^^^“ Não importa qual é a sua história, seja livre comigo.”^^^
^^^~ Selena Gomez^^^
♔ ELENA CROMWELL
— Feliz aniversário! – Os criados praticamente dizem como um lindo coral.
Forço um pequeno sorriso enquanto estendo as mãos, sentindo o peso do prato com o lindo e bem decorado bolo de morango. Este é o meu preferido, uma doce indulgência que sempre traz consigo lembranças reconfortantes de quando mamãe o fazia no meu aniversário. O bolo, adornado com morangos frescos e delicadas decorações, faz-me sentir grata por este pequeno momento que guardarei na memória e no coração. Seguro o prato com cuidado, apreciando o aroma tentador do bolo que paira no ar.
— Espero que goste, fizemos tarde da noite as pressas para que Margot não desconfiasse. – Anna toma a frente.
— Vocês lembraram. – Lacrimejo com a visão dos sorrisos genuínos em seus rostos.
— Como poderíamos esquecer? És tão maravilhosa conosco. – Charla diz, cruzando as mãos em frente ao peito.
— Não sabem como me alegro por tudo isso. De verdade.
— Faça um pedido, minha senhorita. – Clint diz, enquanto parece inquieto fitando o bolo de aparência encantadora.
Após ouvir aquelas palavras reconfortantes, aproximo meus lábios das velas do bolo e as assopro suavemente, deixando escapar um pedido silencioso. Enquanto as chamas se extinguem sob minha respiração, sinto uma sensação de calmaria tomar conta de mim.
— Nossa querida Elena, já é uma linda mulher. – Charla diz, deixando-me envergonhada por notar que, sim, atingi a maioridade neste dia.
— Só não invente de cavalgar sem cela ou beber álcool. – Anna alerta enquanto segura firmemente uma colher de pau, apontando para mim como forma de aviso, ou seria de ameaça?!
— Nunca seria capaz de contraria-la, Anna. – Rio.
Assim que deixo o bolo na bancada, os criados se servem e bebem chá para acompanhar o doce, enquanto se dispersam com conversas entre si ou se deliciando na sobremesa perfeita de Anna, uma de suas especialidades, fora a sua famosa torta de maçã com canela - Que vende muito na primavera, quando os pomares mais dão frutos. - que é simplesmente irresistível.
— Anna! – Surpresa por sua aproximação repentina, deixo escapar o quão feliz estou por passar este dia especial para mim, ao lado das pessoas que mais me entendem. Confesso que por um momento, cogitei a ideia de que ninguém se lembraria, assim como papai ao menos parabenizou-me.
— Perdoe-me por não ter feito algo que realmente mereça, minha menina. – Ela segura as minhas mãos com ternura, enquanto há farinha e massa grudadas em seu avental. — Gostaria de dar-lhe a maior festança que toda a Inglaterra já vira.
Sorrio.
— Mas, infelizmente, este é o pouco que consigo fazer. – Noto o brilho dos seus olhos azuis diminuírem a cada palavra.
— Está tudo bem, Anna. – A abraço, deixando esse gesto levar toda sua tristeza. E a minha também. — Vocês lembraram-se de mim, não sabem como isso significa imensamente para mim.
— Eu não pude deixar de escutar a conversa na sala de jantar. Não sabes como gostaria de fazer algo quanto a isso.
Balanço negativamente a cabeça.
— Sei do que Margot é capaz de fazer caso você se envolva. – Respiro fundo, tentando afastar as angustiantes lembranças de mais cedo. No entanto, não cito o que ocorreu quando Margot desferiu um tapa em meu rosto. — Almejar que sejas mandada embora, ou algo pior, é a única coisa que eu não quero.
Anna não sorri, embora as minhas palavras fossem uma pequena tentativa de reconforto.
— Eu sinto muito, muito, mesmo.
— Pelo quê? – Confusa, Indago.
— Por não conseguir dar-lhe uma vida melhor do que esta. – Lágrimas escorrem pelas suas bochechas.
Com o coração apertado, a envolvo com os meus braços e aperto Anna num gesto de demonstrar que a amo, independente de tudo.
