Você não é menos homem por ter essa doença

Pov's Natalie Ferraz. 

A apartamento.

De madrugada.

Eles capotaram na minha cama, nem deu tempo de mostrar o apartamento inteiro que iremos morar. Devido a viagem exaustiva, as crianças vieram dormindo o trajeto inteiro.

Estou tão feliz de tê-los de volta!  Os gêmeos estão maiores e espertos, nem parecem aqueles bebês de colo que eu carregava para cima e para baixo. Laurinha nem se fala, está na fase até de arrancar os dentes. 

— Já estou indo— ouço o tom rouco soar.

Lhe acompanho até a porta de saída. Nós dois estamos calados desde do aeroporto, não trocamos mais nenhuma palavra. Está um clima meio estranho.

— Por que você não fica?— o convido e seus olhos pensativos se erguem supresos.

— É melhor não. —  morde o lábio inferior, estando desconfortável.— Preciso ir.

— Tudo bem.— respondo frustrada. 

 E no calor do momento, o meu coração fala mais alto, impedindo-o, ao segurar em seu braço. Daí olha para trás, ouvindo:

— Obrigada, Ryan.

Nossos olhos se cruzam profundamente. Ele se desconcerta totalmente com o contato que estamos tendo, principalmente quando ajo por impulso dando-lhe um abraço. 

Suas mãos ficam  tão afastadas, hesitando bastante  em tocar na minha cintura.  

Bruscamente Ryan corta o momento, caindo em si. Seus olhos estão receosos.

— Boa noite!— é tudo que diz, dando um beijo no topo da minha testa

— Boa noite.

Nós despedimos apenas com essas palavras, e ele se vai para casa da outra.

Me dói criar esperanças em uma coisa que não vai rolar. Eu achei que com a volta dos nossos filhos, poderíamos recomeçar, mas me enganei.

Ele não me ama mais como antes.

(((((............)))

Pov's Ryan Ferraz. 

Algumas horas depois...

Mansão de luxo.

Entro o mais de vagar possível.

Sigo para o andar de cima, de ponta de pé. Retiro o terno, para adentrar no quarto de hóspedes. Quando acendo o abajur, me deparo com a minha esposa sentada na cama, de costas. 

— Onde estava até essa hora?— Melissa questiona e respiro fundo ao ser flagrado. 

— Resolvendo uns negócios. 

— Posso saber que tipo de negócios são esses?— seu olhar desconfiado percorre. 

— São assuntos da empresa, baby, eu não quero te cansar com isso.— a cumprimento com um selinho. A própria permanece com a cara de desconfiança, analisando-me de relance.— Você não deveria está trabalhando?— a  pergunto.

— Resolvi sair mais cedo do plantão.— sua voz fina abaixa mais a guarda.— Não aguentava mais atender tantos pacientes depois da notícia que recebi.

— Como assim?

— Papai está vindo para Washington.— engulo em seco, começando a tossir de nervoso.

— O que foi?

— Nada.— digo, incomodado, tentando  desfazer o nó da gravata. 

— Não sei qual o seu problema com o meu pai, Ryan. 

— Ele não me suporta. 

— Ele têm os seus motivos.— manda a indireta, e bufo baixinho.

— Tanto que mandou me matar, né Melissa?— a desmascaro e a mesma não sabe onde enfiar a cara.

— Como você descobriu?

— Simples, liguei os pontos.

— Então você não matou a nova sócia?

— Óbvio que não! Eu não ia assassinar uma pessoa inocente, por covardia do seu pai!

— Foi melhor assim. Papai vai querer conhecê-la. — aquilo me desespera.—  Por que fez essa cara, love?— percebe.

— Nada, só estou um pouco cansado.— minto, me jogando em cima da cama.— Poderia me deixar dormir?

— Por que você não dorme comigo no nosso quarto?

Seus dedos começam acariciar a minha perna, com pensamentos maliciosos. 

— Acho melhor você ir.— interrompo suas segundas intenções.

— Você não é menos homem por ter essa doença.— a olho, mexido. — Pare de evitar seus desejos, o seu vírus não vai contaminar ninguém. 

— Como pode ter tanta certeza, Melissa? 

— Porque sou médica.

— Não é tão simples falar sobre isso.

Exponho o meu pensamento, mal, sentado na beirada da cama. 

 — Eu sei que você tem medo de transmitir para mim, mas podemos usar preservativo. 

— Não é só esse medo.— murmuro, com o rosto de Natalie em minha mente. — Eu tenho medo de ter contaminado outras pessoas.— encaro seus olhos claros.— Os meus filhos, por exemplo. 

— Já parou para pensar que pode ter sido a sua primeira esposa que transmitiu isso para você? — fico pensativo.— A defunta  pode ter te passado AIDS.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***