Capítulo 18 — Eu não acredito que ouvi aquilo

...Isadora Monteiro...

Eu não posso acreditar no que tive que ouvir ontem, só porque eu não disse um sim a ele. Miguel sempre foi uma pessoa doce, calma. Mas ontem eu percebi o quanto ele estava diferente. Ele não tinha mais aquele brilho inocente nos olhos, parecia estar corrompido por algo. Eu não entendo essa obsessão que ele tem por mim, querendo que eu me case com ele imediatamente. Juro que não entendo.

Apesar de tudo isso, não consigo esquecer o que senti ontem, ao sentir sua boca, sua língua, seus beijos, seus toques quentes em todo meu corpo. Parece que estou sentindo tudo novamente na minha pele. Seus lábios com gosto de uísque, quentes em meu pescoço. Ele brincando com o cubo de gelo em minha intimidade, me fazia delirar. Só em pensar, minha intimidade lateja e fica completamente molhada.

Às vezes nem entendo como fui parar no quarto dele. Simplesmente senti um impulso de ir até lá, mas achei que ele não estava no quarto, até vê-lo através do box transparente do banheiro.

Eu não disse a ele, mas ainda sou pura. Sim, nunca me entreguei a ninguém, nem mesmo ao cretino do meu ex-noivo. Mulheres que sonham em perder sua virgindade da forma correta e com quem amam ainda existem.

A tensão pairava no ar enquanto eu me preparava para mais um dia na mansão Rodrigues. Tomei um banho e fiz minha higiene matinal antes de descer para a cozinha. No entanto, antes de começar a trabalhar, parei diante da porta do escritório de Miguel, lembrando-me de suas palavras da noite anterior. Ele havia pedido para que eu fosse até lá assim que acordasse, mas após o que aconteceu ontem, pisar naquele escritório parecia uma ideia terrível.

Decidi deixar essa tarefa para mais tarde e me encaminhei para a cozinha. Lá, encontrei Leonara preparando o café dele com sua típica alegria forçada.

— Esse é o café do patrão? — perguntei, tentando disfarçar minha apreensão.

— Sim, como sempre eu faço o café dele, e ele ama tudo feito por minhas mãos. — ela respondeu com desdém.

Engoli em seco e respirei fundo, tentando manter a compostura.

— Que bom, espero que ele ame ainda mais hoje. — murmurei enquanto pegava um avental e começava a trabalhar.

A tensão na cozinha estava sobrecarregada quando Leonara voltou com a bandeja de café e a colocou na mesa com um pouco de raiva.

— O patrão disse que quer que você o sirva. — ela disse, com um olhar carregado de raiva.

Engoli em seco, sentindo o peso das palavras dela. Era evidente que ela não estava contente com a situação, mas eu não tinha escolha a não ser obedecer. Respirei fundo e peguei a bandeja, me preparando para enfrentar o que quer que estivesse por vir.

Caminhei até o escritório dele, segurando a bandeja com cuidado. Ao chegar na porta, dei uma batida leve e entrei quando ouvi a resposta. Miguel estava sentado à sua mesa, concentrado em alguns documentos. Levantou os olhos quando entrei.

— Bom dia, Isa. Por favor, coloque a bandeja na minha mesa. — Ele falou com um sorriso amigável.

Concordei com a cabeça e fiz o que ele pediu, mantendo-me calma apesar da tensão. Miguel pegou uma xícara de café e agradeceu enquanto eu arrumava tudo.

— Algum problema? — ele perguntou, notando minha expressão preocupada.

— Não, está tudo bem.  — Respondi, tentando parecer normal.

Ele assentiu, parecendo satisfeito com minha resposta.

— Sente-se por favor. — apontou a cadeira à frente. Meu coração começou a saltar no peito.

Sentei-me na cadeira, sentindo-me nervosa. Miguel continuou a revisar os papéis, sem me olhar diretamente. Enquanto isso, eu me perguntava o que ele queria discutir comigo.

Quando terminou de tomar o café, ele colocou a xícara na bandeja e se aproximou, sentando-se na mesa à minha frente. Seu olhar finalmente encontrou o meu, e eu pude sentir a intensidade de sua expressão.

— Isa, preciso falar sobre o que aconteceu ontem à noite. — Ele começou, sua voz séria e determinada.

— Imagina, não se preocupe. Não foi nada. — falei pegando a bandeja para sair do escritório, no entanto ele me impediu.

— Está tentando fugir de mim? Não faça isso. — disse franzindo o cenho.

— Não estou tentando fugir de nada. — revelei.

— E por que está fugindo? Por que não aceita de uma vez o que eu quero te oferecer? Caramba, veja que estou te oferecendo uma oportunidade para viver comigo.

Eu o encarei.

— Deixou claro ontem no seu quarto que você tem as mulheres que quiser, que aliás, elas brigam para estar com você e dividir sua cama. — o olhei nos olhos. — Por que você, Miguel Rodrigues, trocaria todas elas por uma única mulher? Hein? — Peguei a bandeja e fui saindo, mas a porta não abriu, e então percebi que era automática.

— Abra a porta. — falei olhando para ele.

— Sabe por que eu trocaria tudo isso por você? Porque eu te amo. Meu coração sempre foi seu, não consigo viver a minha vida como todos merecem viver, construir uma família. Eu não consegui, entendeu? — disse soltando a respiração pesada.

Eu coloquei a bandeja sobre a mesa de carvalho e o beijei. Sim, algo tão forte me impulsionou a fazer aquilo, e eu fiz.

— Eu sou ... Eu sou pura, tenho medo. Só isso. — confessei, observando um sorriso tranquilo em seus lábios. — Por que está rindo? — indaguei sentindo o rubor queimar minhas bochechas.

— Queria eu dizer que também sou virgem, mas não é verdade. — sussurrou entre meus lábios. — Eu não sabia que você tinha tanto medo disso.

— Eu não tinha até entrar em seu quarto e ver o tamanho da cobra que você carrega entre as pernas. — comentei, fazendo-o gargalhar.

— Não se preocupe, os 23 cm que carrego entre as pernas são tão cavalheiros quanto eu. Prometo ir com calma e colocarei só a cabecinha, se você quiser. — disse me fazendo rir de seu comentário.

Ficamos nos encarando por alguns minutos até que Miguel subiu meu vestido, retirando-o com todo cuidado. Seus olhos recaíram sobre os meus seios, onde ele apertou os bicos rígidos com os dedos, me fazendo arfar de prazer. Ele passou a língua pelos meus lábios, onde senti o gosto bom do café. Suas mãos que estavam em minha cintura invadiram minha calcinha, massageando meu clitóris, minhas pernas começaram a ficar bambas ao ser estimulada daquela forma.

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