Cemitério

Pov's Natalie Ferraz 

Passo o batom de cor vermelha nos lábios, séria, preparando-me para ir pro cemitério. Pus um vestido de tonalidade preta; e coloquei um salto alto. 

Encaro o meu reflexo de frente ao espelho.  

Guio a minha atenção de relance pro berço, onde sorrio docemente pra minha bebê. Fico em volta, observando-a dormir como um anjinho.

 Giro o brinquedo que tem em cima e a musiquinha de piano começa a tocar, relaxando os meus ouvidos.

São nessas horas que esqueço quem eu me tornei, e foco somente nas únicas coisas que importa na minha vida... os meus filhos.

Vou até cama, dando um beijo na bochecha de cada um. Os cubro com a coberta, admirando os cinco dormindo.

Me retiro da suíte, fechando a porta sem causar barulho. Oriento os seguranças a não permitirem ninguém entrar, com exceção das babás.

Hoje o dia será longo e exaustivo. 

(.......)))))))).

Enterro- a tarde. 

Cemitério- cerimônia. 

Jogo a pétala de flor branca cima do caixão fechado. Estou de óculos pretos no rosto, para disfarçar a falta de empatia que demonstro sentir.

Acho que por ter levado tantas apunhaladas nas costas do Ryan, tive que parar de ser tão estúpida com o meu coração e agir igual a ele ou até pior. Ter que vê-lo acompanhado com Caroline, me enoja.  

Quando eu lembro o quanto essa mulher me infernizou no passado.... e o pior, o homem que dizia não "suportá-la ", age na maior normalidade ao seu lado, de mãos dadas.

Não sei qual é a do Ryan, afinal. No fundo ele quer me humilhar, se sentir superior. Não aceita o fato de eu ter acordado para vida e ter parado de ser tão submissa aos seus caprichos.

— Você viu como mataram o meu pai?— a filha de Adam me interroga, inconformada. 

– Eu só ouvi o som dos disparos.— conto, olhando diretamente para os seus olhos avermelhados. — Adoraria poder te ajudar mais, Melissa, mas o seu pai tinha muitos inimigos. 

Miro  para o casal que está do outro lado do caixão, enquanto levanto as minhas suspeitas.

—Caroline não machucaria o meu pai, Natalie.

— Como pode ter tanta certeza?

—Porque a relação deles não tinha nada, além de interesse.— me confidencia tal informação.— E o outra, o meu pai estava apaixonado por você, Natalie — com a voz arrasada, revela.

Coloco a mão em seu ombro, fazendo-a encarar o gesto.

— Eu achava o seu pai um homem muito bacana, porém, todo mundo tem que morrer um dia. Não importa que seja uma pessoa boa ou ruim, no final, todos vão para debaixo do chão.

Ela franze a testa, juntando as sobrancelhas, confusa com o meu tom.

Nem sequer chorei ou demonstrei luto, meu coração está frio como pedra.

(......)))

17:50 PM

Empresa.

Reuni os membros da Máfia de última hora. Alguns contestam achando principitado demais. Porém, o negócio precisa andar. Posso está sendo insensível, mas corre o risco de sermos atacados de surpresa, principalmente quando o grande chefão está morto.

— O corpo do falecido ainda nem esfriou Natalie, e você já está armando esse circo?— a loira me provoca e inevitavelmente reviro os olhos, tendo que engolir a presença desagradável.

– Haverá uma nova votação para escolher o novo chefe.— ponho as mãos sobre a mesa, informando.– Quem tiver incomodado, que se retire.— mando a indireta, sem paciência— Não estou prendendo ninguém aqui.— entreolho duramente para o rosto de Ryan, este que desvia do contato visual.— Fui clara?

— Sim, senhora.

— Bom, mudando de assunto. Onde está Melissa?— procuro a outra que deveria está aqui na reunião.

— Nem a filha do morto, você dá sossego!

Levanto, irritada.

— Cale a boca!— bato de com força em cima da  mesa. — Não vou admitir essas piadas sem graça vindo de alguém da sua laia.

— Não acha que está exagerando, Natalie?—  aquele que está calado até então se mete. 

Rio do quão fantoche Ryan se tornou; como é possível virar tão idiota ao perder tempo defendendo essa cobra! A incredulidade é tanta em minhas íris claras, que não escondo a ironia em minha face.

— Um lixo como você, não deveria nem falar.

— Está me chamando de lixo, Natalie?

 Me olha incrédulo. 

— Não só de lixo, como também de manupulador. 

— Maneire as suas palavras! 

— E se eu não quiser?— com bastante raiva nos olhos, lhe enfrento.—  Vai fazer comigo, o que você fez com Adam?— o acuso, na frente de todos.

 — O que você disse, Natalie?

Melissa entra no escritório, ouvindo eu acusar Ryan de assassino.

—O óbvio! Esse homem....— aponto com o dedo.— Matou o seu pai! 

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