Capítulo 10: Motivações

^^^“ Temos que nos libertar de todos os nossos fantasmas.”^^^

^^^~ Send My love, Adele^^^

♔ JAMES WINDSOR

— É finalmente bom estar de volta.

Genevieve, com toda sua malevolência encantadora como uma serpente venenosa, se esguia pela sala e se aproxima de Bane, tirando a garrafa de vinho das mãos do mesmo e servindo numa taça de cristal.

— Essa residência costumava ser mais vivida, da última vez que estive aqui.

— Minha mãe mandou que trocassem as cortinas. – Bane entrega.

— Ah... Verde não combina com os móveis, talvez creme esteja mais perto de deixar esse lugar próximo a se chamar de casa. – Sua sinceridade não nos atinge mais, e Genevieve sabe bem disso.

— É bom vê-la novamente. – Bane a abraça, mas segundos depois a solta e seus olhos negros param em mim.

— Não vai cumprimentar sua velha amiga, James? – Seu tom irônico não passa despercebido.

Genevieve, com a taça de vinho em mãos, se aproxima elegantemente, enquanto as imagens do passado, onde éramos apenas nós três, revivem de forma dolorosa em minha mente.

— Você partiu. – Digo. — O que esperas que eu diga?

Não me movo.

— Ainda sofres por isso? – Um sorriso cresce nos seus lábios. — Precisei ir-me, pois havia me casado, sabes bem disso.

Ela quebra essa distância e se senta numa das minhas coxas, enquanto dá um pequeno gole no vinho.

— Você fede a s*xo barato e depressão, James.

— Por que voltou? – Sem cerimônias, Indago.

Genevieve se ajeita em cima de mim, me fazendo lembrar de quando passávamos as noites dessa forma, e por mais que eu não consiga sentir nada por ela, o seu cheiro continua o mesmo de sempre.

— Carl, meu marido, veio a falecer. – Mesmo que suas palavras sejam aferidas, não há um pingo de tristeza em seu olhar.

Genevieve, como bem conheço, claramente tem dedo na morte de seu marido.

— Voltou para pedir a mão de James agora que se livrou das amarras de seu pai? – Benedict, quebrando o gelo que se formava em minha volta, diz.

— Não é como se o nosso querido James quisesse casar-se com alguém.

Me conhecendo bem da forma que conhece, ela diz com uma risada casual.

— Acho que fico com a parte do s*xo apenas. – Seus olhos negros se voltam na minha direção. — Ainda me lembro perfeitamente em como era bom nisso, James.

— Bem, neste caso... – Bane pega uma garrafa e um charuto, enquanto caminha até à porta da sala. — Me chamem caso queiram fazer algo que não envolva o James dentro de você.

Ele se retira, deixando-nos a sós.

— O que foi? – Genevieve indaga, deixando claro que sabe que algo não vai bem. — Nunca fostes de sorrir, mas agora está totalmente acabado.

— Obrigado... – Suspiro.

— Robert novamente? – Ela indaga, bebericando mais do vinho.

— Está pressionando sobre casamento e quer que eu tenha filhos.

— Nada fora do normal...

— Ele está ameaçando a tirar os meus títulos. Talvez, viveria bem como um camponês, criando cordeiros e...

— De jeito algum. Jamais permitiria que vivesse com tão pouco.

Uma risada nasal escapa-lhe.

— Algumas pessoas não nasceram para viver na mísera, James. E você, claramente não é uma delas.

Genevieve apoia a taça na superfície lisa do criado ao lado e se volta para mim, ficando em cima das minhas duas pernas enquanto levanta, aos poucos, a barra do seu vestido.

— Não estou no clima... – Digo.

— Você nunca está. – Ela sorri, pegando o meu maxilar e levantando a minha cabeça. — Precisas dar ao vosso pai, o que ele almeja.

— Um casamento? – Indago, enquanto seu vestido já está no meio das coxas.

— Ainda busca por vingança?

— Não irei assumir tal responsabilidade por algo tão fútil como isso.

— Deverias pensar melhor... Pode ter uma mulher centrada ao teu lado, alguém que lhe entenda e saiba como agradar-lhe.

Arqueio uma sobrancelha, enquanto suas roupas íntimas são puxadas para o lado e Genevieve escorrega dois dedos dentro de si mesma, arqueando as costas e jogando a cabeça para trás enquanto solta um gemido alto.

