19

— Você pode respirar um pouco sem chorar? — Yasmin me perguntava enquanto me olhava preocupada.

     Meu corpo tremia e eu soluçava freneticamente, minha cabeça começava a doer e a minha garganta estava ficando arranhada.

— O que aconteceu? — perguntou — O que aconteceu quando eu estava fora?

     Eu comecei a controlar a respiração, havia pedido uns segundos para que eu conseguisse me acalmar, Yasmin estava claramente preocupada, mas colocou as mãos nas minhas costas e começou a acariciar, enquanto eu me acalmava.

     ~ Horas antes ~

    Alguém batia freneticamente no portão, mesmo ele sendo baixo, menor que o muro, e sendo um pouco vazado com barras de ferro. Eu que estava na cozinha, fui até a janela da sala que agora estava coberta com as cortinas de cor clara, puxei a cortina e olhei para o lado de fora. Renata era a pessoa parada em frente ao portão, batendo nele, e isso poderia incomodar os vizinhos, então rapidamente, abri a porta da sala, passei por ela e fui até o portão do quintal.

    Ao me ver, ela não parecia nem um pouco surpresa mas estava de fato decepcionada, infelizmente convidei ela para entrar, de qualquer forma eu não ficaria feliz de ouvir as asneiras dela em frente a rua, onde diversas pessoas passavam, não quis dar esse gosto para seu show.

— Eu não vou me estender muito, já que estar nesse lugar faz eu me sentir enojada. — Foi a primeira coisa que ela disse ao entrar na casa, Renata não havia mudado nada. — Volta pro meu filho, retira o pedido de divórcio, e eu finjo que não vi.

— Não viu o que? — Perguntei.

— Você e aquela vagabunda, ontem, aqui mesmo nessa sala. — Sua voz era repleta de repulsa. — Agindo como um casal, de homem e mulher.

      Eu estava me sentindo atacada, e suja com aquelas palavras, ela estava desrespeitando Yasmin, na própria casa dela, e isso me magoava de forma indescritível.

— Você vai voltar para Julian, e eu vou fingir que nunca vi o que aconteceu aqui. — Falou — ou então, eu faço questão de destruir a sua vida nessa cidade, você nunca mais vai poder pisar fora dessa casa enquanto viver aqui.

    Renata era uma mulher muito infeliz, ela sempre queria que as coisas fossem do seu jeito, eu perdi a conta de quantas vezes durante esses anos de casamento, ela fez questão de deixar uma mulher mal falada, e até antes mesmo de eu casar com Julian, ela sempre me olhou com essa cara de nojo.

— Renata, qual é o seu problema? — Fui pra cima dela. — Eu sei que não sou a nora dos seus sonhos, mas qual é o seu problema comigo? Porque você é tão amargurada assim?

— Natália, você é uma mulher fácil, desde jovem, se esgueira por trás dos lugares, enquanto aproveita essa sua vidinha medíocre, igual a sua mãe. — Falou, eu mesma não cheguei a conhecer meus pais de fato. — Sua mãe era uma piranha, igual você, roubando os homens dos outros, se sentindo superior e vivendo a vida da forma mais tranquila possível.

— Sabe, falando assim, você parece uma mulher transtornada, maluca e invejosa. — Falei — O que você sente por mim é inveja? — Ri um pouco e vi a cara dela escurecer de raiva.

— Natália, você é filha do homem que mais amei, você é o fruto, do homem que preferiu a sua mãe. — Contou — Eu fiz questão de deixar sua mãe tão mal falada que ela acabou com a própria vida, ela ficou tão mal falada, que o seu pai teve que ir embora sem saber que tinha uma filha, isso é pra você ter uma prova do que eu posso fazer.

Ri um pouco, Renata era realmente uma mulher patética, ridícula, mas eu me sentia de alguma forma muito enfurecida.

— Você Natália, é a mulher legítima do meu filho, você é a pessoa que casou com ele, mesmo não sendo a pessoa que eu queira, você tem a genética de uma das melhores famílias da cidade, você é herdeira. — Falou. — Enquanto aquela outra é uma ralé, sem nada, que fez questão de engravidar de primeira pra prender o meu filho. — Cuspia as palavras com um desprezo gigante — Você, vai se deixar consumir por uma mulher que nem pode te assumir publicamente, ficar fazendo essas porcarias, essas sodomias pelos prazeres da pele.

— Eu volto pro seu filho. — Falei, seu semblante resplandeceu. — Mas com uma condição apenas.

Eu havia pensado em formas de fazer ela se arrepender pelas palavras que havia dito sem noção nenhuma, respirei fundo enquanto via ela duvidar entre fazer o que eu vou pedir ou apenas ir embora e trabalhar em destruir minha vida.

