^^^" E todos estão assistindo ela, mas ela está olhando para você."^^^
^^^~ Calvin Harris^^^
♔ JAMES WINDSOR
— Você parece aflito.
A ignoro enquanto volto a abotoar os botões do meu casaco chesterfield, de coloração escura.
— Talvez precisemos de mais tempo para que finalmente um sorriso ilumine o seu lindo rosto, meu senhor.
Olho de soslaio para a loira esparramada na cama, enquanto retira do seu corpo o lençol que antes a escondia da minha vista. Suas coxas torneadas, cintura fina e seios fartos, tudo que um homem gostaria, julgo, fora os lábios cheios que já devem ter passado em metade dos paus de Durham.
— Problemas no paraíso?
Paraíso? Não há paraíso, não sou comprometido como todos os homens que costumam vir. Suas tentativas falhas de fingir que consegue me ler como um livro aberto me faz desejar nunca ter vindo, mas precisava expelir a maldita tensão que Robert sempre impõem em mim. Aquele maldito velho desgraçado desperta o meu pior lado, principalmente depois do que ele fez, algo que jamais o perdoarei.
— Podemos repetir se você...
A corto, me aproximando da cama novamente e colocando cinco moedas de ouro em cima da pequena mesa de madeira ao lado, tudo sob o olhar da mulher que parece surpresa. Eu sou um nobre, um duque, para ser mais exato, não me orgulho do meu título e tampouco desejaria estar na posição que estou, mas as pessoas não precisam saber da maldição que carrego. Nesta noite, aqui, neste quarto, sou apenas um homem em busca de prazer.
— O-obrigada...
Me viro, e já vestido, retiro-me do quarto, a deixando confusa e talvez feliz por conseguir mais dinheiro por um hora do que por uma noite inteira.
...❦...
— Esse assunto de casamento novamente? – Bane sorri nasalmente, enquanto se aproxima do divã cor creme que estou sentado e me oferece vinho. — Não consigo vê-lo com uma mulher pendurada no seu pescoço enquanto crianças com a sua cara e sangue correm em volta.
Recuso com a cabeça.
— Robert está demasiado desesperado para que a linhagem não termine em você e...
— Não quero falar disso. – O corto, sabendo bem onde ele quer chegar.
— Disso, ou de alguém? – Bane se afasta, enquanto procura nas prateleiras, próximo a lareira acesa, que as chamas dançantes estalam ao queimar a madeira já escurecida.
— Não acho que vale o nosso tempo.
— Não valia até poucos invernos atrás. – Finalmente pega uma garrafa que parece estar empoeirada pelo tempo.
Com uma soprada, Bane balança a mesma e sorri ao escutar o barulho do líquido se movendo dentro da garrafa, se apressando para pegar um abridor numa das gavetas e fazendo um pouco de força até a tampa se soltar e voar para algum canto.
— Ainda estás bravo com o que houve?
Cruzo as pernas enquanto apoio o cotovelo no encosto do divã e esfrego o indicador entre o queixo e lábios, vagando pelas palavras de Bane.
— Olha, sabes que um dia terás de superar. – Ele serve o líquido de tons alaranjado e dourado em copos pequenos e se aproxima, oferecendo um deles.
Sem muita cerimônia, o pego de sua mão. Ao trazer o copo à minha boca, sou imediatamente acariciado por uma profunda e rica fragrância. Notas de carvalho tostado e baunilha se entrelaçam, evocando memórias de tempos passados e lugares distantes. Uma suave doçura caramelizada dança no ar, enquanto nuances de especiarias como canela e cravo adicionam uma camada de complexidade e calor. Whisky é uma paixão que venho alimentando há algum tempo, desde jovem, para ser mais exato, e se hoje estou sentado na sala de Benedict, o escutando soltar poucas sutilezas enquanto me serve bebidas, é porque o desgraçado sabe como apreciar os prazeres do álcool.
Com um gesto rápido, viramos a bebida praticamente juntos. Assim que o líquido toca meus lábios, sou envolvido pelo sabor intenso e complexo. Bane não esconde a expressão amarga, mas não deixa de sorrir e levantar o pequeno copo em forma de brinde.
O whisky desce pela minha garganta, deixando uma sensação ardente em seu rastro. Primeiro, encontro notas robustas de carvalho defumado, seguidas por uma doçura caramelizada que se desenvolve lentamente. No entanto, é o sabor amargo e picante que domina, deixando uma marca distintiva em minha língua e fazendo-me franzir o cenho involuntariamente. É uma experiência áspera e vigorosa, que exige coragem para ser apreciada plenamente.
— Saúde. – Bane logo entrega.
— Estão a comemorar sem a minha presença?
Viro a minha cabeça quando cliques de saltos se aproximam, mesmo que por instinto já saiba quem seja pelo sotaque francês.
A mulher alta, com um vestido longo e sensual de certa maneira, está parada na porta, olhando diretamente para mim.
— Genevieve? O que faz aqui? – Bane indaga, tão surpreso quanto eu, mas ela não responde.
Seus cabelos soltos, modulados e negros que caem até o meio das costas, cercando um rosto em formato diamante, as maçãs definidas e um nariz reto, os olhos tão pretos quanto o vazio obscuro que paira em sua alma. Embora sua expressão notável de soberba e luxúria se estenda em sua face.
— Olá, James. – Com um sorriso perverso, ela continua. — É bom finalmente revê-lo depois de tanto tempo distante.
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Atualizado até capítulo 48
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