Meu pau pesa dentro da calça enquanto tenho a cena em minha frente, descendo os olhos e a fitando inteiramente.

— Não me faça essa proposta novamente, acordos não combinam com você.

Ela morde o lábio inferior enquanto continua a se tocar.

— Porque sou mulher?

— Porque você não é diplomata, é estrategista.

Um sorriso cresce nos seus lábios.

— Agora me lembro o porque sentia vossa falta.

Enlaço a sua cintura e a deito no sofá, enquanto Genevieve abre as pernas, esperando me receber como nos velhos tempos. Seu corpo é lindo, sensual e sedutor, o melhor nisso é que ela sabe como usá-lo a seu favor. Genevieve nunca significou nada mais do que uma amiga, mas é claro que favores são inclusos na nossa relação. E talvez, era isso que mais me atraía nela, não agia como uma jovem histérica ao me ver com outras mulheres. Afinal, ela sempre soube que era melhor do que todas elas. Por esse motivo foi a única mulher que tr*nsei mais de uma vez.

— Eu já disse que não estou no clima.– Digo próximo aos seus lábios, que estão entreabertos, ofegantes.

Embora as minhas palavras possam ser duras e talvez, qualquer mulher estaria ofendida neste momento por ser dispensada depois de usar tudo que tem, Genevieve apenas sorri, ainda com as pernas abertas enquanto me encara.

— Nosso querido James, amadureceu.

Me levanto, enquanto caminho até à porta.

— Sinto muito pela perda.

Saio da sala, caminhando pelo corredor iluminado da residência Hall. Subo até à sacada do terceiro andar e logo o vejo lá, sentado no parapeito enquanto fuma o seu charuto.

— Já escutei muito sobre o duque de Windsor, James Mountbean-Windsor... – Benedict, encostado no parapeito da sacada, diz, sem olhar para mim. — O sucessor das terras Windsor, primogênito de Robert Mountbean-Windsor e...

Em silêncio, paro ao seu lado enquanto sou contemplado pela vista dos campos já estando cobertos por neve. Montanhas altas se estendem pelo horizonte enquanto a paisagem some sob o brilho do pôr do sol.

— Mulherengo.

— Dispenso a última parte.

Ele ri, enquanto leva o charuto aos lábios novamente e puxa o ar.

— Foi rápido dessa vez... Seria um primeiro sinal de que estás doente ou velho?

— Não tr*nsamos, e só porque sou quatro anos mais velho que você, não significa que eu seja velho. – Não tiro os meus olhos da paisagem.

— Por que a dispensou? – Bane indaga. — Pensei que quando ela retornasse, você iria se tocar de que a ama.

— Eu não a amo, não da mesma forma que ela o faz. Não posso retribuir sentimentos nas quais não posso nutrir. Genevieve, por mais gananciosa e resolvida que seja, é uma mulher como qualquer outra e merece alguém melhor.

— Acho que os homens franceses merecem alguém melhor do que ela.

Ele ri da própria piada.

— Sabias que ela retornaria? – Indago.

— Ela me escreveu cartas, semanas antes de retornar, as recebi.

— Por que não contou-me?

— Ela pediu que não o fizesse, almejara fazer uma surpresa para você.

Suspiro, em silêncio. Meus olhos varrem toda a paisagem até que um aglomerado de luzes ao longe me chama atenção.

— O que é aquilo?

— Ah, está falando daquilo? – Bane aponta. — O festival de inverno de Durham, antes que os campos estejam cobertos pela neve densa e as tempestade perigosas, sempre há um festival para celebrar.

Franzo o cenho, enquanto observo de longe.

— Sei que Genevieve não foi capaz de tirar um sorriso de você, meu irmão. – Bane diz, enquanto se aproxima e me dá um tapa gentil no ombro. — Mas talvez devêssemos comemorar.

O encaro, sabendo que devo isso a ele, a pessoa que mais esteve do meu lado quando mais precisei. Mesmo não querendo ir, almejando apenas me trancar no quarto com garrafas e mais garrafas de whisky e um bom charuto, apenas assinto.

— Ninguém podes saber quem sou. – Digo. — Já não basta as nobres de perto dos campos Windsor batendo o dia inteiro na maldita porta para apresentar suas filhas.

Bane ri com os olhos fechados enquanto se afasta.

— Claro. Hoje, seremos apenas dois homens que buscam diversão no festival.

