Já descobriu quem foi o traidor que tentou me matar?

Pov's Natalie Ferraz.

Saída da empresa 

Washington. D.C 

Terça-feira. 

17:40 PM

Eu não entendo dela colocando tantas luvas, ao invés de  socorrê-lo. 

— Segure isto.

Me entrega a sua aliança de casamento, e tal ato,  me atinge em cheio. 

— Natalie. Natalie.— o tom rouco soa, chamando pelo nome.

Ryan está suando e delirando, por conta do tiro que levou. Sua esposa me lança um olhar torto, analisando-me, como se não gostasse nem um pouco de ouvi-ló me chamando. 

— Eu sigo daqui, pode ir.— manda e me mantenho parada.— Está surda?— com o tom de desdém, me trata com ignorância. 

Lhe devolvo a aliança e começo andar, vendo-o sendo levado pelos capangas numa maca. Acho estranho não o levarem para um hospital. Mas que cabeça a minha, é o último lugar que iria, até porque chamaria muito atenção da polícia. 

Gostaria muito de permanecer.... Olho para trás.... com aquele nó na garganta.  Eu sempre fui aquela que estive  ao seu, e ter que presenciar outra pessoa fazendo isso.... me dói. 

Espero o carro vim. O motorista desce, abrindo a porta.  Há uma frustração em meu rosto. Tento manter o foco, embrora esteja sendo muito difícil suportar essa situação.

Meu único intuito no momento é descobrir o paradeiro dos meus filhos.

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Quarta-feira 

Na manhã seguinte, já estou pronta para novamente encenar. 

Fico tentada em tocar a campainha da mansão, algumas vezes até estico a mão, mas o receio toma conta. Não posso demonstrar preocupação ou intimidade alguma com Ryan, pois isso levantaria suspeitas. Porém, passei a noite inteira sem pregar os olhos, bateu uma ansiedade enorme em querer saber como ele está.

Tomo coragem e aperto o botão. 

Seja o que Deus quiser!

Suspiro fundo.

E de cabeça baixa, dou de cara justamente com a criatura entojada.... Ela me fita dos pés a cabeça, com ar de petulância.

— Olá! 

— Oi.— sorrio, por educação.— Eu estava passando por aqui e resolvi...— invento uma desculpa, sem jeito.

— Quem te passou o meu endereço?

— O advogado. — comento.— Há algum problema?

— Nenhum, mas eu acho que o Borges não deveria passar o meu endereço para qualquer um. Sabe como é né, os negócios, sempre há inimigos a estreita.— sinto um ar de indireta em sua voz.— Meu marido foi atacado inesperadamente... Esse ataque quer dizer muita coisa.— insinua por alto, suspeitando de mim.  É visível a sua desconfiança. 

Seus olhos  miram para a minha barriga.

— Quando é que vem o baby?

— Falta algumas semanas ainda.

— É melhor tomar cuidado.— meio que joga a ameaça.— Nunca se sabe quando se mexe com pessoas erradas.

— Tem razão.  

Nós duas nos encaramos e não consigo disfarçar o quanto  não a engulo. 

— Quer entrar?— me oferece, soando gentil, ao mudar de humor.

— Por que não?

Adentro.

Observo de imediato que não há sinais de crianças na residência, é um lugar tranquilo. Tudo é muito sem vida e sem cor. 

Encaro a escada.

— Posso usar o banheiro?— peço e a mulher de vestido preto expõe está bem intrigada.— Toda hora eu fico com a bexiga cheia, por conta da gestação.— minto, sorrindo falsamente, enquanto acaricio o meu barrigão.

— Claro, fica no corredor a direta.— aponta.— Te aguardo no escritório, sócia, temos muito a tratar.

Ela segue para uma outra direção, e eu aproveito que estou só para ir pro andar de cima. Essa é a minha chance de encontrar algum vestígio do local de onde as crianças estão. 

Sigo para os quartos, principalmente atrás de saber qual é a suíte dos donos da mansão.  

Estou correndo o perigo de está invadindo, aquela mulher não irá hesitar em me matar caso me flagre mexendo nas coisas dela.

Abro as portas dos closets, e não encontro nada de incomum. Tudo é muito organizado, não há nada fora do lugar.

Ryan, que diabos tu  foi fazer? Na medida que remexo, vasculho desesperada.

Escuto vozes distantes vindo e o barulho que indica que estão subindo as escadas. 

E agora?

Rapidamente me escondo de baixo da cama, com a respiração ofegante.

— Já descobriu quem foi o traidor que tentou me matar?

Ouço a voz de Ryan, provavelmente já se recuperou. Pela forma de como age, parece muito nervoso ao se movimentar de um lado pro outro. 

— Eu quero nomes, caralho!— grita fora de si.— Ninguém invade o meu território e acha que vai ficar por isso mesmo. Eu quero estourar os miolos da pessoa que teve a coragem de me afrontar na minha própria empresa.

Capto que tem uma terceira pessoa presente com o casal, devido a sola dos sapatos. 

— Love, já descobri quem foi.— a mulher insuportável interfere. — Foi a nova sócia. Borges descobriu a armação, não foi Borges.

É daí que descubro que o advogado, trabalha também para eles. 

— S-sim.

— COMO VOCÊ TEM CERTEZA? FALA, O QUE VOCÊ OUVIU?

— Eu presenciei ela contratando um matador de aluguel para matar o chefe.

— Isso é mentira.

— Borges, não mente, love.

— Fique quieta, Melissa! 

Mais uma vez meu ex-marido perde a cabeça e volta a apertar o velho, presando-o contra a parede para querer arrancar mais informações. 

— Quanto ela pagou? 

— 50 milhões de dólares, senhor. Está aqui assinatura dela no contrato.

Por qual pretensão esses dois estão querendo jogar  a culpa em cima de mim? 

Ryan vai achar que é verdade.

—Não vai ser uma mulherzinha que irá estragar tudo— gelo completamente.— Quero essa vadia morta — escuto a frase saindo da boca do homem que eu tanto amei um dia.

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