Diferente dessa mulher

Pov's Natalie Ferraz. 

Sala de reunião. 

— Os ânimos estão bem exaltados!— um dos sócios da Máfia intervém.— Se acalmem, senhores.

Melissa e eu entreolhamos uma para outra. A contragosto volto pro meu assento, não vou colocar tudo a perder por causa de Ryan.  Até porque, por si só já está sentindo o peso da acusação enquanto é confortado pela sua amante.

Me recomponho e peço pros demais presentes calarem a boca. Esses olhares tortos que eu estou recebendo, reflete o machismo desses bandidos por estarem incomodados por ter uma figura mulher sentada na cadeira principal da mesa.

Para eles seriam mais favoráveis aos seus egos, ter Ryan como sucessor do Adam, e não eu.

— Bom, para quem não me conhece me chamo Natalie.—  pronuncio em ao tom.— Meus caros, infelizmente ocorreu uma fatalidade e o nosso querido Adam está morto. Precisamos seguir em frente, mesmo sendo tão difícil, devemos escolher quem vai assumir o comando. Quem é de acordo, para que eu assuma?

Ninguém se opõe ou levanta a mão. Todos ficam calados, até Melissa não se manifesta. Sinto-me afetada com a rejeição, mas é normal, eles jamais irão me eleger como nova chefe.

Resolvo me sentar, percebendo que estou passando vergonha na frente desses bandindinhos de merda.

— Eu me candidato.

Reviro com os olhos, suspirando fundo. Era só o que faltava! A desconfiança recai mais ainda sobre Ryan quando se coloca de pé e diz em volta alta a vontade de assumir o lugar de Adam. 

— Já tenho experiência. E sei guiar bem os negócios. — argumenta, se achando. — Diferente dessa mulher.— escuto o tom hostil sendo direcionado para mim. 

— Essa mulher tem nome.— rebato, fechando a mão em punho.— Tome vergonha nessa sua cara e aprenda ser homem!

— Por favor, não comecem de novo.— Melissa pede, cansada de briga. — Não me sinto disposta a estar nessa reunião.  É melhor marcamos para outro dia.

— Eu também concordo com você.— a fingida enfatiza, com a voz enjoada.— Acho muito estranho essa correria da Natalie, para querer substituir o seu pai, Melissa.— planta a sementinha no ar, fazendo os outros me olharem desconfiados.

— Tá insinuando o quê? — minha voz sai alterada.— Que eu matei o Adam?

— Pela sua reação, eu diria que sim. Você está muito nervosa.

Aperto a minha mão em um formado de soco, mas eu desisto....

Pego a minha bolsa e me retiro, antes que eu acabe enfiando a minha mão na cara de algum deles.

(.......)

Na medida que ando apressadamente, meu ex persegue os meus passos.  É impressionante de como ele não se toca!

Sou barrada de entrar no elevador, ao ser segurada pelo  braço.

—Você não vai fugir de mim.

— Por que não?— viro para trás. — Quem você pensa que é?— lhe analiso de cima abaixo, com o olhar carregado de arrogância. 

— Você me chama de assassino na frente de todo mundo, Natalie, e acha que vai ficar por isso mesmo?

— Vai fazer o quê comigo, Ryan? Me bater?— abro um sorriso irônico ao provocá-lo.— Você é um fraco, e sempre foi!— me desvencilho do contato da sua mão em meu pulso. — Solte-me, agora!

Exijo e o mesmo obedece.

— Ótimo.

Dou costas para ir pro elevador. No entanto, ele se coloca em minha frente.

Fecho os olhos, tensa com aproximação. 

— Eu só queria te dar um aviso: Eu vou tomar os meus filhos de você, Natalie. Você é uma péssima mãe.— ataca-me, usando palavras sujas  para me atingir.

É daí que não me seguro e enfio uma bofetada em seu rosto.  O estalo é tão forte que Ryan fica chocado com a minha atitude.

— Nunca mais repita isso! Eu posso ser TUDO nessa vida, menos uma péssima mãe. Diferente de você, que abandonou os nossos filhos por aquela vagabunda!— aos berros, cuspo as palavras.

— Eu não abandonei a nossa família por querer, na verdade, eu não tive escolha.— seus olhos estão sem brilho, ao proferir a frase.

— Você nunca tem escolha para nada, Ryan.

Não caio no seu jogo de vítima, pois sempre é o mesmo discurso. 

Meu celular toca no momento. 

 Checo o nome no visor, embora não seja propício, resolvo atender a ligação na frente do meu ex-marido. 

—Oi, amor.

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