Mesmo sabendo quem é você

Pov's Natalie Ferraz. 

Hospital...

De noite, quarta-feira. 

Minha respiração está acelerada. Coloco força, gemendo em pé.

As contrações dão em passa.

 A médica checa quanto está de dilatação.  Por ironia do destino, a esposa do Ryan que está o tempo todo do meu lado neste momento, me ajudando.

— Será o jeito realizar uma cesariana.— informa e logo digo:

— Eu quero ter o meu bebê normal.

– Natalie a sua bolsa já estourou a há horas, necessitamos retirar o bebê com urgência. — na sua voz fina capto preocupação.

Faço uma careta, assentindo com a cabeça. As lágrimas escorrem pela dor insuportável do parto, além de está suando.

Nas minhas gravidez sempre as minhas filhas nasceram rápido, mas dessa vez o bebê está demorando.

— Eu vou chamar o anestesista. — ela se retira da sala, às pressas. 

Solto mais um gemido alto, sentindo outra contração atinge-me. 

Cadê Ryan, que ainda não apareceu? 

Entre essas quatros paredes, eu só queria tê-lo aqui agora segurando na minha mão. É tão horrível se sentir sozinha.

Melissa retorna trazendo outro médico, junto puxa uma maca para me levar para o centro cirúrgico.

— Se deite.

A mesma me ajuda, com todo o cuidado. Eu posso está enganada sobre ela, mas ela não parece ser uma pessoa má.

– Cadê os meus filhos?—  choramingo, antes de ser levada.

— Fique calma, o meu pai está cuidando deles. Pense somente neste bebê que vai nascer agora.— lança um sorriso doce, repassando-me conforto. 

— Obrigada, doutora.— agradeço, tocando em sua mão. 

— Não precisa agradecer. Já te considero uma amiga, Natalie. Mesmo sabendo quem é você. — a revelação me faz engolir em seco.

— Você sabe quem sou eu?

— Eu sempre soube.— ela revela.—  E quando eu te contei que havia mentido para Ryan, eu só estava te testando. Eu queria descobrir do que você era capaz, Natalie. E você não me dedurou para ele, mesmo tendo todos os motivos para falar a verdade.

— Ele tem que saber da sua boca, Melissa, e não da minha. — justifico o porquê de não ter aberto o jogo para o pai dos meus filhos.

— Eu preciso contar. Eu vou contar.— a própria garante, me encaminhando até a sala cirúrgica. 

O silêncio paira. 

Outra pergunta é feita:

— Você quer que Ryan assista o parto?—  faz a pergunta.— Eu não estou te perguntando como esposa dele, e sim como médica.

— Eu quero.— de imediato respondo, estando ansiosa.

—  Ele está lá fora, vou autorizar a entrada dele.

Ela sai e quando volta, o traz junto.

— Natalie! 

— Ryan! 

Nós dois não conseguimos nem sequer esconder o quanto os nossos olhos brilham um pelo outro. A sua esposa fica no canto observando tudo, e ele próximo a maca, tocando na minha mão e perguntando se está tudo bem.

— O bebê vai nascer. — lhe informo.

A emoção está presente em nossos olhos. 

— Eu vou ser pai de novo. Obrigado por isso— ele sussurra, feliz, dando um beijo no topo da minha testa.

Tais palavras, causa um mal estar na sala cirúrgica. Pois acaba constrangendo a sua atual mulher que presencia tudo. Percebo a chateação no rosto dela, e na hora se retira, nos  deixando por alguns minutos a sós.

**********

Algumas horas depois...

O parto cesário se inicia. Estou com efeito da anestesia enquanto é feito o procedimento.  Não vejo a hora de ouvir o chorinho do bebê e poder suspirar aliviada. É um suspense, porque ainda não se sabe se é um menino ou menina.

Olho para Ryan, e sorrio, por tê-lo comigo. Independente de tudo, nos amamos. São nessas horas que eu percebo que esse homem é o amor da minha vida.

— Nasceu!

Ouvimos o som do chorinho fino e Melissa pega o bebê nos braços, sendo a primeira a segurar.  Ela também está emocionada e vem para perto de mim para mostrar o rostinho do baby.

— É uma menina.— a médica confirma, sorrindo.— Você quer segurar, Ryan?— pergunta.

— Posso?— ele estende os braços, todo bobo.

 A mulher de jaleco branco o entrega. Ambos ficam colados, admirando a recém-nascida. 

Eu me sinto uma intrusa no meio dos dois.

Vou fechando os meus olhos lentamente, com a visão distorcida. Eu não sei o que está me dando, mas a minha cabeça está doendo muito.

O aparelho que mede os meus batimentos cardíacos começam a disparar e escuto no fundo, antes de perder os sentidos, o desespero da voz da médica que fez o meu parto:

— Não, não! Ela está tendo uma eclâmpsia. 

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