“Aquela tatuagem em seu pescoço me levava a sonhar quando minha língua passava por ela.”
Capítulo 13
Megan
Destravo o portão e guardo o carro o levando para dentro da garagem, ansiosa pela conversa que vou ter com Jéssica resolvi lhe contar tudo, mesmo com a possibilidade dela me odiar. O carro dele está ali no quintal. E hora de confronta-lo. Entro na casa e paro na cozinha beber uma água. Percebo que algumas louças do jantar estão limpas, imagino que possa ter sido minha filha. Adiantada, já que a louça já está lavada, eu preparo um café e vou colocar o lixo na rua. Enquanto ando até a calçada, vejo minha vizinha em prantos, e me pergunto qual o motivo. Assim que abro a lata de lixo, me deparo com o gato morto. Eu levo a mão ao peito, assustada. "Mas ele era tão saudável... O que será que aconteceu?" penso eu. E fecho a lata no mesmo instante.
Vou de encontro à vizinha e lhe abraço logo depois que ela me explica o motivo de tanta tristeza. Ela perdera sua única companhia. Eu fico sentida pela dor da mulher, a levo para dentro para lhe dar um copo d'água com açúcar. Nós nos deparamos com Jéssica sentada no banco.
— O que houve, dona Maga? —pergunta Jéssica.
— Meu gato... ele morreu — diz a mulher, com pesar. Jéssica se levanta e abraça a velha vizinha.
— Alguém o matou! Só pode ser! — grita a vizinha entre soluços de choro.
Eu me assusto, pois havia pensado que o gato havia morrido naturalmente. Porém ela não jogaria o gato na lixeira. Eu não sou fã de gato, mas fazer uma barbaridade dessa. Quem seria tão cruel?
— Mas quem faria isso, se os vizinhos todos gostavam do Pintado? — digo pensando no único forasteiro novo que veio para minha casa ontem. Jéssica também parece surpresa, porém dá uma torcida na boca, mostrando nervosismo. Entrego o copo com água para minha vizinha.
— Jéssica você viu alguma coisa? — pergunto desconfiada que ela possa ter visto Omar.
— Eu não, mãe que pergunta — dei de ombros e resolvi tocar no assunto sobre Ailton.
— Filha, você lembra do amigo que te falei? Ele queria ter vindo ontem, mas ele não conseguiu. Ele gostaria de saber se você quer o conhecer. E eu queria te pedir outra coisa... — Pondero por um instante, mas continuo. —Será que não tem como Omar dormir em outro lugar? — Quando vejo falei em frente a vizinha.
— Dona Maga, sinto muito pelo seu gato, mas eu tenho uma conversa importante com minha filha e preciso que a senhora vá. — digo pegando em seu ombro e a levando para a porta.
— Mãe, por que a senhora não gosta dele? — diz Jéssica, irritada.
— Eu gostei dele! — diz Maga, a vizinha. — Ele é gentil.
— Filha, não é que eu não goste... Mas é o que ele faz. Você sabe como é uma cidade pequena...
—Mãe, esse assunto não é para falar na frente das pessoas! Desculpe, Maga.
— JESSICA! — repreendo.
—Acho melhor eu ir embora mesmo. Obrigada pelo carinho, as duas. — Maga segue em direção à porta.
—Desculpe, Maga, mas não é o melhor momento, falamos outra hora. Tchau. E qualquer coisa pode me pedir. — digo a abraçando.
— O que importa o que os outros vão dizer? — Jéssica volta para mim quando eu fecho o portão, agora, estamos somente nós duas.
— A senhora nunca se importou. Não me interessa conhecer seu amigo, e faça um bom proveito! Assim, quem sabe a senhora desencalha e deixa eu e Omar em paz!
— Filha... você nunca foi assim. O que aconteceu?
— O que aconteceu, mãe?! É a sua inveja! Porque eu posso ser feliz, e a senhora nunca foi. A SENHORA É MAL AMADA! — esbraveja Jéssica, me deixando enfurecida que nem vi a hora que meti a mão na cara dela, que agora mantém as mãos no rosto, indignada com a minha atitude.
— A senhora nunca me bateu! — diz, consternada.
— E você nunca me respondeu com essa petulância! Esse seu namorado te mudou, e não foi para melhor!
Omar aparece na cozinha e encara com raiva as duas mulheres à sua frente.
— Peça desculpa à sua mãe! —Ele se direciona à Jessica, que se vira para ele.
