.
— Hum... Por hora? Então depois vai querer outra coisa?
— Não sei, vai depender do meu apetite. — ele sorri e nega com a cabeça.
— Gosta de provocar, não é sua atrevida?
— Eu não.
— Sei...
— Hum... Que bolo bom. — ele sorri.
— De laranja com calda de chocolate.
— Maravilhoso, acho que vai ter que fazer bolo pra mim mais vezes.
— Eu faço, mas cada bolo vale um beijo.
— Acho que vale a pena, porque o bolo é bom.
— Pode começar pagando por esse então.
— Não! Esse você fez porque quis. — digo e ele sorri.
— Cheia de argumentos.
— Sou filha de advogados, está no meu sangue.
— É...
Terminamos o bolo em silêncio, só nos olhando de vez em quando e devo confessar que está começando a ficar difícil dizer não para ele. Ainda mais ele sem camisa, e ostentando esses músculos e esse volume que carrega entre as pernas.
Estou há um ano sem sexo de verdade, só g*zo sozinha com a ajuda dos meus dedos e dos meus vibradores, tenho uns cinco eu acho, mas nada que se compare com um homem desses.
Começo a retirar a mesa, mas ele me impede e começa a tirar e levar tudo para a pia.
— Laura! Por que não avisou que vinha? — Joana diz entrando na cozinha.
— Oi Jô! Pois é, decidi de última hora.
— Deveria ter avisado, vi seus seguranças lá fora e eles me falaram que você estava aqui com seu namorado.
— Ele não...
— Gabriel. — ele me interrompe, pega a camiseta e veste. — Muito prazer. — ele diz estendendo a mão para ela.
— Muito prazer, Joana. — ela olha para mim e balança a cabeça positivamente.
— Não precisa se preocupar com nada Joana, pode deixar que nós cuidamos de tudo. — Gabriel diz.
— Tá, se precisarem de alguma coisa é só chamar.
— Pode deixar. — ele diz.
— Tchau Laura.
— Tchau Jô. — ela se vira e sai da cozinha. — Então você é meu namorado?
— Sou! Seu ex acha que eu sou, a loira acha que eu sou, então todo devem achar o mesmo.
— Hum... Vou lavar a louça.
— Não, senhora! Pode se sentar aí que eu faço isso.
— Vai me deixar mesmo mal acostumada.
— Pode me pagar com beijos.
— Tá! Vou te pagar... Algum dia. — ele estreita os olhos para mim.
— Por que não hoje?
— Porque não quero hoje.
— Só unzinho vai?
— Só um.
— Sério?
— Sim! Vai logo antes que eu desista.
Ele se aproxima de mim e olha em meus olhos, ele acaricia meus lábios com o polegar, suas mãos descem para minha cintura e ele as coloca por debaixo da camiseta do meu pai que estou usando e aperta minha cintura.
Suas mãos são quentes e firmes, seu toque me causa um arrepio pelo o corpo inteiro.
Gabriel cola nossos lábios e sua língua pede passagem a minha e eu dou, abro minha boca e o beijo de volta. O beijo é bom, tem um encaixe perfeito, sua língua dança contra a minha.
Que beijo!
Como manter o foco Laura?!
O foco foi dar uma voltinha no momento.
O beijo é daquele tipo que faz sua b*ceta se contrair e te deixa molhada na mesma hora.
Minhas mãos vão para seus cabelos e eu os puxo, ele geme contra minha boca e intensifica o beijo e aperta cada vez mais minha cintura.
Passamos minutos nos beijando, parece que nenhum dos dois quer encerrar o beijo.
Após bons minutos nos beijando, encerramos o beijo totalmente ofegantes.
— Laura?
— Oi?
— Eu vou te beijar outra vez.
— Então beije...
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Juliete Figueiredo
mulher aí tu não fica com ninguém, mesmo que não seja uma ex, quando o cara é lindo, gente boa, tem concorrência, precisa ver as atitudes dele, o resto é resto
2025-02-25
2
Solaní Rosa
até que enfim a Laura amoleceu um pouco
2025-03-03
1
Maria Do Socorro Bezerra
Já está mais ousada kkkkkkkk
2025-02-06
1