— Jamais pediria algo além da sua presença e companhia, Anna.
— Oh, minha menina tão maravilhosa. – Com lágrimas rolando pelo seu rosto, Anna leva a mão até à minha bochecha e acaricia com ternura. — Sua... Mãe teria tanto orgulho da mulher que hoje se torna.
Assinto com a cabeça, lutando para conter as lágrimas que ameaçam escapar. Observo Anna se afastar e, de repente, ela enfia a mão no bolso do avental, retirando uma pequena caixinha de madeira adornada com um laço desfiado em cima, que a envolve com delicadeza. Meu coração acelera enquanto ela se aproxima, segurando a caixa com um sorriso gentil nos lábios.
— Quase havia me esquecido. – Ela me entrega. — Isto é para você, minha menina.
Com mãos trêmulas, desfaço o laço que adorna a caixa e abro-a lentamente. Meus olhos se iluminam ao ver a visão deslumbrante diante de mim, uma linda correntinha de ouro com um pingente na ponta, esculpido com um brasão e adornado com pedras brilhosas que parecem ser diamantes. Um suspiro escapa de meus lábios enquanto observo o pingente reluzir à luz natural atravessada pela janela. Cada detalhe parece meticulosamente trabalhado, irradiando uma aura de elegância e sofisticação. No entanto, é o que está gravado nas pequenas palavras grifadas em outro idioma na parte de trás, que desperta minha curiosidade.
— Do meu sangue dourado, forjado da minha espada. Sagrado sejas, benção da rainha. – Anna diz, atraindo o meu olhar.
— É lindo! – Boquiaberta com a jóia, digo.
— Estava guardando até a sua décima oitava primavera. É... Uma herança de família.
Anna pega o pingente da caixa, e com delicadeza, o coloca em meu pescoço, ficando atrás de mim.
— Herança de família? Eu não posso aceitar, Anna. – Tento contestar, mas ela continua colocando o pingente.
— Você é a minha família. Eu cuido de você desde antes saber quem era o rei da Inglaterra.
Rio com as suas palavras.
— Não recuse, ficaria tão magoada se o fizesse.
Com um peso na consciência de não aceitar o presente, apenas a deixo soltar os meus cabelos novamente e levo a mão ao pingente em meu pescoço.
— Você nunca diz muito sobre a sua família, Anna.
— Não há muito o que dizer, eu os perdi bem nova. Minha mãe morreu, como eu havia dito há um tempo atrás, e o meu pai... Bem, ele era um homem velho que adorava festas e ouro. – Ela ri baixo, rouca. — Mas, ainda sim, era um ótimo pai.
— O que aconteceu com ele? – Indago, curiosa.
— Eu não sei. – Ela responde, voltando a ficar na minha frente. — Assim como o meu irmão mais novo, não tive notícias mais.
Sinto que tocar neste assunto, lhe dói de alguma maneira.
— Talvez, poderíamos encontrá-los. – Coloco a mão em seu ombro, lhe oferecendo um certo conforto. — Não podemos perder as esperanças, é o que mamãe dizia.
Anna sorri.
— Seria impossível, minha menina. No entanto, agradeço os seus esforços para ver-me feliz.
— Minha senhorita, coma um pouco. – Charla aparece de repente, enquanto me oferece um pouco do bolo de morango. — Thomas está quase acabando com todo o doce, eu acabarei com este bastardo!
Ela vocifera e lança um olhar mortífero para o homem calvo e alto, onde se delicia com mais um pedaço de bolo. Anna e eu trocamos olhares enquanto caímos na gargalhada.
— Não há graça!
— Acho que ele faz isso para justamente irrita-la. – Digo.
— Sem chances.
— Ele claramente se agrada com a vossa presença. – Anna completa.
— Ah... Eu... – Charla bufa. — Vocês pensam demais, isso vai acabar expandindo as vossas cabeças como balões de água.
Ela gesticula com as mãos enquanto se afasta dramaticamente.
— Ela é completamente fora de si. – Comento, voltando a comer.
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Atualizado até capítulo 44
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