Capítulo 20 — Preparativos

...Miguel Rodrigues...

Meu corpo ainda estava em êxtase; pense num cara feliz, sou eu nesse instante. Passei por um momento intenso e eletrizante com minha nega. E por fim, consegui um “sim” vindo da sua boca maravilhosa.

Enquanto fazia algumas ligações para a equipe de organização do casamento, degustava meu bom uísque de olhos fechados. Consegui marcar o casamento para o dia seguinte. Sim, estou um tanto apressado, mas não vejo motivo para esperar.

Após fazer todas as ligações necessárias para que tudo desse certo, peguei minhas chaves do carro e minha carteira e saí do meu escritório. Subi para o quarto de Isa e bati algumas vezes na porta, mas parece que ela não havia escutado. Decidi abrir e vi que ela estava na sacada. Me aproximei lentamente dela, a abracei por trás, tendo sua atenção em mim.

— Que susto, Miguel. — disse com a boca cheia de maçã.

— Desculpe pelo susto. Você parece estar aproveitando a vista. — comentei, observando os campos além da sacada.

Isa deu uma mordida na maçã e sorriu.

— Sim, é realmente bonito aqui. Você sempre tem uma vista incrível. — ela disse, virando-se para me encarar.

— Eu gosto de apreciar a tranquilidade desses campos. Me faz lembrar de tempos mais simples. — respondi, sorrindo de volta para ela. — E daqueles tempos maravilhosos com você.

Ambos trocamos olhares por um momento, até meus olhos recaírem para sua boca, onde passei meu dedo polegar. Me aproximei lentamente e capturei seus lábios com os meus.

— Seus lábios são tão doces quanto sua b0cet4. — falei, ela me deu um tapinha no ombro me fazendo rir.

Isa também riu do comentário enquanto eu a abraçava pela cintura, atraindo-a para mais perto de mim.

— Miguel, você não muda mesmo. — ela disse, divertida.

— E por que eu deveria mudar quando tenho uma mulher tão encantadora como você ao meu lado? — respondi, olhando em seus olhos com sinceridade.

Isa corou levemente diante do elogio, e eu aproveitei para roubar outro beijo rápido antes de nos afastarmos.

— Tenho ótimas notícias para te dar: nosso casamento será amanhã. Pela manhã, o juiz de paz virá até aqui em casa para nos unir, seremos apenas nós dois, seu pai e, claro, Leonara como testemunha. — falei, notando uma leve mudança na expressão de Isa ao mencionar o nome de Leonara. — Algum problema? Se preferir, podemos encontrar outra pessoa para ocupar o lugar dela. — sugeri, tentando amenizar qualquer desconforto.

— Não, de jeito nenhum. Não se preocupe com isso. — ela respondeu com um sorriso tímido.

— Você está se arrependendo de ter aceitado se casar comigo? — perguntei, tentando disfarçar o nervosismo ao enfiar as mãos nos bolsos da calça.

Isa pareceu ponderar por um instante, e por um breve momento, temi que ela voltasse atrás, na  decisão de nos casar.

— Não, não é isso. — ela respondeu, me abraçando.

Retribuí o abraço com carinho, sentindo o doce aroma das rosas que emanava dela.

Diante da resposta de Isa, um peso se dissipou dos meus ombros, e um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.

— Que bom ouvir isso, meu amor. Estou ansioso para começar nossa vida juntos. — falei, apertando-a com mais ternura.

Isa retribuiu o abraço, e por um momento, todo o nervosismo e preocupação desapareceram, substituídos pela sensação reconfortante de estar nos braços dela.

— Eu também estou, Miguel. — ela disse, olhando nos meus olhos com uma expressão sincera.

— Continuando sobre o casamento, à noite realizaremos a cerimônia religiosa, com a presença do juiz para abençoar nossa união. — expliquei todos os detalhes a ela, e Isa concordou com um sorriso tranquilo.

Após nossa conversa, fomos até a casa de Elias, seu pai, para dar a boa notícia. Ele nos abençoou com alegria. Em seguida, entramos no carro e seguimos para o centro da cidade. Marquei um horário com as estilistas que cuidarão dos vestidos de Isa, solicitando que elas a ajudassem a escolher dois modelos: um para a cerimônia civil e outro para a religiosa à noite. Enquanto ela estava lá, eu permanecia ao telefone, coordenando alguns detalhes com colegas de trabalho. Claro, seguindo a tradição, eu não podia ver a noiva antes do casamento.

Tudo parecia bom demais para ser verdade. Recebi uma ligação de Havier, que me informou que Marta estava furiosa, quebrando tudo à sua frente ao saber do meu casamento. Eu nunca havia planejado casar com ela, sempre tive a intenção de reservar esse lugar para Isa, que sempre foi a dona desse espaço em meu coração. Eu cometi um erro ao engravidar Marta, foi o resultado de uma noite louca, onde o álcool e as drogas me levaram a fazer besteiras, e naquela confusão, acabei vendo Isadora no lugar de Marta.

Como alguém com grande influência e reconhecimento, assume a responsabilidade de ser pai de meu filho. Proporcionei um lar, uma casa e todo o conforto necessário para eles. No entanto, nosso relacionamento chegou ao fim, e ambos concordamos em seguir caminhos separados. Ela deixou claro que não havia mais sentimentos entre nós, e eu também compartilhava desse sentimento. Assim, chegamos a um acordo: ela permaneceria na casa, desfrutando de todo o luxo, enquanto eu assumiria a pensão de Matheus. Durante esses quatro anos, mantive minha parte do acordo. Ao retornar da Itália, prometi a mim mesmo que jamais trocaria a tranquilidade do campo por uma vida na agitação da cidade grande.

Agradeço aos céus por ela não conhecer o local da minha fazenda, pois seria capaz dela aparecer aqui e causar um escândalo. E claro, terei que falar para Isa sobre meu filho, mas quando tivermos tempo, precisamos ter uma conversa calma sobre esse assunto.

Retornei à loja, onde a estilista Marília me recebeu com um sorriso, indicando que Isa já havia feito sua escolha. Dirigi-me ao balcão e efetuei o pagamento enquanto ela saía do provador com duas sacolas. Peguei-as delicadamente de suas mãos e nos encaminhamos para o carro. Depositei as sacolas com cuidado no banco de trás e iniciamos o trajeto de volta para o aconchego de nossa casa, ansiosos para o grande dia que se aproximava.

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