— O que você quer? — perguntou entre dentes .

— Ajoelha. — Quanto eu disse isso, ela me olhou incrédula. — Ajoelha e pede desculpas, por tudo que disse aqui, ajoelha aqui na minha frente e se arrepende das merdas que disse.

— C-como? — Gaguejando

— Isso mesmo, mas aqui vai ser diferente do que você fala para o Padre, aqui sempre que eu perceber que você está mentindo sobre arrependimento, eu vou dar um tapa na sua cara. — Falei. — Você tem que se arrepender de verdade.

— O que? O que você dizendo? — Seus olhos estavam cobertos de raiva. — Quem você pensa que é? — Levantou a mão pra me bater, mas eu segurei.

No momento que segurei sua mão, coloquei a destra em seu ombro esquerdo e a fiz ajoelhar, seus joelhos bateram no chão e isso com certeza os machucou. Ela fazia força para que eu soltasse.

— Vai começar a se arrepender? — Perguntei — Não tenho o seu tempo.

Seu corpo tensionou e ela começou a chorar de raiva. Soltei seus braços e a vi, colocar a cabeça no chão e depois levantar, juntou as mãos, e começou a pedir desculpas. Eu a olhava de cima, e agora ela parecia tão pequena.

— Peço desculpas e me arrependo de tudo que eu disse, tudo que eu disse sobre Yasmin, seus pais e você, me arrependo verdadeiramente, por proferir palavras sem pensar que podem ter machucado a integridade e ferido a reputação dessas pesso... — sem esperar que ela terminasse, dei um tapa na sua cara.

Seu rosto ficou vermelho, e quando se recompôs chorava de raiva.

— Eu espero que dessa vez você sinta mais arrependimento. — Falei — Pode começar.

—Peço desculpas e me arrependo de tudo que eu disse, tudo que eu disse sobre Yasmin, seus pais e você, me arrependo verdadeiramente, por proferir palavras sem pensar que podem ter machucado a integridade e ferido a reputação dessas pessoas. Eu me sinto realmente arrependida. — Falou ao final.

Dei mais um tapa na sua cara. Isso tudo era muito pouco pra todas as coisas que ela havia falado e feito todos esses anos, comigo, com a minha mãe e com outras mulheres.

Agachei próximo ao seu ouvido.

— Você nunca vai deixar de ser isso, uma invejosa e incapaz de viver a própria vida, leve a amante do seu filho pra sua casa e oficialize ela como esposa, eles já tem dois filhos mesmo. — Falei — E se você continuar me perturbando ou perturbando Yasmin eu faço questão de destruir a sua vida, porque isso aqui não é nem o mínimo que você merece, sua cachorra.

Levantei, e ela tremia de raiva.

— Isso não vai ficar assim, Natália você vai se arrepender disso. — Gritou.

— Saí da minha casa, saí da minha casa agora. — Gritei mais alto. — Não quero você sujando esse lugar sagrado. — Ela parecia resistir mesmo após essas palavras, então a puxei pelos cabelos e a coloquei fora. — Espero que você aprenda alguma coisa com isso, agora vai embora!

Seu olhar direcionado à mim, era odioso, raivoso e chocado.

— Aqui não tem pão velho para você, saí daqui. — Eu continuei gritando para ela depois de fechar o portão, à vi entrar a contragosto no próprio carro e ir embora.

Assim que ela saiu, eu perdi a força nas pernas e vomitei, nunca que eu queria fazer isso com alguém, isso é ridículo e eu me senti nojenta depois de fazer isso.

~Momento atual~

— Você está chorando assim por ter dado uma lição nela? — Yasmin perguntou.

Eu assenti, me sentia muito mal com esse meu comportamento, parecia que eu havia me rebaixado, eu já estava mais calma, mas pensar no que ela poderia fazer me dava um pouco de medo.

— Calma, não precisa ficar assim, você só retribuiu o que ela fez, ela não vai fazer nada contra a gente. — Yasmin me acalmava.

— Quando a gente vai para o interior? — Perguntei — Eu preciso respirar outros ares.

— A gente pode ir hoje, se você estiver com as malas preparadas. — Respondeu, sugerindo.

— Eu só preciso arrumar mais um pouco as malas, falta poucas coisas.

— Vamos hoje então.

*Assim nós duas e minha criança, partimos para o interior, sem olhar para trás*.

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Comments

Gabriela Pereira

Gabriela Pereira

Velha miserável

2024-05-31

0

Babylon Fire

Babylon Fire

Isso aí Natalia, bota essa véia no lugar dela, e depois vá atrás de saber sobre essa herança aí kkkkkkkk

2024-03-22

5

Maria Andrade

Maria Andrade

mais autora

2024-03-18

0

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