Pov's Natalie Ferraz.
Washington D.C.
Presídio de segurança máxima.
Uma semana depois.....
Testamento? Leio os papéis, com os meus olhos focando em cada palavra. Não posso crer que o homem no qual eu matei, tenha deixado uma herança para mim.
— Nossa.... quanto número!— falo baita surpresa. — Oh meu Deus!
Um sorriso de espanto e ao mesmo tempo de alegria, surge em meus lábios. Nunca vi tanto dinheiro na vida.... Estou passada!
— Tudo isso é meu?— pergunto pro advogado, que se encontra em minha frente. — Tem certeza?
— A senhora está bilionária. — dá a noticia, sorrindo, quando enxerga a reação que eu tenho de pular da cadeira comemorando.
Fico tão em êxtase, que a felicidade toma conta em meu rosto. Quando eu penso que a vida que eu tinha era de mísera, agora eu vou poder dar uma vida de melhor aos meus filhos. Eu nem acredito!
— Muito obrigada! Obrigada mesmo! — agradeço ao senhorzinho, chorando emocionada.— Já até imagino comprando uma casinha.
— Casinha?— se surpreende com a minha falta de ambição.– O dinheiro que a senhora possui dá para comprar várias mansões.
Suspiro, pensando em Ryan. Eu e ele sempre passamos fome, perrengues, vivíamos no fundo do poço. Éramos tão humilhados pelas pessoas, nos sentíamos tão diminuídos. E finalmente.... as coisas vão mudar.
Convenço ao advogado a me informar o paradeiro do meu marido.
Assim que eu sair deste presídio, será a primeira coisa que farei, será ir atrás dele.
(...)
A tarde saio pelo grande portão da frente, carrego em minha mão uma sacola com roupa.
Finalmente estou respirando o ar livre.
Sorrio ao sentir o meu bebezinho chutando em minha barriga, é como se ele sentisse o quão feliz me encontro.
Prossigo com os meus passos, observando as ruas. Pareço até mesmo uma criança admirada com tudo.
Resolvo pegar um ônibus e seguir até o endereço que foi fornecido.
Tudo que mais quero é contar a novidade para Ryan, irei dizer ele que não precisamos mais nos esconder e nem fugir.
Deus é maravilhoso!
Quando vou caminhando, estranho e até olho pro papel se o endereço indicado, está mesmo correto. Não pode ser que ele esteja morando em um lugar como este....
Mudo o meu semblante, já começo a ficar desconfiada logo de cara, pressentindo que tem alguma coisa errada.
Conforme vou andando, os olhares me cercam e me sinto intimidada com esses seguranças mal-encarados que estão armados na entrada da mansão de luxo. Passo ao redor do carro estacionado, acabo observando uma logotipo bem estranha de uma imagem de caveira.
Ignoro aquilo e aperto a campainha, tensa.
Meu coração dispara de ansiedade.
Será que eu confundi os endereços?
Viro para trás, agoniada. É daí que a porta se abre inesperadamente.... Nossos olhos se conectam e a química que temos não desapareceu com o tempo. Nossos olhos ainda conseguem brilhar um pelo outro.
— Ryan!— pulo em seus braços, euforicamente. — Achei que eu nunca mais ia te ver de novo, meu amor! Mais que bom que tudo acabou bem.—encho o seu rosto de beijos, numa alegria sem tamanho.
Mais uma coisa me incomoda, ao notar a sua frieza no abraço. A indiferença que eu consigo sentir em seu semblante. Não consigo entender a sua reação, pois não está vibrando com a minha presença, pelo contrário, parece incomodado.
Me afasto… e lhe fito tão confusa ao vê-lo usando terno, com a aparência tão mudada.
O Ryan que eu conhecia, vivia de bermuda e uma camiseta rasgada, não tinha essa pose de bad boy.
Estou chocada pela quantidade de tatuagens espalhadas pelo seus braços.
— Por acaso, virou bandido?— lhe questiono alarmada e seus olhos distantes me encaram. — Não posso crer!
— Segue o teu rumo, Natalie. E esqueça que eu existo.— as palavras me atingem.
Quando vai dá as costas para mim, e fechar a porta na minha cara, tomo a iniciativa de segurar em seu braço. O toque lhe faz parar.
Uma coisa que me chama atenção, é aliança em seu dedo esquerdo. Meus olhos na mesma hora se entristecem.
— Você está casado, Ryan?
— Não te interessa. — responde bem seco.
— Como não me interessa? Eu sofri o pão que o diabo amassou naquele presídio e quando eu retorno, encontro isso…. — aponto incrédula.— Você quer que eu ache o quê?
— O que você acha e deixa de achar, Natalie, já não é problema meu.
A forma de como fala, é com ignorância. É como se não se importasse. Cadê todo aquele amor que dizia sentir por mim?
Eu não consigo aguentar ser tão maltratada e acabo chorando em sua frente. Não queria dar esse gostinho a ele, mas a decepção é tanta, que é impossível segurar às lágrimas.
— Como pode agir assim comigo? Já me sacrifiquei tanto por ti, Ryan.
— Vai jogar na minha cara?
— Não, eu não preciso. Deus mesmo vai te mostrar isso.
—Tá bom, continue acreditando em seu Deus. — debocha da minha fé.
O homem íntegro que confiava no Senhor, se tornou tão incrédulo.
— Essa é a nova empregada, love?
A ficha cai na hora quando a mulher o abraça, a mesma contém a mesma aliança que está em seu dedo. Concluo que seja a sua nova esposa.
É muito bonita, tem cabelo preto e olhos verdes. Possui o sorriso de modelo.
Me sinto tão pequena neste momento, ao vê-lo ao lado de outra pessoa. Está me machucando essa cena.
— Não.— seu tom rouco ecoa nitidamente desconfortável — É apenas uma mendiga pedindo esmola, mas ela já está indo embora.
Fico tão sentida com as palavras. Como pode me tratar com insignificância? Depois de tudo que passamos juntos.
— Por que você não dar algum dinheiro para ela?— a sua esposa sugere.— Der!— a voz fina insiste.
E não tendo outra escolha, Ryan saca da carteira uma cédula de cinco dólares e estende para mim, como se eu fosse uma pobre coitada.
É tão humilhante o que está fazendo comigo.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Osny
Aguarde Ryan.
2024-07-19
1
Vanessa Costa
misericórdia! esse cara tem q se ferrar todo
2024-06-14
0
Maria Figueiredo
Eu não tenho nei palavras pra esse dois capítulos que acabei de ler.
2024-03-18
0