Capítulo 17: O caminho para a liberdade efêmera

^^^“ A vida é muito curta para arrependimentos.”^^^

^^^~ Bruno Mars^^^

♔ ELENA CROMWELL

Encaro-me diante do espelho em formato oval no canto do quarto, observando com perplexidade a imagem que se reflete perante à mim. Enquanto Charla finaliza os últimos retoques no meu cabelo, seu sorriso genuíno irradia a certeza de que fizera um bom trabalho, enquanto se afasta alguns passos e me observa de cima a baixo. No entanto, uma onda de incredulidade me invade. Não consigo me reconhecer na figura que vejo diante de mim. Os cabelos presos com mechas soltas meticulosamente posicionadas em cada lado, meus olhos brilham e ganham um tipo de vida que há tempos não possuía, os lábios cobertos por um bálsamo que dá uma certa coloração fraca entre rosado e avermelhado, me deixando com um aspecto encantador.

— Está tão graciosa. – Charla suspira, transbordando orgulho.

Meus olhos vagam até o pano macio que forra o meu corpo. O vestido de coloração azul entre o perolado, serve-me como uma luva, me levando a questionar sobre o momento em que Charla conseguiu as minhas medidas exatas. No entanto, mesmo sentindo-me radiante e vestida verdadeiramente como uma princesa, sinto-me atordoada e sobrecarregada por uma mistura tumultuada de emoções. Como é possível que esta seja eu mesma? Esta é a verdadeira mulher que habita dentro de mim, esperando para ser descoberta? Tudo parece confuso ao mesmo tempo que luto contra esse turbilhão de emoções conflituosas como ondas intensas em minha mente.

— Eu... – Procuro as palavras certas para descrever, enquanto giro levemente, deixando meu corpo se moldar no vestido. — Nunca me senti tão diferente...

— Talvez seja porque não utiliza maquiagem. – Charla diz. — Temo ter uma noção do que presentear-te em vossa próxima primavera.

Rio.

— Antes que eu me esqueça. – Ela bate na própria testa, se virando e pegando uma caixa que não havia percebido antes, tirando uma par de saltos não tão grandes, mas brilhosos o suficiente para me questionar sobre o material que são feitos. — São para você.

— Pelos santos! – Exclamo. — Não poderia aceitar algo tão... Perfeito.

Com a ajuda de Charla, permito que a mesma ajude-me a sentar, enquanto observo vossa gentileza ao abaixar-se para colocar os saltos em meus pés. Seu cuidado é evidentes em cada movimento, e não posso deixar de notar a beleza do par de saltos, que parecem tão delicadas e elegantes, atraindo a minha visão para os mesmos. Eles são verdadeiras obras de arte, tão belos que poderiam ser comparados a cristais, embora não sejam exatamente transparentes. Cada detalhe é meticulosamente trabalhado, e a maneira como brilham ao chamuscar das luzes dos candelabros com graciosidade, é simplesmente fascinante.

— Foram feitos especialmente para o seu tamanho. Bom, tudo foi.

— C-como pagou por tudo?

— Eu mesma fiz. – Há orgulho em sua voz.

Surpresa com a revelação, pisco rapidamente, tentando processar vossas palavras.

— Tens tanto talento, Charla. Por que não contou à mim antes?

— Porque não entenderia se lhe dissesse. – Ela se levanta após colocar ambos saltos em meus pés. — Saia pelos fundos, há uma carruagem à esperando perto da entrada da floresta, onde será levada pela estrada de Willow Way.

— M-mas...

— Use isto como forma de convite para vossa entrada no palácio de Durham. Eles não irão a questionar.

Ao receber o pequeno papel das mãos de Charla, noto imediatamente sua aparência elegante e sofisticada. O papel se assemelha a um convite ornamentado, de espessura grossa, adornado com detalhes dourados que adicionam um toque de elegância e refinamento. Cada detalhe parece meticulosamente trabalhado, transmitindo uma sensação de importância e exclusividade. Enquanto examino mais de perto o convite, percebo os delicados detalhes em volta.

Segurando o convite em minhas mãos, sinto uma mistura de emoções, desde excitação até um leve nervosismo.

— Charla...

— Volte antes da meia-noite, é o tempo que consigo atrasar Margot e Meredith.

Ela começa a me empurrar pelo quarto, com certa delicadeza, mas há pressa nos seus movimentos, me guiando até à porta.

— Quando chegar ao palácio, vista isso para que ninguém à reconheça. – Ela me entrega uma máscara da cor do vestido.

— Espera! – Digo, finalmente tomando a vossa atenção. — Obrigada...

Charla, com ternura no sorriso que põe nos lábios, me olha graciosamente.

— Faça dessa, a melhor noite de sua vida. E não se esqueça de que nunca é tarde para escolher ser feliz.

Com a porta do meu quarto fechada logo após, encontro-me diante de um dilema impertinente. Seria moralmente incorreto invadir um dos palácios da família real? As possíveis consequências de minhas ações passam por minha mente, alimentando meu medo e incerteza. Será que serei presa? Condenada? Esses pensamentos provocam um turbilhão de emoções dentro de mim, deixando-me vacilante e indecisa. No entanto, à medida que pondero sobre minhas opções, uma sensação de urgência começa a crescer dentro de mim. A ideia de ser livre por apenas uma noite, de escapar da insanidade de Margot, do controle do meu pai, das maldades de Meredith e até mesmo do meu noivado, é irresistível. É como se um fogo ardente se acendesse dentro de mim, impulsionando-me para a liberdade que tanto almejo.

