^^^“ No calor do coração, onde arde a chama do amor, encontramos a verdadeira essência da paixão, imortalizada nos suspiros sussurrados e nos toques furtivos de mãos tremeluzentes.”^^^
^^^~ Anônimo^^^
♔ ELENA CROMWELL
Envolta pelos cobertores macios da minha cama, deleito-me com a vista dos flocos de neve que caem com leveza do lado de fora, através da janela do meu quarto. Sob a brilhante luz do céu noturno, os suaves sons dos animais que habitam o jardim alcançam meus ouvidos, evocando um sorriso sereno enquanto imagino como seria ter uma coruja branca como minha companheira.
Um suspiro escapa de meus lábios quando um som ecoa em minha barriga, despertando-me para o fato de que a simples tigela de ensopado de legumes e carne de cordeiro assado, servida no jantar, não fora suficiente. Sinto-me tentada a levantar-me da cama e correr para a cozinha em busca de um copo de leite morno. No entanto, o temor de ser pega por Meredith ou Margot, me faz estremecer no colchão. Elas adorariam um motivo banal para punir-me, disto, tenho a certeza.
Outro som seguido de um mal estar me faz chacoalhar a cabeça negativamente e vestir o meu robe branco por cima da camisola longa. Alcançando a maçaneta da porta, a giro e enfio a cabeça para fora do quarto, assim que abro a porta. A pequena vela que ilumina o meu quarto, não se estende para o corredor, o deixando escuro e silencioso, assim como a noite lá fora. Um misto de alívio e medo me toma ao imaginar inúmeros cenários que poderiam acontecer a partir daqui, mas não irei definhar de fome no quarto, até porque, essa continua sendo a minha casa, talvez, mais minha do que de Margot e Meredith, mesmo que ambas e papai não admitam isso.
Meus passos leves pelo assoalho, com olhares de soslaio para trás, revelam o quão desconfortável estou neste momento. As frestas de luz que atravessam as janelas, pela luz da lua, são o pouco conforto que tenho em meio ao breu que me cerca. Sigo até às escadas, alcançando o corrimão e descendo com cuidado para não ranger nenhuma tábua sob os meus pés.
Assim que viro para seguir até à cozinha, um barulho me faz parar, chamando-me a atenção. Me viro, franzindo o cenho ao perceber que no corredor oposto, a porta do escritório do meu pai está entreaberta, com uma fresta de luz escapando de dentro. Sigo, relutantemente, até o mesmo, sentindo o meu coração batendo cada vez mais forte quando as palavras de Charla ecoam na minha mente.
“Tente não dormir cedo, hoje.” Pisco rapidamente, não encontrando ambiguidade em suas palavras e no momento de agora, mesmo que faça sentido, quando me aproximo o suficiente para escutar a voz rouca de papai com outro homem, onde tento ver quem é.
— Certamente, deverá ser realizado o mais rápido possível.
— Não podemos perder tempo algum, você tem duas filhas, seja como for, ambas já passaram da idade de consumir um matrimônio.
Relaxo ao perceber que é meu tio, Philippe. Mas meu corpo tensiona ao escutar a voz de Margot, que parece tão chocada quando eu.
— Meredith assumirá tal compromisso com o homem que for do nível dela.
Seguro a vontade de revirar os olhos, pois antes de se casar com o meu pai, nem baronesa a Margot era.
— Elena não gostará de tal notícia... – Papai parece chateado.
— Não interessa o que essa pirralha mimada acha. É pelo bem da família! – Margot resmunga e todos ficam quietos.
— Já vendi trinta porcento de todos os bens da família Cromwell, mas não é o suficiente para acalmar a dívida imposta pelo barão de Cintra.
Colo mais o ouvido na porta, enquanto tento entender o motivo de uma reunião com o meu tio, a este horário da noite.
— Não podemos mais vender nada, ficaremos pobres em questão de dias! – Margot parece desesperada.
— E se demitirmos o resto dos criados e Cavalariços?
— Nem por todos os santos vivos ou mortos! – Margot, com um salto, parece tão indignada quanto antes. — Precisamos dos criados para cozinhar e limpar toda esta residência, além do mais, se mandarmos embora os cavalariços, quem levará Meredith aos bailes para conhecer os nobres da região? Para buscar os vestidos novos que encomendamos?
Com um suspiro, papai tenta. — Eu posso levá-las, vocês podem cozinhar e arrumar a casa, já que são mulheres.
— Jamais! Eu sou uma dama, não fui criada para limpar poeiras ou esfregar o chão! – Ela vocifera.
— Não há outra alternativa que não seja o matrimônio.
Com alguns segundos de espera, papai finalmente diz, e as palavras seguintes me quebram em mil pedaços.
— Elena se casará com lorde Albertin, assumirá os cinco filhos dele e os dará mais se for da vontade dele.
Me afasto da porta, andando de costas, lentamente enquanto tento me afastar de tudo. Não basta a humilhação que passo todos os dias, os insultos, as agressões feitas por Meredith e Margot quando quebrava algo. Não bastava ser tratada pior que os animais nos campos Cromwell... Ainda terei de me casar contra a minha vontade?! Só paro de andar quando sinto as minhas costas baterem na parede atrás de mim, onde uma pequena dor se instala pelo impacto, mas acabo não me importando.
— Enviarei uma carta amanhã, confirmando a minha decisão. O matrimônio será realizado dentro de três meses.
— Tens certeza que será necessário esperar tudo isso? Não podemos deixar o lorde Albertin ansioso, principalmente com a idade que ele possui, sessenta primaveras e um infarto.
Mesmo não enxergando o seu rosto, eu colocaria a minha mão no fogo para ver o sorriso no rosto de Margot agora. Uma lágrima solitária escorre pela minha bochecha, e não espero mais nenhum segundo para correr de lá.
♔ NOTAS:
• Alguns capítulos não estão corrigidos, portanto, erros ortográficos poderão aparecer durante a leitura.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 48
Comments
Ŕìťą Đę Ćąššîą
Estou gostando
2024-05-29
1