Capítulo Doze

“Eu sei que nem sempre as coisas correm como queremos. Por vezes não há justiça ou igualdade. Na verdade, a vida é um momento, uma etapa, mas todos precisam da felicidade. E eu nunca mais poderia ser feliz sem ele.”

Capítulo 12

Jéssica

Faz exatamente dois dias que estamos aqui, e meu jantar de boas vindas não foi como eu planejei. Na verdade, foi uma porcaria. Só revi as amigas da minha mãe e alguns vizinhos. O único que gostei da presença foi de meu pai. Os meus amigos antigos ninguém veio, às vezes Omar tinha razão. Eles não valem a pena.

Enquanto faço Omar me acompanhar em meus lugares preferidos ele parece chato e distante, acabo descobrindo que a vinda para cá não foi uma boa ideia.

— Omar…

— Jéssica temos que conversar.

Acho que no fundo eu sei que ele queria dizer, porém. Eu não queria ouvir. Não poderia sequer imaginar sem ele.

— Não tem nada de errado, tá bom. Eu vou fazer dar certo. — digo.

— Eu estou de saco cheio de ouvir você reclamar, mas corre para falar com suas amiguinhas falsas e me levar para todo canto. Tenho que ficar fingindo ser o namorado perfeito. E eu não sou. Não posso ser Jéssica, você merece…

— Nãooo, por favor — pulei em seu ombro lhe dando um forte abraço. — Vamos passar as férias em outro lugar. Vamos embora daqui — As lágrimas já caiam dos meus olhos escorrendo para o rosto.

Omar suspirou.

— Vou te deixar na casa de seu pai. E vou sair para pensar.

— Isso, vai beber e distrair. Precisa de um tempinho sem mim, pra sentir saudades. — dou um sorriso forçado.

Omar

Enquanto tento descobrir onde eu deveria ir, meu telefone toca. E já e Jéssica me ligando.

– Mas já? – Atendo.

– Onde você tá? Temos que conversar. — Ah, menina mimada!

– Já estou indo! – digo, com voz de poucos amigos. Olha… só não me arrependo de ter vindo porque conheci a mulher da minha vida. E mulher da minha vida. Proibida, não sei se um dia será de fato minha. Passo as mão nos cabelos.

Paro na porta da casa do pai dela e buzino e Jéssica sai chorando.

— Vamos embora daqui!

— O que houve Jéssica? — me preocupo.

— Ninguém aqui me entende.

— Jéssica eu não quero ir embora. Mas nós dois…

— Não posso aceitar — ela chora colocando as palmas das mãos no rosto e deita sobre seu colo.

— Jéssica, você sabia que…

— Por favor, Omar não termina comigo agora, não agora. —Suspiro e ligo o carro.

—O que houve na casa do seu pai?

— Aquela mulher dele que se acha mais importante que eu só porque está grávida.

— Não acredito que está assim por ciúmes. Você é muito mimada. — ela me olha indignada e o resto do caminho ficamos em silêncio.

Chegamos na casa da Megan e ela não estava, provavelmente ainda estava a trabalhar. Jéssica vai para o quarto e eu vou até o quintal, vejo algumas louças no canto ali no chão e retiro o resto de comida e jogo fora. Junto a louça para lavar, pensando em toda a loucura que me aconteceu nesses dois dias. Tenho que resolver essa minha situação. Lavo a louça e depois saio para fora, admirando o céu que começava a escurecer e sento-me em uma das cadeiras. Escuto um gato miar. Argh! Odeio gatos! Ele vem para perto da mesa, em busca de comida, miando insuportavelmente, reparo que é macho. Miou de novo… Ahhh! Eu não aguento! E entro para dentro antes que esse gato me deixe doido.

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