Seguro firmemente a barra do meu longo vestido e, sem hesitação, corro para fora da residência Cromwell, evitando até mesmo ser vista por Anna ou outro criado. Deixo para trás todas as preocupações que prendiam-me, concentrando apenas na promessa de uma noite de liberdade, por mim.

Na minha mão direita, seguro a máscara que Charla deu-me, enquanto na esquerda, o colar que Anna presenteou-me. Não importa o que o futuro reserve para mim, decidi que não me acanharei mais. Esta noite, esta única oportunidade de ser verdadeiramente livre, e é por este motivo que não olho para trás, tampouco vacilo com os meus passos, embora esteja tremendo com o medo e a ansiedade que me corroem como lâminas afiadas.

Capítulos
1 Notas da autora
2 Agradecimentos/ Epígrafe
3 Prólogo
4 Capítulo 1: Era uma vez...
5 Capítulo 2: O canto da maledicência
6 Capítulo 3: Entre os laços do rancor
7 Capítulo 4: O amargor das palavras
8 Capítulo 5: Cinzas do passado
9 Capítulo 6: A impetuosidade de amar
10 Capítulo 7: Uma marca indelével
11 Capítulo 8: Outro lado da moeda
12 Capítulo 9: O canto da serpente
13 Capítulo 10: Motivações
14 Capítulo 11: O inesperado
15 Capítulo 12: O céu, a lua, a figueira e você...
16 Capítulo 13: Cada segundo...
17 Capítulo 14: O lorde Albertin
18 Capítulo 15: Décima oitava primavera
19 Capítulo 16: O destino é real
20 Capítulo 17: O caminho para a liberdade efêmera
21 Capítulo 18: O palácio real
22 Capítulo 19: Minueto
23 Capítulo 20: Deleitando-se com o fel
24 Capítulo 21: Decisão inusitada
25 Capítulo 22: Um dia após o outro
26 Capítulo 23: Agraciada a primeira vista
27 Capítulo 24: A visita do duque
28 Capítulo 25: O amigo do duque
29 Capítulo 26: Sentimentos vazios e arrependimentos
30 Capítulo 27: Pensamentos insanos, ações proibidas
31 Capítulo 28: Noite entre lua e cinzas
32 Capítulo 29: O duque do inverno
33 Capítulo 30: Promessas e arrependimentos
34 Capítulo 31: As fases da hipocrisia
35 Capítulo 32: Inocente pesadelo
36 Capítulo 33: A sorte entre abutres
37 Capítulo 34: A partida
38 Capítulo 35: Campos desconhecidos
39 Capítulo 36: Segredos sujos
40 Capítulo 37: Inseguranças
41 Capítulo 38: A primeira noite
42 Capítulo 39: A perversidade transvestida
43 Capítulo 40: Um pedido de desculpas
44 Capítulo 41: Aprender é ainda mais difícil do que descobrir
Capítulos

Atualizado até capítulo 44

1
Notas da autora
2
Agradecimentos/ Epígrafe
3
Prólogo
4
Capítulo 1: Era uma vez...
5
Capítulo 2: O canto da maledicência
6
Capítulo 3: Entre os laços do rancor
7
Capítulo 4: O amargor das palavras
8
Capítulo 5: Cinzas do passado
9
Capítulo 6: A impetuosidade de amar
10
Capítulo 7: Uma marca indelével
11
Capítulo 8: Outro lado da moeda
12
Capítulo 9: O canto da serpente
13
Capítulo 10: Motivações
14
Capítulo 11: O inesperado
15
Capítulo 12: O céu, a lua, a figueira e você...
16
Capítulo 13: Cada segundo...
17
Capítulo 14: O lorde Albertin
18
Capítulo 15: Décima oitava primavera
19
Capítulo 16: O destino é real
20
Capítulo 17: O caminho para a liberdade efêmera
21
Capítulo 18: O palácio real
22
Capítulo 19: Minueto
23
Capítulo 20: Deleitando-se com o fel
24
Capítulo 21: Decisão inusitada
25
Capítulo 22: Um dia após o outro
26
Capítulo 23: Agraciada a primeira vista
27
Capítulo 24: A visita do duque
28
Capítulo 25: O amigo do duque
29
Capítulo 26: Sentimentos vazios e arrependimentos
30
Capítulo 27: Pensamentos insanos, ações proibidas
31
Capítulo 28: Noite entre lua e cinzas
32
Capítulo 29: O duque do inverno
33
Capítulo 30: Promessas e arrependimentos
34
Capítulo 31: As fases da hipocrisia
35
Capítulo 32: Inocente pesadelo
36
Capítulo 33: A sorte entre abutres
37
Capítulo 34: A partida
38
Capítulo 35: Campos desconhecidos
39
Capítulo 36: Segredos sujos
40
Capítulo 37: Inseguranças
41
Capítulo 38: A primeira noite
42
Capítulo 39: A perversidade transvestida
43
Capítulo 40: Um pedido de desculpas
44
Capítulo 41: Aprender é ainda mais difícil do que descobrir

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