— Você só pode estar brincando! — grita ela. Omar segura seu braço e sacode..
— Não, eu não estou brincando! Você não sabe o que eu daria para ter uma mãe assim.
— Solta minha filha! Nós nos exaltamos. Agora está tudo bem, né Jessica? Aproveita e diz pra ela o cafajeste que você é em tentar me seduzir — Me ouvindo, ele solta o braço de Jéssica.
—Não gosto de brigas, me faz recordar coisas ruins.
— Mãe, você não tem escrúpulos! — Jéssica está com semblante magoada. — Me fazer brigar com…
— Ela não mentiu. — Omar diz querendo caminhar em direção ao quarto. Mas antes me olha e diz: — Pode ficar tranquila, hoje arrumo um lugar para dormir e sair daqui!
— MÃE! — ela Jéssica está em choque. — Se ele for embora eu vou atrás dele! Já estou avisando!
— Você não ouviu nada que eu te disse. — falei decepcionada.
—Não, você não vai! Vai ficar aqui com sua mãe. Eu preciso de espaço. — Omar se retira.
Omar
Entro no quarto querendo pegar minhas coisas, não era assim que pensei em acabar com tudo. O clima tá ruim. E para piorar Jéssica entra no quarto. Discuto com Jéssica e deixo claro que quero pôr um fim no que tínhamos. Na verdade, até demorou, eu não deveria ter deixado essa situação chegar onde chegou.
Saio do quarto e passo pela cozinha sem encarar Megan e sigo para fora. Preciso descobrir para onde ir, se eu devo ir embora. Ou se eu fico e espero as coisas esfriarem e tento conquistar Megan. Preciso mostrar para ela que não sou essa pessoa que ela pensa, eu acho que a amo. Preciso lhe proteger.
— Omar! — Escuto a voz de Jéssica gritando meu nome. Não acredito que ela veio atrás de mim de novo, essa garota tá me cansando! Como não enxerguei antes que ela é um pé no saco?
— Oi! — digo, enfurecido.
— Você não quis fazer aquilo, né? Que realmente quer terminar...
— Olha, Jéssica... Foi muito legal. —Me viro de frente para ela, que se aproxima de mim. Me afasto. — Sua mãe tem razão, eu não sou para você… O que ela disse é verdade. A seduzi.
— Não, não… — chorando ela começa me socar o peito com punhos bem fechados.
—Você merece coisa melhor, gata. O que você quer eu não posso te dar. Você pensa em casamento, e em momento algum te dei a entender que eu queria. Eu não te amo.
—Não! É mentira! Você só está dizendo isso porque ela deve ter te falado alguma coisa. — Ela chora e tenta me abraçar. Desvio, com os braços cruzados.
— Olha, pensa o que quiser, vou embora. E você vai ficar aqui. Se eu souber que você saiu daqui para ir atrás de mim, não vai ser bom pra você, gatinha... — Descruzo os braços e seguro em seu queixo.
—Eu te odeio! — grita ela, em prantos, ao sair andando. Parece que sua mãe vai atrás, porque escuto outro grito dela com Megan.
—Te odeio mãe! — Escuto a porta bater. "Bobinha."
Megan está chorando muito. Isso é de partir qualquer coração, eu queria confortá-la, mas acredito que não é o melhor momento.
Ela vai sofrer um pouco, mas é o melhor agora, quem sabe depois podemos ficar juntos. Queria aproximar dela e tentar abraçá-la, mas vou em direção ao carro.
— Abre o portão para mim. — peço.
—O que você fez com minha filha?! Seu LOUCO! — revoltada ela vem em minha direção.
— É! LOUCO! — grito, e na hora me lembro de Jéssica, não quero que ela escute. Abaixo o tom de voz. — Por você! Por você... louco por você! — Ela balança a cabeça, negando, e vai para o corredor, encostando na parede.
— Espero nunca mais te ver. — Ela sai em direção a casa sem nem olhar para minha cara.
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Atualizado até capítulo 68
Comments
Aldenice Costa
não acredito que esse desgraçado matou o gatinho 🐱
2024-03-13
2
Andreia Cristina
ele é tão nojento que matou o gatinho da mulher
2024-03-11
1
Andreia Cristina
cara eu tô passada com a capacidade dele muito frio e calculista Jéssica acho que tem algum problema ser assim dependente dele dessa forma não tem só ele de homem não ainda acho que ela vai se decepcionar com a mãe dela
2024-03-11
1