Capítulos
1 Notas da autora
2 Agradecimentos/ Epígrafe
3 Prólogo
4 Capítulo 1: Era uma vez...
5 Capítulo 2: O canto da maledicência
6 Capítulo 3: Entre os laços do rancor
7 Capítulo 4: O amargor das palavras
8 Capítulo 5: Cinzas do passado
9 Capítulo 6: A impetuosidade de amar
10 Capítulo 7: Uma marca indelével
11 Capítulo 8: Outro lado da moeda
12 Capítulo 9: O canto da serpente
13 Capítulo 10: Motivações
14 Capítulo 11: O inesperado
15 Capítulo 12: O céu, a lua, a figueira e você...
16 Capítulo 13: Cada segundo...
17 Capítulo 14: O lorde Albertin
18 Capítulo 15: Décima oitava primavera
19 Capítulo 16: O destino é real
20 Capítulo 17: O caminho para a liberdade efêmera
21 Capítulo 18: O palácio real
22 Capítulo 19: Minueto
23 Capítulo 20: Deleitando-se com o fel
24 Capítulo 21: Decisão inusitada
25 Capítulo 22: Um dia após o outro
26 Capítulo 23: Agraciada a primeira vista
27 Capítulo 24: A visita do duque
28 Capítulo 25: O amigo do duque
29 Capítulo 26: Sentimentos vazios e arrependimentos
30 Capítulo 27: Pensamentos insanos, ações proibidas
31 Capítulo 28: Noite entre lua e cinzas
32 Capítulo 29: O duque do inverno
33 Capítulo 30: Promessas e arrependimentos
34 Capítulo 31: As fases da hipocrisia
35 Capítulo 32: Inocente pesadelo
36 Capítulo 33: A sorte entre abutres
37 Capítulo 34: A partida
38 Capítulo 35: Campos desconhecidos
39 Capítulo 36: Segredos sujos
40 Capítulo 37: Inseguranças
41 Capítulo 38: A primeira noite
42 Capítulo 39: A perversidade transvestida
43 Capítulo 40: Um pedido de desculpas
44 Capítulo 41: Aprender é ainda mais difícil do que descobrir
Capítulos

Atualizado até capítulo 44

1
Notas da autora
2
Agradecimentos/ Epígrafe
3
Prólogo
4
Capítulo 1: Era uma vez...
5
Capítulo 2: O canto da maledicência
6
Capítulo 3: Entre os laços do rancor
7
Capítulo 4: O amargor das palavras
8
Capítulo 5: Cinzas do passado
9
Capítulo 6: A impetuosidade de amar
10
Capítulo 7: Uma marca indelével
11
Capítulo 8: Outro lado da moeda
12
Capítulo 9: O canto da serpente
13
Capítulo 10: Motivações
14
Capítulo 11: O inesperado
15
Capítulo 12: O céu, a lua, a figueira e você...
16
Capítulo 13: Cada segundo...
17
Capítulo 14: O lorde Albertin
18
Capítulo 15: Décima oitava primavera
19
Capítulo 16: O destino é real
20
Capítulo 17: O caminho para a liberdade efêmera
21
Capítulo 18: O palácio real
22
Capítulo 19: Minueto
23
Capítulo 20: Deleitando-se com o fel
24
Capítulo 21: Decisão inusitada
25
Capítulo 22: Um dia após o outro
26
Capítulo 23: Agraciada a primeira vista
27
Capítulo 24: A visita do duque
28
Capítulo 25: O amigo do duque
29
Capítulo 26: Sentimentos vazios e arrependimentos
30
Capítulo 27: Pensamentos insanos, ações proibidas
31
Capítulo 28: Noite entre lua e cinzas
32
Capítulo 29: O duque do inverno
33
Capítulo 30: Promessas e arrependimentos
34
Capítulo 31: As fases da hipocrisia
35
Capítulo 32: Inocente pesadelo
36
Capítulo 33: A sorte entre abutres
37
Capítulo 34: A partida
38
Capítulo 35: Campos desconhecidos
39
Capítulo 36: Segredos sujos
40
Capítulo 37: Inseguranças
41
Capítulo 38: A primeira noite
42
Capítulo 39: A perversidade transvestida
43
Capítulo 40: Um pedido de desculpas
44
Capítulo 41: Aprender é ainda mais difícil do que descobrir

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